E você deve estar se perguntando: acabou o Dubai F.C.?
Veja bem... não acabou, mas anda me faltando tempo para atualizar...
... falta de tempo, concordo: bela desculpa. Falta de tempo não existe, o que ocorre de fato é uma mudança de prioridades. E enquanto a prioridade não chega de volta ao Dubai F.C., fica aqui um novo endereço: Paris F.C..
É isso aí.
Beijocas de um ex-sheik,
Luís
20.6.08
12.6.08
12 de junho
É de manhã: moça decidida que vai ao comércio pensando no moço. Loja de lingeries: "De renda". Papelaria: "De carta". Perfumaria. Escolheu e escolheu e escolheu e estendeu o cartão: "Parcela em três vezes?"
É tarde, sol que atravessa a vidraça, ilumina a moça que desenha. Giz preto sobre a folha bege. Fantasias, versos de Adélia Prado:
É quase noite. Banho, roupa nova, maquiagem, embalagem com um cartão. Espera...
Espera. O moço que chega suado de bicicleta vestido de dia comum. Espanto: "Tem festa hoje?".
É noite. Desencanto: louça partida. Conserto? Colam-se os cacos... mas ficam as marcas.
É tarde, sol que atravessa a vidraça, ilumina a moça que desenha. Giz preto sobre a folha bege. Fantasias, versos de Adélia Prado:
Janela
Janela, palavra linda.
Janela é o bater das asas da borboleta amarela.
Abre pra fora as duas folhas de madeira à-toa pintada,
janela jeca, de azul.
Eu pulo você pra dentro e pra fora,
monto a cavalo em você,
meu pé esbarra no chão.
Janela sobre o mundo aberta, por onde vi
o casamento da Anita esperando neném,
a mãe do Pedro Cisterna urinando na chuva,
por onde vi meu bem chegar de bicicleta
e dizer a meu pai: minhas intenções com sua filha
são as melhores possíveis.
Ô janela com tramela, brincadeira de ladrão,
clarabóia na minha alma,
olho no meu coração.
É quase noite. Banho, roupa nova, maquiagem, embalagem com um cartão. Espera...
Espera. O moço que chega suado de bicicleta vestido de dia comum. Espanto: "Tem festa hoje?".
É noite. Desencanto: louça partida. Conserto? Colam-se os cacos... mas ficam as marcas.
6.6.08
"A morte de um sheikh?!" ou "Em busca de Passárgada"
Paris, 06 de junho de 2008
(repare leitor, já começo este post arrotando caviar. O que escrevo abaixo deve ser importante...)
Caro leitor,
Lendo agora o título acima, penso que é forte e desmedido: talvez eu o mude para "O exílio de um Sheikh", pois é o que de fato ocorreu.
Sim, leitor: fugi às pressas de Dubai, apenas com alguns alforjes e um camelo. Viagem longa: da despedida em Dubai foram muitos dias de viagem até aqui chegar:

... de barco até Bandar Lengeh (Irã)...

... de ônibus até Shiraz com temperaturas acima de 45 graus ...

... de camelo atravessei planícies agrícolas, montanhas e desertos...


... até chegar em Isfahan, a cidade mais bonita da Pérsia:



E como cheguei até aqui? Longa história, leitor. Você é demasiado curioso.


Fuga, mas também um período de imersão. Imersão na hospitalidade persa.


Imersão em reflexões sobre o tempo e sobre a brevidade de nossa existência, seja como indivíduo, seja como nação, nas ruínas de Persépolis, Passárgada, Nagh-e-Rostam...



Repare no guarda tirando catota do nariz ao lado da coluna onde está escrito "Eu sou Ciro, Rei da Pérsia", em Passárgada. O guarda ali e eu aqui, tentando entender Manuel Bandeira...
Durante esse período refleti muito sobre o novo papel desse blog. Dei cabeçadas na parede. Enfiei farpas de palha sob minhas unhas. Lixei meus dentes nas pedras das ruínas. Pedalei em subidas com sol quente, em planícies com vento-contra. Fiz cocô em latrinas e limpei com o dedo.
Acalme-se, leitor. Este blog continua a ser redigido em meu exílio. Era assim na década de 70 no Brasil, né? Cantores cansavam de lutar contra o regime e se exilavam em Paris, Londres... que luxo.
Que luxo? Quem já foi rei, nunca perde a majestade. Confesso que estou ainda muito triste: estou com uma saudade enorme da quantidade de homens de Dubai, do aperto nos elevadores da Shatta Tower. Do barulho constante dos aparelhos de ar-condicionado. Mas aí tomo um café, como uma baguete, vejo meninas pedalando pelas ruas... e ela logo passa.
Não me entenda mal: minha intenção não é lutar contra o regime. Não quero mudar o mundo. Esta nova fase deste blog não é uma fase de revanche, o que importa é o amor. Dias atrás um rapaz aqui me abordou:
Esse comentário entrou pelos meus ouvidos como um pão seco descendo pela garganta, sem água. Veja bem...
... é como eu disse: não quero mudar o mundo. Continuarei dando dicas até que elas se esgotem por si só, tornem-se antigas. A diferença é que agora o faço apenas com um pouquinho mais de liberdade, menos temores.
E o ex-sheikh aqui ficará feliz se a leitura deste blog (e de todo o histórico aqui acumulado em quase 2 anos) ajude a reduzir a distância entre as (enormes) expectativas de quem vê Dubai pela TV e de quem chega na cidade para morar. E que cada um consiga encontrar a sua Passárgada, inclusive eu.
É isso. Beijos e abraços de um ex-sheik.
Luís
(repare leitor, já começo este post arrotando caviar. O que escrevo abaixo deve ser importante...)
