29.7.07

Sol nascente


Isso foi ontem.

Milano Malpensa x Doha



Milano Malpensa

Doha

Pelo menos...


... meus 2 últimos vôos foram pela Qatar Airways. Muito bom!

Gincana aérea

Essa vai para quem reclama das condições de vôo no Brasil: meu vôo que deveria ser Milão - Dubai foi cancelado. Aí meu vôo ficou assim:

- Milano Malpensa - Roma Fiumicino
- Roma Fiumicino - Doha (Qatar)
- Doha (Qatar) - Dubai

Ah, e minha mala? Oh, oh, oh, oh, oh... era querer demais, né? Qualquer hora ela chega.

Madrugada


Dubai 29/07/2007, 04:55h.

27.7.07

Acabou

Enfim, acabou. Que venha Dubai outra vez.

Nada a ver, mas lembrei desta aqui:

Sabiá lá na Gaiola
Hervé Cordovil e Mário Vieira

Sabiá lá na gaiola
fez um buraquinho
Voou, voou, voou, voou
E a menina que gostava
Tanto do bichinho
Chorou, chorou, chorou, chorou

Sabiá fugiu pro terreiro
Foi cantar lá no abacateiro
E a menina vive a chamar
Vem cá sabiá, vem cá

Sabiá lá na gaiola...

A menina diz soluçando
Sabiá estou te esperando
Sabiá responde de lá
Não chores que eu vou voltar

19.7.07

Antes da alvorada

Seguia por uma estrada fria, sinuosa e úmida que após uma série de infinitas curvas apresentava agora uma casa aqui, outra acolá e por fim, séries de moradias encostadas umas as outras acotovelando-se à margem da estrada após a ponte sobre o riacho: chegara ao povoado.

Reconheceu de imediato aquele senhor e aquela senhora de feições tão familiares, mas que jamais vira antes. Um fato insólito os colocava agora frente-à-frente; talvez eles nem saibam quem ele é, talvez ela jamais tenha contado.

- É por ali. Estamos indo para lá também – diz o senhor que agora o guia pelo vilarejo atravessando a outra rua, virando à esquerda e à direita, subindo a suave colina asfaltada, passando o grande portão de pedras beges e adentrando a grande e antiga edificação onde um senhor de vestimentas aristocráticas os aguarda do outro lado de uma mesa retangular de madeira maciça. Ele explica os termos da proposta de renovação do contrato:

- Madame et… Messieurs, je vous demande de lire attentivement le contrat et de le signer à la dernier page en trois vois. Basiquement, il s’agit de une réaccommodation des actifs que compose le…

Entra silenciosamente na sala uma garota. Após tanto tempo, meses que pareciam anos, anos que pareciam décadas, foi vê-la assim, em sonhos: linda, serena, elegante, de jaqueta jeans fechada com um cachecol vermelho enrolado no pescoço. Ela vem em silêncio e o observa com uma gravidade que ele não compreende totalmente. Ele também está surpreso e a acompanha com os olhos até o momento em que senta do outro lado da mesa, ao lado de seus pais. Franja dourada sobre a testa, olhos verde-azulados – ou seriam azul-esverdeados? – grandes e abertos apontados para o fundo de seus olhos.

- … et je vous demande aussi de faire attention que vous serez demandés de faire une nouvelle invertion complementaire pour que les…

- Excusez-moi, Monsieur. Je ne suis pas d’accord. En fait, mon désire est de sortir de l’association.

Um rapaz adentra o recinto. Ele vem de calça jeans, blusa bege e cachecol verde e possui cabelos castanhos-claros e curtos e ligeiramente ralos com uma entrada do lado esquerdo e outra do lado direito. Possui também olhos verde-azulados, ou azul-esverdeados e um longo bigode, que desce contorna a boca e desce pelas laterais do queixo. Ele sorri, senta ao lado dela, envolve-lhe com os braços e lhe dá um beijo na boca. O rapaz lhe olha, sorri e comprimenta com um movimento de cabeça.

