26.8.06

A britânica do avião, shisha e Arábia Saudita

Não sei se já comentei, mas no avião de Amsterdam-Dubai, uma inglesa que sentava próximo de mim puxou conversa: ela queria que eu passasse junto com ela na alfândega por causa das 8 garrafas de bebida alcoólica que possuía na mala ( o limite é 4 por pessoa). Ela disse que poderia me ajudar a encontrar um lugar para morar.

Liguei na terça-feira para ela e combinamos de nos encontrar no Mall of Emirates. Quando chego lá, ela me espera em um bar super luxuoso, o Emporio Armani Café. Ela fumava shisha, eu não fumo, dizem que uma sessão de shisha equivale a um maço de cigarro normal, então pedi um suco de alguma coisa vermelha que custava uns 15 dhs.

Ela estava no horário de almoço de seu trabalho. Ela é Personal assistant para um empresário americano. Como ela fala árabe, seu trabalho é o de uma super-secretária, alugando prédio para a empresa, mobiliando, alugando casa, carro, e tudo o mais o que for preciso.

Ela aprendeu árabe porque morou por 10 anos na Arábia Saudita com sua família. Como ela suportou viver num país com tantas restrições? Segundo ela, dá pra levar uma vida normal, com festas noturnas escondidas e bebidas alcoólicas e tudo mais, basta conhecer as pessoas certas... muito risco pro meu gosto.

Contei a ela meus planos de ir para a Europa de bicicleta e perguntei como seria atravessar a Arábia Saudita. Ela riu: “não dá”. Primeiro porque lá homens são proibidos de ter cabelo comprido (que invasão do Estado, não?), segundo porque quando se entra no país, o passaporte fica retido na alfândega, ou seja, em tese você precisa sair do país pelo mesmo lugar por onde entrou, não dá pra cruzar o país... enfim, não sei se me convenceu. leiam este texto sobre a viagem de 2 ingleses que em 1983 saíram da Itália e pedalaram até Dubai.:

http://www.saudiaramcoworld.com/issue/198301/by.bike.to.dubai.htm

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