Caro leitor,
Lendo agora o título acima, penso que é forte e desmedido: talvez eu o mude para "O exílio de um Sheikh", pois é o que de fato ocorreu.
Sim, leitor: fugi às pressas de Dubai, apenas com alguns alforjes e um camelo. Viagem longa: da despedida em Dubai foram muitos dias de viagem até aqui chegar:
... de barco até Bandar Lengeh (Irã)...
... de ônibus até Shiraz com temperaturas acima de 45 graus ...
... de camelo atravessei planícies agrícolas, montanhas e desertos...
... até chegar em Isfahan, a cidade mais bonita da Pérsia:
E como cheguei até aqui? Longa história, leitor. Você é demasiado curioso.
Fuga, mas também um período de imersão. Imersão na hospitalidade persa.
Imersão em reflexões sobre o tempo e sobre a brevidade de nossa existência, seja como indivíduo, seja como nação, nas ruínas de Persépolis, Passárgada, Nagh-e-Rostam...
Repare no guarda tirando catota do nariz ao lado da coluna onde está escrito "Eu sou Ciro, Rei da Pérsia", em Passárgada. O guarda ali e eu aqui, tentando entender Manuel Bandeira...
Durante esse período refleti muito sobre o novo papel desse blog. Dei cabeçadas na parede. Enfiei farpas de palha sob minhas unhas. Lixei meus dentes nas pedras das ruínas. Pedalei em subidas com sol quente, em planícies com vento-contra. Fiz cocô em latrinas e limpei com o dedo.
Acalme-se, leitor. Este blog continua a ser redigido em meu exílio. Era assim na década de 70 no Brasil, né? Cantores cansavam de lutar contra o regime e se exilavam em Paris, Londres... que luxo.
Que luxo? Quem já foi rei, nunca perde a majestade. Confesso que estou ainda muito triste: estou com uma saudade enorme da quantidade de homens de Dubai, do aperto nos elevadores da Shatta Tower. Do barulho constante dos aparelhos de ar-condicionado. Mas aí tomo um café, como uma baguete, vejo meninas pedalando pelas ruas... e ela logo passa.
Não me entenda mal: minha intenção não é lutar contra o regime. Não quero mudar o mundo. Esta nova fase deste blog não é uma fase de revanche, o que importa é o amor. Dias atrás um rapaz aqui me abordou:
Dubai?! Por que é que você saiu de lá? Dubai é lindo! Dubai é um paraíso! Eu vi na TV!
Esse comentário entrou pelos meus ouvidos como um pão seco descendo pela garganta, sem água. Veja bem...
... é como eu disse: não quero mudar o mundo. Continuarei dando dicas até que elas se esgotem por si só, tornem-se antigas. A diferença é que agora o faço apenas com um pouquinho mais de liberdade, menos temores.
E o ex-sheikh aqui ficará feliz se a leitura deste blog (e de todo o histórico aqui acumulado em quase 2 anos) ajude a reduzir a distância entre as (enormes) expectativas de quem vê Dubai pela TV e de quem chega na cidade para morar. E que cada um consiga encontrar a sua Passárgada, inclusive eu.
É isso. Beijos e abraços de um ex-sheik.
Luís
22.5.08
Drinking water
Pia em uma rua, ao lado de uma mesquita...
A palavra correta seria "waste". Mas estudar o erro alheio ajuda a entender como o outro vê e interpreta o mundo ao seu redor.
Em árabe há uma letra, و, cuja pronúncia é ua. Curiosamente, é sempre transcrita para o alfabeto ocidental como w ou wa. Esta letra, sozinha, significa "e".
Assim, parece-me que, pensando com a cabeça de alguém alfabetizado em árabe, wiste faz todo o sentido, com a exceção do "i" alienígena.
Mais curioso ainda é ver que em farsi, و pronuncia-se como "va" e esta letra, sozinha, também significa "e". Isso também explica por que iranianos que aprenderam tardiamente inglês tendem a pronunciar todos os "w"s como "v"s: vere are you?, I vant vater. Ven is your flight?
Alguns indianos também tem essa pronúncia "envezada", mas não tenho idéia do por que.
Enfim.
Isto é tchicu
21.5.08
Arfan, um afegão
Mais um táxi, mais um aceno. Finalmente um táxi com motorista de bigode e óculos escuros pára:
- Good afternoon, sir.
- Umm Suqeim, please.
- Sheik Zayed Road? Al Wasl?
- Sheik Zayed Road, please, I'm in a hurry, it needs to be fast...
- Ok, sir...
No rádio, sintonia no canal indiano, cantora de voz aguda. Ao chegar na rodovia, o táxi é ultrapassado por uma BMW da polícia.
- No seu país, como são os carros da polícia? São como esses?
- Não, não são BMW...
- E são como?
- Bom... são carros novos, mas não caros como esses...
Ele acena para o porta-luvas:
- Abra. Há fotos de carros de polícia aí dentro.
De fato, ali estavam duas fotos. Em uma dois rapazes com fardas policiais posam ao lado de uma motocicleta da Polícia. No outro, os mesmos 2 rapazes posam ao lado de uma caminhonete Mitsubishi:
- American car, sir! Bullet proof!
- Algum parente?
Ele tira os óculos e aponta para o policial de olhos claros, topete, farda e sandálias.
- Este aqui sou eu... - mas o tempo cobra seu preço, levou seu topete, aumentando a testa:
- Isso foi lá em 91 e 92. Afeganistão!
Boa parte dos paquistaneses e afegãos possuem olhos claros. Dizem que é um resquício da passagem do exército de Alexandre, o Grande, pela região.
- Então você fala Dari?
- Não, não. Eu falo Pachtu!
