Sexta-feira, aproveito para fazer um passeio pelo Old Souq. Aguardem fotos e vídeos. Tudo diferente, parece outra cidade. Mas a cena que mais me chocou não foi a do mercado, mas sim de um avô carregando sua neta no colo, aparentemente de uns 3 anos.
O avô parando em frente a uma m´quina de garrafas d'´gua e comprando uma para sua neta. Ao final, a garota beija a m´quina e bate palmas para um avô que ri, bobo de felicidade.
Seria uma cena normal, se a menina não fosse menor do que uma boneca de colo, menor que um bebè prematuro. Ela tinha cabelo comprido e devidamente cortado, e conversava fluentemente com seu avà. Digo avô, porque tinha cabelos grisalhos e uma cara de alegria desconcertada que só os avós diante do primeiro neto possuem.
Em geral, indianos são um povo muito simples, inocente, curioso: quando vê algo diferente, pára e fica olhando. Foi por essa razão que tirei o capacete quando parei a bicicleta para tirar fotos: quando notei, havia três à minha volta, parados e olhando com um olho enorme para mim e para minha câmera. Mas ali no Souq foi demais: enquanto o senhor comprava a água, formou-se uma roda com mais de 30 indianos para observar o "espetáculo". A garota, que deveria possuir 2 ou 3 palmos de altura, possuía o nariz e os olhos assimétricos, ligeiramente deformados. Ela batia palmas de alegria, e seu avô, alheio a tudo e a todos, seguiu seu caminho, abrindo um buraco na roda de curiosos que se formou a sua volta.
Há certas coisas que não se fotografa.
13.10.06
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2 comentários:
Pois nem sempre a foto consegue revelar o encanto do momento!!
Que bonita sua percepção e a atitude de apenas descrever um momento tão único.
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