- Bon, en étant votre désire, donc, je vous démande de remplir ce formulaire ici avant partir.

Ela ainda o mira, ainda que inibida pela presença do rapaz que a enlaça. Ele começa a preencher o formulário enquanto o outro diz:
- Vamos?

O casal jovem se levanta e sai andando, conversando baixinho. Ela ainda olha para trás uma, duas, três vezes, até ser interceptada por um longo beijo. Fez menção de lançar ainda um último olhar ao virar a esquina, mas não terminou o movimento e olhou apenas o outro lado da rua. Seguiam agora em busca de mais intimidade para troca de confissões, fluidos e carinhos que lhes energizavam com o sentimento de vida pulsante e os distanciavam, ainda que por alguns instantes, da morte.

O senhor a sua frente aceitou a proposição, assinou rapidamente as três vias do documento e deixou o recinto com sua senhora. “Que força é essa que une as pessoas por tanto tempo?” perguntava-se ele enquanto seguia preenchendo aqueles velhos formulários. Sentia-se incapaz de se apaixonar novamente. Terminou pacientemente, saiu caminhando, virou a mesma rua à esquerda, a mesma rua à direita. Tardes frias, noite que chega com frio sobre as ruas vazias.

Sons de música saem agora de uma taverna logo a frente como a fumaça da chaminé, que também envolve seus sentidos. Ele entra e pede uma bebida quente. Talvez seja esta a casa dos rapazes solitários: aos seus lados, muitos rapazes de idade entre 20 e 30 anos, de expressões sérias e roupas pretas que caminham com um ar pusilânime. Os rapazes entram e saem descalços de uma sala quente. Eles ficam sentados nesta sala por um quarto de hora até que os pés inchem e em seguida sobem para a sala de onde emana a música. Nesta ampla sala, eles dançam conforme a tradição, homens tristes de braços atados pela ponta de dois dedos, batidas firmes de pés inchados sobre o chão de madeira, entremeadas por flexões sincronizadas dos joelhos direitos, olhares graves mirando o infinito perdidos em pensamento. Passos da tradição, dores hereditárias.

***

Faz frio dentro da casa de alto pé direito. A chuva molha os terreiros e inibe os galos de cantar. Silêncio. Valério se levanta e segue para a sala. Busca na escuridão desesperadamente um pedaço de papel e qualquer coisa que escreva. Senta e, sobre a mesa, sem acender a luz, eterniza em palavras imagens e sentimentos tão reais que viveu em sonho antes que a luz e as imagens da realidade ofusquem-nas da memória. Risca, rabisca, se esforça para ver o que escreveu. Discorda, faz setas de um lado para o outro do papel indicando a ordem mais adequada dos parágrafos, até ver cansado os primeiros raios do sol entrando pela janela.

(Continua)

Manequins

O último fio de esperança

- Você viu?
- O que?
- Um avião derrapou em Congonhas hoje... acabou de acontecer.
- Ah! Derrapar! Todo dia derrapa um...
- Não... ele bateu em um barracão.
- Então relaxa, não há de ser nada grave...

A esperança de que haja sobreviventes na aeronave é um desejo até mesquinho, quase uma necessidade, de todos aqueles (eu incluso) que por razões diversas voam ou precisam voar para manter seu estilo de vida. Esperança que suporta o culto à tecnologia que nos salva, nos liberta do tempo e nos torna ultra-pós-modernos, onipresentes.

Mas as imagens mostram que a coisa não é bem assim: o avião cruzou a pista, sobrevoou a avenida e acertou um prédio fora do aeroporto... e por fim, alguém vem e mata de vez último o fio de esperança e expõe toda a nossa fragilidade: "não há sobreviventes".