- Então é pertinho do Paquistão...
- Sim. Em uma distância como que daqui no Western Union (do outro lado da Sheik Zayed) e você está no Paquistão. Mas agora o Paquistão fechou a fronteira com cercas e arame farpado...
- 91, 92... isso já é época dos Talebãs, não é?
- sim, sim! Eles ainda têm muito poder na minha cidade. Por isso que vim para Dubai. Agora os talebãs visam Mas minha vaga está garantida: sou registrado. Quando os talebãs forem eliminados, volto para a Polícia!
- bom... pela sua opinião, vejo que você não acredita que eles são bons para o país...
- Olha, só... o Islã, não é essa coisa violenta. Você não pode sair por aí matando desse jeito em nome do Islã. O Islã é amor, é paz...
- Então você mora sozinho aqui?
- Não, minha esposa acabou de ir para a Índia, de férias... ela é indiana, de Mumbai...
Ele vai contando como é que um afegão se casa com uma indiana. Trabalhavam juntos no Spinneys: ela, supervisora de frota; ele, motorista. Até um dia em que chegou para ela e disse:
- Aprecio muito a nossa amizade. Gostaria que você pensasse a respeito. Gostaria de tê-la a meu lado.
- Preciso de um tempo para pensar.
Passada uma semana, ela troca seu turno de diurno para noturno. Ele protesta:
- Isso não é correto!
- Por favor, aguarde, aguarde. Já há pessoas na empresa desconfiadas...
Passou mais um mês até um dia em que perdeu a paciência: comprou uma flor, uma rosa, coisa de 8 a 10 dirhams. Colocou a melhor roupa e foi de manhã no supermercado e fez uma declaração mais ou menos assim, na frente de todo mundo:
- Escuta! Não me importa sua religião, língua ou sua nacionalidade. A única coisa que eu quero é ficar com você.
Ela protesta:
- Mas você já é casado no seu país!
Ai eu pergunto:
- Mas você já era casado no Afeganistão?
Ele se defende:
- Sim! Mas eu fiz tudo certinho: pedi permissão!
- E a esposa afegã? aceitou?
- Sim!!!
- Bom... neste caso, se ela aceitou, então tudo bem!
- Sim! E a indiana aceitou! Todos os colegas que estavam ali bateram palmas...
Ele conta orgulhoso das qualidades de suas esposas: a afegã, descendente de Tadjiks. "A família dela veio lá do norte, ele é diferente... mas falamos em pachtu, no problem...". A indiana, sua ex-chefe, mulher independente. "Eu não sei explicar, não sei se é a pele, o cheiro, ou o jeito: a indiana me atrai!"
O táxi sai da Sheik Zayed e se aproxima do semáforo da Al Manara Street com Al Wasl Road:
- Left, sir?
- No, straight ahead.
Uma boa oportunidade para mudar de assunto:
- E você, vem de onde?
- Brasil...
- Ah, very good football players... the best. Pelé, Ronaldo, Roberto... Já ouviu falar de Pelé?
- Sim, acho que já ouvi falar...
- Man, bola no pé de Pelé é gol! 100%! Pelé is a poet! Pelé is the best!
Chegamos. Ele não precisava falar de futebol para ganhar simpatia. No marcador está 27 DH. Tiro 30 DH. Ele procura moedas de troco. Mas 3 DH não pagam uma boa estória...
- Thank you, sir.
- What your name, again?
- Arfan! From Afganistan!
Arfan, do Afeganistão: sorriso largo de dentes abertos. Um aperto de mão. Desejo boa sorte para ele e suas esposas. Ele abre as mãos, olha para o céu e diz "Inch'Allah! God bless you, too!".
- Good afternoon, sir.
- Umm Suqeim, please.
- Sheik Zayed Road? Al Wasl?
- Sheik Zayed Road, please, I'm in a hurry, it needs to be fast...
- Ok, sir...
No rádio, sintonia no canal indiano, cantora de voz aguda. Ao chegar na rodovia, o táxi é ultrapassado por uma BMW da polícia.
- No seu país, como são os carros da polícia? São como esses?
- Não, não são BMW...
- E são como?
- Bom... são carros novos, mas não caros como esses...
Ele acena para o porta-luvas:
- Abra. Há fotos de carros de polícia aí dentro.
De fato, ali estavam duas fotos. Em uma dois rapazes com fardas policiais posam ao lado de uma motocicleta da Polícia. No outro, os mesmos 2 rapazes posam ao lado de uma caminhonete Mitsubishi:
- American car, sir! Bullet proof!
- Algum parente?
Ele tira os óculos e aponta para o policial de olhos claros, topete, farda e sandálias.
- Este aqui sou eu... - mas o tempo cobra seu preço, levou seu topete, aumentando a testa:
- Isso foi lá em 91 e 92. Afeganistão!
Boa parte dos paquistaneses e afegãos possuem olhos claros. Dizem que é um resquício da passagem do exército de Alexandre, o Grande, pela região.
- Então você fala Dari?
- Não, não. Eu falo Pachtu!
- Então é pertinho do Paquistão...
- Sim. Em uma distância como que daqui no Western Union (do outro lado da Sheik Zayed) e você está no Paquistão. Mas agora o Paquistão fechou a fronteira com cercas e arame farpado...
- 91, 92... isso já é época dos Talebãs, não é?
- sim, sim! Eles ainda têm muito poder na minha cidade. Por isso que vim para Dubai. Agora os talebãs visam Mas minha vaga está garantida: sou registrado. Quando os talebãs forem eliminados, volto para a Polícia!
- bom... pela sua opinião, vejo que você não acredita que eles são bons para o país...
