Em uma pousada no interior remoto de um país onde não se aceita cartões de crédito internacionais, o menino de olhos verdes conta o dinheiro restante. Após dias de observação, o gerente da pousada intercepta o rapaz em um momento oportuno: "quer ajudar uma família?"
Em um canto mais reservado, explica: ajudar uma família que não pode ter filhos. Tudo em sigilo, em um país onde as liberdades individuais não incluem este tipo de boa ação. A recompensa: um acerto financeiro entre as despesas de estada, talvez uma extensão da duração da viagem por mais alguns dias e países.
Mesmo sem conhecer a família, aceita a empresa; durante uma semana, fornece o material necessário até a confirmação do fato consumado. Felicidade ingênua de quem não pensa muito em implicações de um ato, que se explica na felicidade alheia. Ajudando uma família anônima que começa a ganhar rosto na cozinha do hotel. Moça que carrega peso até ser interrompida: "mulher grávida não carrega peso!".
Dias depois, o gerente da pousada lhe pergunta: "quer conhecer a família que você ajudou?" - sim é a resposta. Seguiram então até um dos quartos, e lá está a família do próprio gerente. "Muito obrigado!" - completou.
E veja como são as coisas: quando bebo café turco, vejo apenas a própria borra escorregando de um lado para outro no fundo da xícara. Nada mais.
Mistério.
27.1.08
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Um comentário:
mui loco!
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