+++

- Did you see?
- What?
- An airplane slid in Congonhas today... it's just happened.
- Ah! Slide! Everyday one slides...
- No... it has crashed in a warehouse.
- So, relax, it may not be something serious...

The hope of having survivors in the aircraft is an even mean desire, almost a necessity, of those (including me) who by several reasons fly or have to fly to maintain their lifestyle. Hope that supports our cult to technology that saves us, free ourselves from time, and makes us ultra-post-modern, omni presents.

But the images show that it's not the case: the airplane crossed all the landing lane, flew over the avenue and hit the building outside the airport... eventually someone comes and kill the last thread of hope and exposes all of our fragility: "no survivors".

Perplexity


17.7.07

Detalhes de SP e o tempo que passa


Recebi dias atrás um e-mail de minha irmã: "É...as coisas mudam por aqui...", disse ela. Na seqüência, um link para este texto.

O texto citado acima e a reportagem do Guia da Vila são merecidos reconhecimentos ao seu Armando e a sua família (descubro pela reportagem que ele se chamava Armando), um cara que conquistou seu espaço na noite de São Paulo. E quem é que nunca comprou ou deu de presente a alguém um de seus bonequinhos?

Muita gente pergunta o que é que um lugar hostil como São Paulo (barulho, poluição, impessoalidade) tem de bom a oferecer. E quando penso nas coisas boas da cidade, vem-me a cabeça justamente esses pequenos detalhes como os bonequinhos do Armando, as pulseiras e colares dourados do garçom do bar da Frei Caneca com a Peixoto Gomide, os livros de histórias de cabra-macho nordestino, de poesias (de cordel ou não), os álbuns de música de artistas anônimos que levam a vida assim, de bar em bar, na esquina do metrô, na porta do cinema, no vão-livre do MASP.

O tempo passa e dá até um frio na barriga... na estante do Ó, os bonecos do seu Armando ainda estão lá: sonhos de permanência.

14.7.07

Ó do Borogodó

MASP


MASP = Museu de Arte de São Paulo

Avenida Paulista, 13 graus

Uma língua

Essa banda é uma língua na minha vagina


Garota explica para a amiga na Avenida Paulista que as músicas de sua banda preferida lhe causam prazer.

+++

This band is a tongue in my vagina


Girl explain to her friend at Avenida Paulista (São Paulo, Brazil) that the musics of her favorite band give her pleasure.

A maior chatice do Brasil

Estou aqui tentando descobrir qual é a maior chatice do Brasil:

- comemorações pela eleição do "Cristo Redentor" como uma das "7 maravilhas do mundo moderno" (tudo nesta história é lamentável: o concurso, o ufanismo brega mundial em prol do enriquecimento privado, e por aí vai)

- Domingão do Faustão (aliás, por que eu liguei a TV em um domingo?)

- Jogos Panamericanos (o apresentador diz isso aqui enquanto os atletas desfilam: "é o Brasil, o Rio de Janeiro, de braços abertos para o mundo! A festa é praticamente a de uma Olimpíada!". Ora, ora... será que só eu me incomodo com esse ufanismo brega?)

Definitivamente, ninguém merece isso. Ou não...

Pessoas estranhas


"PROIBIDO entrada de pessoas estranhas". Será que eu entro?

Cumbica

E o avião da Alitalia realiza um pouso tranqüilo e quando ele pára...

- Clap! Clap! Clap! Clap! Clap...

O rapaz ao meu lado explica:

- Típico.

+++

And the Alitalia airplane lands safely and when it stops...

- Clap! Clap! Clap! Clap! Clap...

The guy by my side explains:

- Typical.

10.7.07

Duomo x Mall of the Emirates


Duomo, Milan, Italy

++++


Mall of the Emirates, Dubai, UAE.