- Olha, só... o Islã, não é essa coisa violenta. Você não pode sair por aí matando desse jeito em nome do Islã. O Islã é amor, é paz...
- Então você mora sozinho aqui?
- Não, minha esposa acabou de ir para a Índia, de férias... ela é indiana, de Mumbai...
Ele vai contando como é que um afegão se casa com uma indiana. Trabalhavam juntos no Spinneys: ela, supervisora de frota; ele, motorista. Até um dia em que chegou para ela e disse:
- Aprecio muito a nossa amizade. Gostaria que você pensasse a respeito. Gostaria de tê-la a meu lado.
- Preciso de um tempo para pensar.
Passada uma semana, ela troca seu turno de diurno para noturno. Ele protesta:
- Isso não é correto!
- Por favor, aguarde, aguarde. Já há pessoas na empresa desconfiadas...
Passou mais um mês até um dia em que perdeu a paciência: comprou uma flor, uma rosa, coisa de 8 a 10 dirhams. Colocou a melhor roupa e foi de manhã no supermercado e fez uma declaração mais ou menos assim, na frente de todo mundo:
- Escuta! Não me importa sua religião, língua ou sua nacionalidade. A única coisa que eu quero é ficar com você.
Ela protesta:
- Mas você já é casado no seu país!
Ai eu pergunto:
- Mas você já era casado no Afeganistão?
Ele se defende:
- Sim! Mas eu fiz tudo certinho: pedi permissão!
- E a esposa afegã? aceitou?
- Sim!!!
- Bom... neste caso, se ela aceitou, então tudo bem!
- Sim! E a indiana aceitou! Todos os colegas que estavam ali bateram palmas...
Ele conta orgulhoso das qualidades de suas esposas: a afegã, descendente de Tadjiks. "A família dela veio lá do norte, ele é diferente... mas falamos em pachtu, no problem...". A indiana, sua ex-chefe, mulher independente. "Eu não sei explicar, não sei se é a pele, o cheiro, ou o jeito: a indiana me atrai!"
O táxi sai da Sheik Zayed e se aproxima do semáforo da Al Manara Street com Al Wasl Road:
- Left, sir?
- No, straight ahead.
Uma boa oportunidade para mudar de assunto:
- E você, vem de onde?
- Brasil...
- Ah, very good football players... the best. Pelé, Ronaldo, Roberto... Já ouviu falar de Pelé?
- Sim, acho que já ouvi falar...
- Man, bola no pé de Pelé é gol! 100%! Pelé is a poet! Pelé is the best!
Chegamos. Ele não precisava falar de futebol para ganhar simpatia. No marcador está 27 DH. Tiro 30 DH. Ele procura moedas de troco. Mas 3 DH não pagam uma boa estória...
- Thank you, sir.
- What your name, again?
- Arfan! From Afganistan!
Arfan, do Afeganistão: sorriso largo de dentes abertos. Um aperto de mão. Desejo boa sorte para ele e suas esposas. Ele abre as mãos, olha para o céu e diz "Inch'Allah! God bless you, too!".
Marido quer ir pra Dubai...
Lika deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Minha querida aula de árabe II":
Postado por Lika no blog Dubai F. C. em Segunda-feira, 19 Maio, 2008
Olá Lika,
Há algumas brasileiras na região na situação que você descreve: seus maridos, brasileiros ou não, trabalham por aqui, e elas não falam inglês. Muitas têm crianças para cuidar, o que preenche o tempo, outras não.
Sem inglês, fica difícil de encontrar trabalho por aqui. Torna quase impossível tirar carta de motorista (não defendo o transporte motorizado individual, mas em Dubai, é como uma carta de alforria). Sem inglês, seu círculo de amigos acaba ficando restrito à comunidade lusófona ou à italiana (não há muitos, mas há).
Sem emprego, Dubai acaba se resumindo a: praias, supermercados, salões de beleza shopping centers, compras, compras, compras... e até psiquiatras. Se você gosta de esportes, há também muito o que fazer.
O salário pagará as contas? Bom, aí já é outra estória: todos os professores de inglês que conheci são jovens e solteiros e eles não davam aulas em Dubai, mas nos outros emirados e cidades, onde a presença estrangeira não é tão grande. Salvo raras exceções, oriundos de países onde inglês é sua língua nativa. De repente, vale a pena uma viagem de férias até aqui para conferir.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
Olá,
Meu nome é Alice e moro em Salvador. Meu marido é italiano e professor de inglês, e
agora está com vontade de trabalhar em Dubai pois se cansou do carnavalismo diário baiano. Tá cheio de festa, festa e festa. Acontece que eu só falo 3 palavras em inglês: Num Lock, Caps Lock e Scroll Lock; estão escritas aqui no meu teclado.
Vc acha que minha vida aí será um mar de rosas? Que diabos posso eu fazer aí pra não morrer de tédio? Será que posso dar aulas de samba ou fazer um show de axé/afro em algum hotel? Porque vida de dona-de-casa-24hs seja lá em que país for já me deixa cheia de bolotas roxas.
Será que meu digníssimo vai conseguir um trabalho que dê a ele din-dim suficiente para pagar meu psiquiatra, já que vou ter depressão pós chegada a Dubai? Eu preferia ir para a Polinésia mas quem vai tirar essa idéia infâme da cabeça desse tresloucado?
Vc pode me dar umas dicas? Não sei se estou sendo pessimista mas tô vendo "hara" pela frente.
Bjs Sheik
Postado por Lika no blog Dubai F. C. em Segunda-feira, 19 Maio, 2008
Olá Lika,
Há algumas brasileiras na região na situação que você descreve: seus maridos, brasileiros ou não, trabalham por aqui, e elas não falam inglês. Muitas têm crianças para cuidar, o que preenche o tempo, outras não.
