Alguns quarteirões após a saída da loja, os braços ainda tremem. Um sutiã, 80 €?! Não pode ser. 80 € são 400 dirhams. 200 reais. Deve ter sido algum trote. Lembrancinha desse preço?
Deve haver algum jeito. A frente, uma galeria. Mais calcinhas. Dentro da loja, a mulher responde de maneira hostil "procure em um sex shop". Tá bom, tá bom. Mais tarde encontraria de fato algo parecido em um sex shop de Pigalle, mas a calcinha tinha um rasgo no meio. Não é bem isso o que ela quer...
Faz frio, a fome aperta. Hora do café. Uma porta aberta e apenas uma senhora dos seus quarenta anos atrás do balcão.
- Bonjour, monsieur.
- Bonjour. Je veux un café-crème et un crèpe au chocolat.
- À emporter ou à la table?
Diferença marcante: "à table" significa um adicional no preço. Literalmente, paga-se pra sentar. Mas tudo bem. Talvez renda uma informação importante:
- Excusez-moi, madame.
- Oui.
- Peut-être que vous pourriez m'aider...
- Oui...
- Je cherche... bon, une amie m'a démandé...
- Oui...
- Un soutien gorgé... balconé et tigré.
- Hahahahahahahahahahahahah...
É incrível como o formalismo nessas horas cai por terra. Hahahah. Não tem graça. Ela indicou voltar aos lados da Galeria La Fayette. "Ou va a um sex shop, hahahahahah...". E o preço? "Il y en a de tout. De 20 € à bien plus que 100 €...". Que horror.
2.11.07
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