Milano


(clique na foto para acessar o álbum)
Algumas impressões sobre Milão:


- cerveja é vendida no supermercado. Chocante.
- mulheres de saia, mulheres de terno, mulheres de biquini tomando sol. Quantas mulheres na cidade!
- quanta mulher bonita, ohhh...
- puxo conversa com uma delas, e ela não me trata como um estuprador!
- casais jovens se beijando deitados na grama. Que inveja.
- Homens bem-sucedidos de terno e gravata voltam para casa de... bicicleta.

- Mulheres transportam seus bebês em... bicicleta.

Vem de repente uma tentação: "o que estou fazendo em Dubai???". Mas já passou, ufa.

+++

(click on the picture to access the album)
Some impressions about Milan:


- beer is freely sold in the supermarket. Quite shocking.

- girls in skirts, girls in suits, girls in bikinis taking a tan. How many girls in the city!
- I approach one of them, and I she doesn't treat me as a raper!
- young couples kissing themselves laid down in the grass. Oh, what a envy!
- Winners wearing suits and tie go back home by... bicycle.
- Girls carry their toddlers by... bicycle.

Suddenly, a temptation: "what am I doing in Dubai???". But it has already passed. Uff.

In the lift

- Excuse me, sir, could you blease bress B1?
- Sorry. Which floor? B1 or B1?
- B1.
- Ok.

The door opens at the P(arking) 1, the guy leaves the lift as he thanks the other one again:

- Thank you. Massalama.

++++

- Bor fafor, focê boderia abertar o B1?
- Berdão. Qual andar? B1 ou B1?
- B1.
- Ok.

A porta se abre no P1, o rapaz deixa o elevador enquanto agradece mais uma vez ao outro:

- Obrigado. Massalama.

Dubai Duty Free


Uma rifa não-usual: mil números de 500 DH por um carro esportivo. É o Dubai Duty Free dando a sua contribuição inteligente para o aquecimento global.

+++

An unusual raffle: one thousand tickets of 500 DH each for a sport car. This is Dubai Duty Free giving its intelligent contribution for the global warming.

8.7.07

Malpensa

Quatro horas passadas de vôo. O rapaz ao lado não expressa nenhuma reação. A não ser pedir o jornal com gestos para ler. Longos vôos são, quase sempre, momentos de reflexão, ao menos para passageiros que viajam sós, sem um interlocutor para conversar: há tempo para ler, para dormir, para ouvir música, ou simplesmente apara exercitar o silêncio, passando e repassando passagens da vida, imaginar conjecturas e reações em uma rua em que jamais esteve e que se cria na mente. Tudo é tão real e não surpreendentemente o futuro mostra que este lugar tão real não existe: vê-se a rua, vê-e a cafeteria, cria-se e ouve-se variantes de um sotaque de um idioma que não se domina mas que estranhamente se compreende (pode-se muita coisa quando se é o diretor da peça ruminada em pensamentos). Por fim, o comissário de vôo aparece:

- Acqua?
- Vino.
- Rosso ò bianco?
- Rosso.

O rapaz ao lado pede um suco. A comida chega. Não há por que não quebrar o silêncio:

- Dove è?
- What?
- Aren't you Italian?
- No, no... Algeria.
- Al Djazair...
- Yes. Al Djazair...
- Mais... tu vives à Dubai?
- Oh, tu parles français? Oui, c'est plus facile comme ça...

A solidão do avião é boa, mas conversar é bom também, e o tempo, literalmente, voa.