Sem inglês, fica difícil de encontrar trabalho por aqui. Torna quase impossível tirar carta de motorista (não defendo o transporte motorizado individual, mas em Dubai, é como uma carta de alforria). Sem inglês, seu círculo de amigos acaba ficando restrito à comunidade lusófona ou à italiana (não há muitos, mas há).
Sem emprego, Dubai acaba se resumindo a: praias, supermercados, salões de beleza shopping centers, compras, compras, compras... e até psiquiatras. Se você gosta de esportes, há também muito o que fazer.
O salário pagará as contas? Bom, aí já é outra estória: todos os professores de inglês que conheci são jovens e solteiros e eles não davam aulas em Dubai, mas nos outros emirados e cidades, onde a presença estrangeira não é tão grande. Salvo raras exceções, oriundos de países onde inglês é sua língua nativa. De repente, vale a pena uma viagem de férias até aqui para conferir.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
20.5.08
Dubai World Cup: a calcinha com franjas
Ao final do evento, a amiga belga liga para a Anna:
- Estamos na área corporativa! Venham para cá!
Na entrada, uma loira de vestido relativamente curto e e penacho na cabeça já descalça vem nos entregar os crachás:
- Hi, my name is... and yours?
- Anna
- ... and you...
- Luís
- Oh! Na verdade, eu já tinha te visto antes. Eu estava comentando com minha amiga hoje à tarde... você é diferente... vocês são namorados?
- Não, somos amigos - foi o que a Anna disse.
- Ah, então não tem problema - a moça australiana se empolga e pega no meu braço - você é lindo!
Mesmo entre amigos este tipo de comentário causa constrangimento. Saída diplomática rumo ao casal belga. Fotos. O garçom aparece e assume que gosto de uísque:
- Red Label? Jack Danniel's?
Essa história de beber uísque de barriga vazia após algumas cervejas não é algo sensato. Mas não estou dirigindo, então tudo bem. Mas não quero ressaca, melhor comer. Na mesa, aperitivos: queijos, salgados, doces. Na volta, a loira me intercepta, agora com outra amiga:
- Oi, esta é minha amiga colombiana. Amiga, este é o Luís...
A colombiana diz algo ao ouvido da australiana, que responde em voz alta:
- Não! Não tem problema, eles são só amigos!
- Aaaah booom! Então não tem problema!!! - agora as duas me puxam, uma por cada braço, e me jogam no sofá. A colombiana está ao meu lado cruza os braços com o meu. A australiana senta-se na mesinha baixa (daquelas mesas de sala que as mães não deixam os filhos apoiarem o pé enquanto assistem TV) cruza as pernas e com uma das mãos, alisa minha perna. Eu, um acessório de luxo, colocado entre elas, enquanto conversam. "Ele é tímido! Que fofo!", diz uma delas. E elas tinham muito assunto para conversar:
- Cicatriz? Vou te mostrar o que é uma - então a colombiana se levanta e abre o corte do vestido longo para mostrar uma enorme cicatriz no quadril, na altura da cintura. Belas pernas, mas a cicatriz, coisa feia. Coisa para uns 20 pontos.
- Eu estava no carro com minha mãe. Foi um acidente...
O garçom chega com mais uísque. Ah, a eterna disputa darwiniana... os seres humanos tentam disfarçar, mas no fundo, até uma inocente conversa sobre cicatrizes se resume a uma medição de forças ... a australiana se levanta:
- então vou te mostrar a cicatriz que tenho.
Ela sobe o vestido até acima do umbigo. Barriguinha de quem faz ginástica. Calcinha - bem dizer, calcinha, não: tanguinha - branca com detalhes verdes que combinam com o vestido - branco de detalhes verdes. Tanguinha muito pequena para aquilo que esconde: Tanguinha com franjinhas... e eu aqui me pergunto por que uma loira tem pelos pubianos castanhos. Na altura do rim direito, uma série de marcas de cortes.
- Suas cicatrizes são lindas.
Sou interrompido com um rapaz sorridente que chega, e para o qual a colombiana se levanta e dá um longo e apertado abraço. A colombiana volta a se sentar enquanto ele diz algo à australiana e vai embora. É prudente realizar uma vistoria, e a colombiana tem um anel no dedo esquerdo:
- El es tu marido?
A esta altura, a Anna já está longe, sorriso-padrão, fingindo que não me vê, conversando com dois ou três homens. É quase meia-noite. Era o nosso trato para ir embora... a colombiana dá uma longa risada para a australiana:
- Você viu isso? Ele achou que o Fulano de Tal é meu marido! - e agora as duas riem juntas - hahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!
A australiana põe ternamente a mão em minha perna e me explica com ar didático:
- O Fulano de Tal é meu marido. O marido dela é aquele ali - e aponta para um inglês que está no balcão, e que a algum tempo olha para nós com aquele sorriso "não doeu".
Ele se aproxima sorrisa e me comprimenta. Aperto de mão longo, apertado. Longo. Apertado. Bom, eu não tenho nada com isso:
- Eu vou ali e já volto.
Aproximo-me do garçom:
- Água?
- Sim, sim. Mas tome também esse vinho do Porto.
Anna agora está sentada em uma mesa mais afastada do resto das mesas e conversa com um árabe de Omã. Mas ela já me disse que não quer nada com árabes. Ela cruza a perna esquerda sobre a direita. O rapaz, de fraque, dá os ombros para o resto do pessoal, fechando a vista.
Volto ao sofá: o marido inglês agora ocupa o meu lugar e segura firmemente a mão da garota. E segue com o mesmo sorriso... mas já é quase 1h, estou quase dormindo em pé. Como interromper uma conversa sem parecer ciumento?
