10.12.07

Carta ao estranho íntimo

Mais um ano.

Tenho pensado ultimamente sobre a passagem do tempo: lembranças de um referencial qualquer congelado no tempo, saudades de pessoas e locais que não existem mais como eram porque tudo muda. Vem-me ao acaso a memória de uma família de amigos descentes de japoneses no Brasil: meu amigo aprendeu japonês com o pai, e quando foi para o Japão, todos riam dele, porque falava um japonês antigo, e guardava costumes que ninguém mais lembrava ou achava importante... o Japão de seus pais e avós já não existia mais.

Tudo muda? Voltei ao Brasil, na Avenida Paulista tinha dois ou três prédios novos. Reencontrei um cara legal: Todomundo. Supresa: Todomundo estava igual, só um pouco mais velho e com uma mania de lembrar de fatos dos quais não participei. O Brasil parece o mesmo.

Tudo muda: na esquina depois do MASP, a senhora louca de guarda-chuvas não estava mais lá.

Na volta à Dubai passei por Milão. Em frente à estação de trem, passou um furgão de floricultura. Advinha o nome... assim como hoje, pensei em alguém que provavelmente não é mais você (assim espero, pois a princípio, toda mudança acrescenta algo de bom). Espero que esteja tudo bem, que esteja feliz e em paz.

Abraço,

.

2 comentários:

Anônimo disse...

Misterio..

Vi e falei disse...

Nossa! Isto sim é uma declaração de saudades