- Et l'Algerie, ça va maintenaint? C'est un endroit sécour pour voyager?
- Oui! Il y a dix ans déjà que tout est sécour là-bas. Il n'y a pas de souci.
- Mais... même pour les touristes?
- Oui, bien sûr, c'est tranqüile... et alors, presque tout le monde parle français, il n'y a aucun problème.
- Et le Kasbah? Est-ce que les touristes peuvent y rentrer?
- Oui, oui, c'est surtout un endroit touristique maintenaint...
- Tu sais, j'ai vu en film italian sur l'Algérie, "la bataille d'Argel"...
- C'est génial ce film, très connu en Argérie, surtout parce que tout ce que se passe là-bas est réelment passé. C'est la vérité...
- Et qu'est-ce que tu pense des autres pays d'Afrique? Tunisie, Maroc...
- Le Maroc, c'est magnifique... ouais... très grand, une vraie culture, très forte... et très libre. Tu peux tout faire, iani, sauf parler de la famille royal... ça peut te rendre des problème...
- Mais en Algérie, c'est le même, non?
- Si, en Algérie tu peux dire tout-ce que tu veux, en? En fait, je crois que c'est l'unique pays où tu peux dire tout-ce que tu veux...
- Chu asmak?
- Salim. Enchenté. - e põe a mão direita sobre o peito. - Et toi?
- Luís. Enchenté aussi.

O comissário de bordo passa e diz algo em italiano:

- Sorry?
- After we land, just wait in the airplane.
- Sorry...
- Ok, no problem, no problem... - e segue seu caminho.

O rapaz pergunta:

- Qu'est-ce qu'il a dit?
- Il a dit que il faut que tu attend dans l'avion quand on arrive. Peut-être que tu sais pourquoi...
- Oui, c'est à cause de mon visa... c'est notre destin. Nous algeriens, les marroquins... on a toujours de problèmes en Europe. Toujours de papiers... et toi, tu n'as pas besoin de visa?
- Non, heureusement...

O avião pousa:

- Bon, merci pour tout. Bon voyage!
- Merci, à toi aussi. Bonne chance!

Na saída, a comissária se despede:

- Arrivederci!

Ao lado da direita da escada, um ônibus, para onde todos se dirigem. Quase todos. Do lado direito, aproxima-se um veículo azul, de onde sai um rapaz de camisa azul, pistola em um cinturão branco. No veículo e na camisa está escrito: "POLIZIA". Salim está acostumado: desce sorrindo a escada carregando o carrinho de bebê de um casal que vem atrás. Abre o carrinho, despede-se. Entrega os papéis ao oficial e entra no furgão, que sai em alta velocidade pelo lado oposto do aeroporto.

Carnival Brazilian Party @ Savage Garden

Recebi a seguinte mensagem em meu celular:

Get ready to enjoy the best Carnival Brazilian Party at Savage Garden this coming wednesday 11th July 2007.


Fica aí esta dica para quem estiver por Dubai na próxima quarta-feira.

5.7.07

Orkut bloqueado

A Etisalat é outra empresa defensora da moral e dos bons costumes, ciente do dever a cumprir com a pátria e com as criancinhas: após reclamações de indefesos usuários de internet incapazes de não clicar em links didáticos, ela simplesmente bloqueou o acesso ao Orkut. Esses usuários temiam que pessoas pudessem usar comunidades para encontrar parceiros sexuais. Que perigo! Obrigado, Etisalat, por mais uma vez, proteger-nos de nossos instintos mais feios e bobos!

Ouvi dizer que alguns indecentes encontraram um jeito de driblar esta restrição: criaram contas no site http://www.yourfreedom.net e instalaram o software disponível para download neste site.

Como o site também é bloqueado, esses monstros estariam pedindo para amiguinhos desprivilegiados por não viverem em um lugar tão bem protegido para criarem uma conta para eles no site e enviarem o programa por e-mail. Feios! Bobos! Imorais!

+++
Etisalat is another company concerned about its duties with the nation: after complaints of defenceless internet users incapable of avoiding clicking on didactic links, it simply blocked the entire access to Orkut. These users feared that some people were using the site to find sexual partners. What a danger! Thanks again, Etisalat, for protecting us against our ugliest and foolishest instincts!

I heard that some indecent people found a way to bypass these restrictions: they created an account at http://www.yourfreedom.net and installed the software available to download on this website.