- Oi, ... é ... então, Anna, já são quase 1h...
- Quando quiser ir embora, me avisa...
- Só vou ao banheiro e já volto...
- Ok.
O rapaz me olha com uma cara de reprovação. Eu me desculpo:
- Não quero interromper, mas... pegue o telefone dela, depois vocês combinam alguma coisa...
Reconheço: essa história de sugerir para trocar o telefone soou meio artificial. Ciúmes, eu? Na hora de me despedir, a australiana não se intimida. Abraçada ao marido, diz em alto e bom som:
- Nice to meet you. Você foi o cara mais atraente que conheci hoje.
Lá fora, silêncio... tento quebrar o gelo:
- É... acho que a moça foi meio inconveniente...
- Mas ela não é casada?
- É...
- Que coisa...
- É... que coisa.
E até hoje, quando lembro da calcinha com franjas, arrependo-me de não ter pego o telefone. Pensando bem, melhor assim. Ou não.
- Estamos na área corporativa! Venham para cá!
Na entrada, uma loira de vestido relativamente curto e e penacho na cabeça já descalça vem nos entregar os crachás:
- Hi, my name is... and yours?
- Anna
- ... and you...
- Luís
- Oh! Na verdade, eu já tinha te visto antes. Eu estava comentando com minha amiga hoje à tarde... você é diferente... vocês são namorados?
- Não, somos amigos - foi o que a Anna disse.
- Ah, então não tem problema - a moça australiana se empolga e pega no meu braço - você é lindo!
Mesmo entre amigos este tipo de comentário causa constrangimento. Saída diplomática rumo ao casal belga. Fotos. O garçom aparece e assume que gosto de uísque:
- Red Label? Jack Danniel's?
Essa história de beber uísque de barriga vazia após algumas cervejas não é algo sensato. Mas não estou dirigindo, então tudo bem. Mas não quero ressaca, melhor comer. Na mesa, aperitivos: queijos, salgados, doces. Na volta, a loira me intercepta, agora com outra amiga:
- Oi, esta é minha amiga colombiana. Amiga, este é o Luís...
A colombiana diz algo ao ouvido da australiana, que responde em voz alta:
- Não! Não tem problema, eles são só amigos!
- Aaaah booom! Então não tem problema!!! - agora as duas me puxam, uma por cada braço, e me jogam no sofá. A colombiana está ao meu lado cruza os braços com o meu. A australiana senta-se na mesinha baixa (daquelas mesas de sala que as mães não deixam os filhos apoiarem o pé enquanto assistem TV) cruza as pernas e com uma das mãos, alisa minha perna. Eu, um acessório de luxo, colocado entre elas, enquanto conversam. "Ele é tímido! Que fofo!", diz uma delas. E elas tinham muito assunto para conversar:
- Cicatriz? Vou te mostrar o que é uma - então a colombiana se levanta e abre o corte do vestido longo para mostrar uma enorme cicatriz no quadril, na altura da cintura. Belas pernas, mas a cicatriz, coisa feia. Coisa para uns 20 pontos.
- Eu estava no carro com minha mãe. Foi um acidente...
O garçom chega com mais uísque. Ah, a eterna disputa darwiniana... os seres humanos tentam disfarçar, mas no fundo, até uma inocente conversa sobre cicatrizes se resume a uma medição de forças ... a australiana se levanta:
- então vou te mostrar a cicatriz que tenho.
Ela sobe o vestido até acima do umbigo. Barriguinha de quem faz ginástica. Calcinha - bem dizer, calcinha, não: tanguinha - branca com detalhes verdes que combinam com o vestido - branco de detalhes verdes. Tanguinha muito pequena para aquilo que esconde: Tanguinha com franjinhas... e eu aqui me pergunto por que uma loira tem pelos pubianos castanhos. Na altura do rim direito, uma série de marcas de cortes.
- Suas cicatrizes são lindas.
Sou interrompido com um rapaz sorridente que chega, e para o qual a colombiana se levanta e dá um longo e apertado abraço. A colombiana volta a se sentar enquanto ele diz algo à australiana e vai embora. É prudente realizar uma vistoria, e a colombiana tem um anel no dedo esquerdo:
- El es tu marido?
A esta altura, a Anna já está longe, sorriso-padrão, fingindo que não me vê, conversando com dois ou três homens. É quase meia-noite. Era o nosso trato para ir embora... a colombiana dá uma longa risada para a australiana:
- Você viu isso? Ele achou que o Fulano de Tal é meu marido! - e agora as duas riem juntas - hahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!
A australiana põe ternamente a mão em minha perna e me explica com ar didático:
- O Fulano de Tal é meu marido. O marido dela é aquele ali - e aponta para um inglês que está no balcão, e que a algum tempo olha para nós com aquele sorriso "não doeu".
Ele se aproxima sorrisa e me comprimenta. Aperto de mão longo, apertado. Longo. Apertado. Bom, eu não tenho nada com isso:
- Eu vou ali e já volto.
Aproximo-me do garçom:
- Água?
- Sim, sim. Mas tome também esse vinho do Porto.
Anna agora está sentada em uma mesa mais afastada do resto das mesas e conversa com um árabe de Omã. Mas ela já me disse que não quer nada com árabes. Ela cruza a perna esquerda sobre a direita. O rapaz, de fraque, dá os ombros para o resto do pessoal, fechando a vista.
Volto ao sofá: o marido inglês agora ocupa o meu lugar e segura firmemente a mão da garota. E segue com o mesmo sorriso... mas já é quase 1h, estou quase dormindo em pé. Como interromper uma conversa sem parecer ciumento?
- Oi, ... é ... então, Anna, já são quase 1h...
- Quando quiser ir embora, me avisa...
