7.10.06

A novela da internet: o dono da bola

Todo mundo que já jogou bola uma vez na vida certamente já passou pela experiência de depender do dono da bola: geralmente é o rapaz mais mimado e o que joga pior, mas que sempre precisa é bajulado por todos para que o jogo ocorra. É ao mesmo tempo, centroavante e juiz: fica na banheira esperando a bola, e o jogo começa e termina quando quer. Assim está o acesso à internet em casa.

Reviravoltas: após desiludir-me quanto ao acesso à internet, um fato desagradável traz à tona a esperança novamente: a inglesa é dispensada do trabalho.

Prontamente, ofereço-me para assumir os todos gastos com internet, transferir titularidade e lhe comprar o modem que a empresa deixou com ela, já que o computador ela devolveu. "Não é necessário, eu não vou devolvê-lo". A conta já estava no nome do Robert, então ficaria fácil: converso com ele, e assumo os gastos daqui em diante. E assim fiquei 2 dias com uma esplêndida conexão sem fio. Consegui até a usar o skype, após algumas malandragens.

Durou pouco a lua-de-mel: na sexta-feira, acordo, e nada de conexão. Tive que esperar até às 13h, quando a menina acordou, para checar o que aconteceu, uma vez que o modem ainda está em seu quarto (o conector telefônico só há em seu quarto...): ela havia desligado o modem, porque as luzes incomodam para dormir. Sábado de manhã, a mesma coisa. Encontro com ela saindo do quarto e vou lá meio sem-graça: "você desligou o modem?". A resposta foi "não" e a porta na minha cara. De fato o modem estava ligado, mas ao lado da TV, que enquanto ligada, causa aparentemente interferência no sinal...

Propus-me assim a comprar um cabo longo de telefone e instalar o modem no hall de entrada, uma vez que mais gente na casa se interessou em usar a conexão. Comprei cabo telefônico, voltei, porta fechada. São 21h, bato na porta. Ela abre com cara de sono: "estou dormindo, depois conversamos".

Depois conversamos. Eu com um monte de coisas para resolver através da internet, e depois conversamos. Depois de meia-hora andando em círculos no quarto, ouço ela abrindo a porta e vou lá explicar que não estou pedindo, estou exigindo, e que não quero, eu preciso. A resposta: "Luís, por favor, não me aborreça com isso agora: não quero deixar o modem no corredor. Ainda vou decidir o que fazer, mas amanhã."

Voltei a afirmar que eu compro o modem e assumo as contas. Fiquei falando sozinho: ela me ignorou, entrou no banheiro com seu cachorrinho e fechou a porta...

23h de sábado, no domingo eu trabalho. Pedalei 10 km de casa até Bur Dubai para encontrar um provedor de acesso, e mais outros 10 km para voltar pra casa. E a inglesa, dona da bola, ficou lá no seu quarto, com um modem que não pode usar porque não tem computador, decidindo o que fazer com a conexão que está no nome do Robert. Eu tenho uma sugestão, mas seria muito indecoroso mandá-la enfiar no cu aqui, neste blog, lido por tanta gente.

Um comentário:

Maciel disse...

Já sabe o pq ela foi dispensada do trabalho. É uma mala sem alça e ensaboada...