Once this website is also blocked, these monsters are asking unprivileged friends who do not live in such a protected place to create an account for them and to send the software by mail. Ugly! Fool! Imoral!

4.7.07

Aduana: atenção à bagagem

Está voltando ao Brasil do exterior?

Veja aqui a lista do que se pode ou não trazer do exterior.

Dentre os itens cuja entrada é proibida no país, atenção para este aqui:

Mercadoria atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem pública


É a Receita Federal cumprindo seu dever com a pátria, em defesa dos bons costumes, da moral, da ordem, das mulheres, das criancinhas e dos homens de bem. Muito bem!

Temperatura real, umidade e sensação térmica

2h da manhã. Acabo de sair de casa para ir até a loja de conveniência do bairro a 500m daqui. Déjà vu: calor envolvente, que vai esquentando o braço. A camiseta esquenta também e quando encosta na pele, começa a queimar levemente. Ar quente, difícil de respirar. Sensação de sauna úmida.

Chegando em casa de novo, vim à internet:

Temperatura: 34 graus
Umidade: 60%
Sensação térmica: 42 graus

Interessante este índice, sensação térmica: é exatamente esta a sensação que tive. Para entender melhor a relação entre temperatura real, umidade, sensação térmica e suas conseqüências, dê uma olhada neste link aqui.

++++
2 am. I've just left to buy water in the neighbourhood 500m from here. Déjà vu: involving heat, warming the arms. The T-shirt also warms up and when it touches the skin, start burning a little. Warm air, difficult to breath. Sensation of being in a steaming room.

Back home, I came to internet:

Temperature: 34 celsius
Humidity: 60%
Heat index: 42%

Interesting this heat index: it is exactly how I felt. To understand better the relationships among actual temperature, humidity, heat index and its consequences, take a look at this link.

3.7.07

Brasileiros no exterior - informações úteis

Está aberta para consulta pública a elaboração de um documento que compila informações úteis aos brasileiros que vivem no exterior.

A coordenação dos trabalhos está sendo feita pelo Ministério do Trabalho e qualquer pessoa pode ler e oferecer sugestões até o próximo dia 19 de julho de 2007.

O documento é bastante abrangente, e de fato, não se destina apenas para quem já está no exterior, mas também para quem está no Brasil e pensa em emigrar. Para quem está no Brasil, o documento tenta de maneira sensata evitar que alguém saia do país "por impulso". Para quem está fora, contém informações louváveis sobre dificuldades que todo mundo encontra um dia: prisão no exterior, repatriação, remessa de dinheiro, educação infantil, validade de vistos, reconhecimentos de diplomas obtidos no exterior, etc.

Para maiores informações, clique aqui. Nesta página tem um link onde você pode baixar o documento em formato pdf.

E aí, você é um expatriado experiente, que já passou vários perrengues mundo afora, leu o documento e achou que está incompleto? Vamos lá, dê a sua sugestão!

Masala Chai


Caro este ônibus de Ajmer para Udaipur: duzentas e tantas rúpias.

Caro? Vinte e poucos dirhams, dez e poucos reais, quatro e poucos euros, duas e poucas libras esterlinas.

Caro! Pagara 150 rúpias em um ônibus que sairia diretamente de Pushkar e que perdera por conta de uma purificante noite de vômitos e diarréia. Este sai de Ajmer. Ah, mas tem ar condicionado...

Caro: ônibus sujo, com marcas pretas de mão pelo revestimento bege do ônibus. O ônibus cheira mal. Fecho a janela, mas com a trepidação, a janela vai se abrindo aos poucos e deixando entrar o ar quente... mais adiante, o ar condicionado deixaria de funcionar e o jeito mesmo seria abrir a janela.

Ônibus caro, público seleto: ele segue com a metade da capacidade ocupada, passageiros em sua maioria de uma nova classe média da Índia. Classe média que assiste TV e consome eletrodomésticos vendidos por atores de Bollywood. Atrás de mim um rapaz fala ao telefone. “... zero-five-four...”, a nova classe média diz os números em inglês, e quando termina a ligação, “Thank you”.