- Só vou ao banheiro e já volto...
- Ok.
O rapaz me olha com uma cara de reprovação. Eu me desculpo:
- Não quero interromper, mas... pegue o telefone dela, depois vocês combinam alguma coisa...
Reconheço: essa história de sugerir para trocar o telefone soou meio artificial. Ciúmes, eu? Na hora de me despedir, a australiana não se intimida. Abraçada ao marido, diz em alto e bom som:
- Nice to meet you. Você foi o cara mais atraente que conheci hoje.
Lá fora, silêncio... tento quebrar o gelo:
- É... acho que a moça foi meio inconveniente...
- Mas ela não é casada?
- É...
- Que coisa...
- É... que coisa.
E até hoje, quando lembro da calcinha com franjas, arrependo-me de não ter pego o telefone. Pensando bem, melhor assim. Ou não.
19.5.08
Dubai World Cup
Vou escrever um pouquinho sobre o Dubai World Cup, a corrida internacional de cavalos que ocorreu este ano no final de março, marcando assim o fim da estação em que se pode andar de terno à tarde... foi o evento mais luxuoso que já participei.
O local
O local faz jus ao nome: Nad-Al Xiba. Não tem nada por lá, além de areia. As gruas são da construção de Meydan, anunciada no ano passado e que ocupa a área onde antes havia um clube de Golfe. Bem maior que a atual, a previsão é que a nova pista esteja pronta para o ano que vem, inch'Allah.
A organização
Agora, quem chegou tarde... esses amargaram ao menos 1:30h na fila, e perderam a primeira e a segunda corrida. Se bem, que uma vez lá dentro, fica-se com a impressão que a competição é o de menos...
Pessoas
É sem dúvida, o evento de gala mais esperado do ano, e todos se produzem para vir até aqui. E é acessível: 180 dirhams a entrada, coisa de 90 reais. E no Brasil, quando custaria a entrada a um evento destes? Sem contar que havia também a área gratuita...
O evento
As corridas ocorreram durante toda a tarde até o final da noite, enquanto boa parte dos presentes preferiam a agitação do Bubble lounge, dos estandes dos restaurantes e bares que vendiam toda sorte de bebidas alcoólicas.
Após a última corrida, o prêmio foi entregue ao vencedor pelo próprio sheik, seguido de apresentações artísticas e queima de fogos.
Não sou fã de cavalos, tampouco de corridas de cavalos. Mas foi uma experiência interessante.
A saída
A saída, assim como a entrada, foi um caos. Mesmo depois da meia-noite, mais de 3h após o encerramento da festa, a saída era um congestionamento só, e as pessoas disputavam a tapa um lugar nos micro-ônibus que levavam aos estacionamentos. A coisa só não foi pior graças ao bom-humor de alguns motoristas de micro-ônibus.
Tenho ainda alguns vídeos aqui, talvez depois eu os publique.
Golfo Pérsico. Ou Golfo Árabe?
Tempos atrás, ao postar um vídeo no YouTube sobre a vitória dos Emirados Árabes em um campeonato de futebol regional, o Arabian Gulf Cup (Copa do Golfo Árabe, ou Copa Árabe do Golfo, de acordo com o gosto do cliente), fui supreendido com uma avalanche de comentários grotescos ultra-nacionalistas de iranianos espalhados pelo mundo. Em meio a diversos insultos - como seu eu fosse o responsável pela escolha do nome - veio a contra-reação árabe, e o que se seguiu, foi uma discussão - golfo árabe ou golfo pérsico? - se espalhou e poluiu outros vídeos, como o inocente vídeo de uma família iraniana que encontrei em um safari pelo deserto. Fui forçado a proibir comentários aos vídeos.
Por trás da discussão, os fatos: árabes e persas ocupam há muito tempo ambas as margens do golfo, com a linha fronteiriça que os separa oscilando para para o norte e para o sul conforme as variações no equilíbrio de forças entre os povos que aqui vivem e pressões externas. Esta região também sempre foi um importante entreposto comercial entre África e Índia, com um tráfego de pequenas embarcações que persiste até hoje. Não é por outra razão, que até a descoberta do petróleo, a moeda corrente utilizada onde hoje dos Emirados Árabes era a rúpia indiana. Não é por outra razão que a feição dos povos que vivem em cidades portuárias como Bandar Abbas (Irã) e Musqat (Omã) é um misto de árabes, indianos e africanos...
A linha que separa árabes e persas foi lá para o norte com o apogeu do Islã, que deixou marcas profundas na cultura persa, que adotou - e estendeu - o alfabeto árabe, incorporou palavras árabes, até o ponto em que a própria língua persa se diferenciou da língua falada no país antes das invasões: persas frequentemente se referenciar ao dari, o dialeto persa falado no Afeganistão, como a "língua pura", oriunda de Dario, sem as alterações sofridas ao longo dos anos pelas influências externas - árabe, francesa, ...
... e vieram as pressões externas: portugueses ocuparam a ilha de Hormuz e lá deixaram um forte: Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz. Ocuparam costa de Omã (árabes de olhos verdes? Herança portuguesa). Veio o império otomano e ocupou a região da mesopotâmia. Vieram os persas, agora com apoio inglês, e expulsaram os portugueses. Vieram os árabes de Ras Al Khaiman e controlaram a passagem pelo estreito. Vieram mais uma vez os ingleses aliados aos persas e bombardearam sua esquadra...
O Golfo passa a tomar feições mais árabes com o advento do petróleo: a riqueza financia um crescimento demográfico que é política de governo até os dias atuais.
- Sheik para de enrolar. O Golfo é persa ou é árabe?
