21.1.08

Inconfidência Mineira

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Visitando Israel":


comedores de pão-de-queijo se orgulham de seu "Libertas quae sera tamem"

sou mineiro e gostaria de explicações sobre isso. devo encarar como uma ofensa?



Postado por Anônimo no blog Dubai F. C. em Segunda-feira, 21 Janeiro, 2008

Caro Anônimo,

Os leitores, por vezes, surpreendem o sheik. Como você conclui que eu me referia a um mineiro? Oras...

E o leitor varonil lança um brado beligerante e ufanista - Calúnia! - e já conspira contra o Sheik, estudando maneiras e artimanhas para extorquir alguns de seus camelos e concumbinas.

Ah, as conspirações mineiras... tranqüilize-se, caro leitor: uma das qualidades do Sheik é a misericórdia. Ele (o Sheik) não utilizará dos mesmos métodos que utilizaram seus patrícios de além-mar contra o pobre dentista (dá pra chamar de dentista alguém com o apelido de Tiradentes? Se bem que há muitos dentistas hoje em dia que merecem tal alcunha), que não contentes em enforcar o pobre coitado, esquartejaram seu corpo e espalharam suas peças de carne pelas ruas. O Sheik é da paz, e trilha o caminho da argumentação, da persuasão (embora Sheik seja Sheik, e tenha sempre a última e suprema palavra sobre os mortais).

comedores de pão-de-queijo se orgulham de seu "Libertas quae sera tamem"


Os Sheiks são assim: colocam o dedo na ferida. Ofensa? A asserção acima ilustra, tal como as demais, tal qual sua reação, como identidades não se constroem apenas em torno de vitórias. E nada mais. Pão-de-queijo? Portugueses produzem e consomem vinhos. Mineiros? Dizem que até nas festas da Embaixada Brasileira no Irã não se consome Ferrero Rocher (como obviamente se haveria de supor) mas o dito pain au frommage.

Tiradentes: herói ou uma construção? Interessante: quando eu era criança e estudava no deserto a história da terra estranha onde nasci, sempre confundia seus retratos com os de Jesus Cristo. Coincidência ou não, o fato é que mataram o sujeito. Nestas horas, lembro sempre dos ensinamentos de meu velho pai, que me dizia enquanto ordenhava uma camela: "Mais vale um covarde vivo que um herói morto". Talvez por isso, eu tenha sempre uma simpatia por aqueles que se curvam diante de mim (os Sheiks são assim, modestos). Feliz a pátria que não necessita de heróis.

Libertas quae sera tamem. Ofensa? Abstenho-me de comentários. Deixo-o com palavras de seu conterrâneo:


(...)
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
(...)


Obs.: Pão-de-queijo... faz tempo. Preciso dar um pulinho no Carrefour.

Beijocas de polvilho nas axilas,

do Sheik.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olah,

tbm n entendi pq ele ficou ofendido.

Nao sei pq, mas se for assim, tupiniquim n seria ofensivo tbm?Afinal chamar todo brasileiro de indio- tupiniquim eh o nome de uma tribo.

Anônimo disse...

Deixo aqui a letra de uma musiquinha que aprendi na escola primaria.

Ensinar este tipo de musiquinha e um metodo eficiente de incrustar minhocas na cabeca das criancinhas. Vai ver foi o caso deste senhor que esta se debatendo por pouco.


De fato, nao consigo esquecer esta estupenda letra. Antes eu tivesse aprendido como fazer pao de queijo ...


Joaquim Jose da Silva Xavier
O alferes tiradentes
Se tornou em pouco tempo
Chefe dos Inconfidentes

Foi traido por Silverio dos Reis
Sem temer a propria sorte
Inocentou os amigos
E foi condenado a morte

La, La, La, La, La ....