Na rodoviária, o motorista pressiona, liga o motor e sai andando com a porta aberta. Os últimos passageiros entram com o ônibus em movimento. "Estamos atrasados", provavelmente disse em hindi o auxiliar do motorista. Auxiliar, ao menos é o que diz a autoridade que lhe dá o seu caderno de notas e o longo bigode. De fato, atrasados estamos: o ônibus deveria sair às duas, são duas e meia.

Autoridade: antes de deixar a cidade e sair estrada afora, o auxiliar abre a porta que separa a cabine do motorista, diz algo e assim o ônibus pára. Na calçada, um fogão e panelas grandes. Sobre elas, pendurada por uma linha ao galho da árvore, um papel que gira com um desenho da moeda de 1 rúpia. O rapaz apressa-se para abrir mais sacos de leite sobre uma das panelas, complementar o tempero que ferve na outra panela. E então, retira de um balde com água vários copos de vidro e os enfileira sobre a mesa improvisada.

Masala Chai, uma rúpia, 10 fils de dirham, 5 centavos de real, 2 cêntimos de euro. Quantas libras esterlinas? Um rapaz se apressa para pagar e ops! Lá se vai a moedinha de uma rúpia para dentro do caldeirão. Não tem problema! O rapaz segue girando o leite e começa a encher os copos com a mistura de chá, leite e moeda.

O ritual segue por cerca de quinze minutos. Pressa? Não há problema: a parada para o chá, tal qual as paradas para o xixi nas plantações ao lado da estrada, já está previstas no tempo total.

Por fim, o senhor bebe o último gole. Limpa o bigode com o lábio inferior, olha para o fundo do copo para, talvez, ter certeza. Coloca o copo sobre a mesa e diz a todos: "vamos!". O motorista, que descansa com os pés sobre o painel do ônibus retoma sua posição de trabalho e liga o motor: hora de seguir viagem.


++++++++++++++++++++++++++++++++


Expensive this bus from Ajmer to Udaipur: two hundreds e so rupies.

Expensive? Twenty some dirham, ten and some real, four and some euros, two and few pounds.

Expensive! I had paid 150 rupies for a bus that would leave directly from Pushkar, lost thanks to a purifying night of vomits and diarrhea. This leaves from Ajmer. Oh, but this one has air conditioning…
Expensive: dirty bus, with dark marks of hands across the beige covering of bus. It stinks. I close the window, but with the trepidation, it slides slowly letting the hot air to come in… finally, the air conditioning stopped working and the only thing to do was to let it opened indeed.

Expensive bus, selected public: it goes with half of its capacity, the majority of the passengers from a new middle class in India. Middle class that watches TV and consumes appliances sold by actors from Bollywood. Behind me, a guy talk in the mobile. “zero-five-four…” he says the numbers in English, and to end the call, “Thank you”.

At the bus station, the drivers pushes, turns on the engine and start moving with the doors opened. “We are late”, probably said in hindi the driver’s assistant. Assistant, at least is what is said by the authority given by his notebook and long mustache. In fact, late we are: the bus should have left at 2 pm, it is 2.30 pm.

Authority: before leaving the city and get the road, the assistant open the door that separates the driver’s cabinet, says something and the bus stops. In the pavement, a stove and big pans. Over there, hung by a thin thread tight to a branch of a tree, a piece of paper spins showing a 1-rupie coin. The guy hurried to open more milk plastic bags onto one of these pans and to add more spices to the water that boils in the other. And then, takes from a bucket with water several glasses and put them on the improvised table

Masala Chai, one rupie, 10 fils of dirham, 5 cents of real, 2 cents of euro. How many pounds? One hurry himself to pay and oops! There goes the 1-rupie coin into the milk. No problem! The guy just keeps twisting the milk with a spoon and start filling the glasses with this mixture of tea, milk and coin.

This ritual lasts about fifteen minutes. Hurry? There is no problem: the stop for tea, as the stops for passing water along the road, is already predicted in the total time of the trip.

The man sips his last sip, cleans the mustache with the lower lip, and looks again to the bottom of the glass, maybe to be sure. He leaves the glass on the table a says to everyone: “let’s go!”. The driver, who relaxes with the feet over the bus panel retakes his work position and turns the engine on: time to continue the trip.

2.7.07

Thought of the day



So many women in the world,
so many men in the IT department.

+++

Tanta mulher no mundo,
tanto homem no departamento de TI.

1.7.07

Well done!


E no mesmo dia que a empresa comemora a marca de 500 mil clientes (considerando a população local de 5 milhões e a penetração do celular já a 100% antes mesmo do início da operação, nada mal), faz também exatamente um ano que o seu Miguel, entre idas e vindas à Terrinha-Pá-Fuôdass, também conhecida como Fafe, aportou por aqui pela primeira vez.

Na primeira vez que saiu do aeroporto, 40 graus à noite, perguntou a si mesmo como alguém poderia ser feliz neste lugar. Um ano depois, ele até sorri para a foto. Um autêntico trabalhador, sempre ciente do dever a cumprir com a pátria e com os investidores.


Well done!

Fiat Lux



Stand at Dragon Market, huge Chinese Mall in Dubai, close to International City.

Para aprender uma língua

O rapaz se aproxima:

- Hey, tío! Sabes hacer caipirinha?
- Si, como no?
- Entonces, venga a la cocina. Las chicas necesitan de unha axuda tuxa...

Na mesa da cozinha, gelo, açúcar, limão amarelo. Não é o ideal, mas vamos lá.

- Sabes, tengo un amigo que se va allá ahora...
- Donde? A turismo?
- No, para vivir... cerca de Vigo.
- ah... mujer, no? Allá ellas son muy duras, tío...

Terminada a caipirinha, uma das garotas agradece:

- Muito obrigado!
- De nada. Mas você fala português?
- Pardon...
- Portugais... tu parles?
- Non, non, seulement ça: "mui-to o-bri-ga-do"... pero hablo español. Es muy cerca, no?

E saiu com a bebida. Mais tarde, com o copo quase vazio, ela se aproxima:

- Muy buena la caipirinha. Muy fuerte...
- Si, con cachaça no se brinca.
- Me parece como la vodka pero tiene un gusto más fuerte. Y me gusta el azucar al fondo...
- Pero es donde?
- J'suis française. En fait, franco-libanaise: ma mère est libanaise... - e segue tomando a caipirinha.
- Merci ktir...
- Ouais! Très libanais ça...
- Donc tu es déjà allée au Liban...
- Oui, oui, presque tout les années, on'y va pour les vacances. Cette année on n'a pas pu, à cause des derniers événements...
- Je comprend. Et tu parles arab aussi...
- Bien sûr, mais je ne l'écris pas bien. Enta kifak?
- Ça va, ça va... mais tu es de quel partie de la France?
- Bon, eee... en fait, la France n'a jamais été ma maison.
- Non?
- Non. Moi, j'suis née au Iraq. Après j'suis passée pour Qatar, Kwait, Bahrein, Oman, Chine, 2 ans en France pour mes études... y ahora Dubai.

Passou quase a vida toda no Oriente Médio. Como aprendera espanhol? O rapaz que se aproxima com outra caipirinha talvez tenha a resposta:

- Venga, querida - deu lhe um beijo e lhe disse com voz baixa, alisando suas pernas - vamos al terrazo con la xente.
- Si, mi amor.

Shatta Tower

iglou deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eu já sabia...":

E tu, não assinou?


Assinei sim. Um doce para descobrir qual comentário é o meu. ;-)