Ah, leitor... não espere uma resposta fácil. Este hábito de chamar o Golfo de Árabe remonta ao Pan-Arabismo, movimento político laico do pós-1a Grande Guerra que visava a unificação dos povos árabes a partir dos destroços do Império Otomano, que ganhou força com Gamal Abdel Nasser no Egito e com a ascensão do partido Baath no Iraque, e que embora desmoralizado pela derrota árabe na Guerra dos Seis Dias contra Israel, possui até hoje grande influência na mídia do Oriente. Leitor! Quantas mortes resumidas em um parágrafo!
Assim, ao ler um jornal árabe ou uma comunicação oficial em um país árabe no Oriente Médio, saiba que o termo Golfo Árabe não está lá à toa. É digno de nota também que a mídia inglesa, em especial, refira-se atualmente a esta região simplesmente como O Golfo.
- E você Sheik, o que pensa a respeito?
Ah, leitor. Sinceramente, o golfo é pérsico ou árabe? E o falafel, é árabe ou persa? O nome não muda o que o golfo é, assim como a origem não altera o sabor do sanduíche, que continua a ter um gosto de... falafel. Pessoalmente, gosto do lanche, desde que não o chamem de felafel: isso me lembra felácio, e já imagino um pênis enrolado no pão... que horror. E entre um pedaço e outro de sanduíche (o falafel), preparo uma saída à francesa: Je m'en fous.
Por trás da discussão, os fatos: árabes e persas ocupam há muito tempo ambas as margens do golfo, com a linha fronteiriça que os separa oscilando para para o norte e para o sul conforme as variações no equilíbrio de forças entre os povos que aqui vivem e pressões externas. Esta região também sempre foi um importante entreposto comercial entre África e Índia, com um tráfego de pequenas embarcações que persiste até hoje. Não é por outra razão, que até a descoberta do petróleo, a moeda corrente utilizada onde hoje dos Emirados Árabes era a rúpia indiana. Não é por outra razão que a feição dos povos que vivem em cidades portuárias como Bandar Abbas (Irã) e Musqat (Omã) é um misto de árabes, indianos e africanos...
A linha que separa árabes e persas foi lá para o norte com o apogeu do Islã, que deixou marcas profundas na cultura persa, que adotou - e estendeu - o alfabeto árabe, incorporou palavras árabes, até o ponto em que a própria língua persa se diferenciou da língua falada no país antes das invasões: persas frequentemente se referenciar ao dari, o dialeto persa falado no Afeganistão, como a "língua pura", oriunda de Dario, sem as alterações sofridas ao longo dos anos pelas influências externas - árabe, francesa, ...
... e vieram as pressões externas: portugueses ocuparam a ilha de Hormuz e lá deixaram um forte: Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz. Ocuparam costa de Omã (árabes de olhos verdes? Herança portuguesa). Veio o império otomano e ocupou a região da mesopotâmia. Vieram os persas, agora com apoio inglês, e expulsaram os portugueses. Vieram os árabes de Ras Al Khaiman e controlaram a passagem pelo estreito. Vieram mais uma vez os ingleses aliados aos persas e bombardearam sua esquadra...
O Golfo passa a tomar feições mais árabes com o advento do petróleo: a riqueza financia um crescimento demográfico que é política de governo até os dias atuais.
- Sheik para de enrolar. O Golfo é persa ou é árabe?
Ah, leitor... não espere uma resposta fácil. Este hábito de chamar o Golfo de Árabe remonta ao Pan-Arabismo, movimento político laico do pós-1a Grande Guerra que visava a unificação dos povos árabes a partir dos destroços do Império Otomano, que ganhou força com Gamal Abdel Nasser no Egito e com a ascensão do partido Baath no Iraque, e que embora desmoralizado pela derrota árabe na Guerra dos Seis Dias contra Israel, possui até hoje grande influência na mídia do Oriente. Leitor! Quantas mortes resumidas em um parágrafo!
Assim, ao ler um jornal árabe ou uma comunicação oficial em um país árabe no Oriente Médio, saiba que o termo Golfo Árabe não está lá à toa. É digno de nota também que a mídia inglesa, em especial, refira-se atualmente a esta região simplesmente como O Golfo.
- E você Sheik, o que pensa a respeito?
Ah, leitor. Sinceramente, o golfo é pérsico ou árabe? E o falafel, é árabe ou persa? O nome não muda o que o golfo é, assim como a origem não altera o sabor do sanduíche, que continua a ter um gosto de... falafel. Pessoalmente, gosto do lanche, desde que não o chamem de felafel: isso me lembra felácio, e já imagino um pênis enrolado no pão... que horror. E entre um pedaço e outro de sanduíche (o falafel), preparo uma saída à francesa: Je m'en fous.
18.5.08
Para tomar tchicu
Oriente Médio. Golfo... um dia qualquer nas vizinhanças do Eixo do Mal. Tomo uma decisão: vou ao banco. O objetivo: transferir dinheiro para o Brasil. Dinheiro para comprar uma fazenda, ou talvez, alguns deputados (eles adoram...). Ou talvez, as duas coisas.
Sabe leitor: deputados adoram fazendas. Então nada melhor do que colocá-los lá, em um enorme rebanho... tudo bem, não falo mais de deputados, esta espécime rara. "Você sabe com quem está falando?", já se pronunciou um deles.
A transferência internacional no banco custa 80 dirhams, via internet, 50 dirhams. Mas como é muito dinheiro (malas e malas, leitor! Não seja pobre: fazendas custam caro), não há outra opção a não ser ir pessoalmente, com a minha caravana de camelos (Sim, eu sou um endinheirado. Ana tchor flos).
Nossa que calor! Enquanto a menina conta as inúmeras notas de 1000 dirhams, aproveito para tomar água. Água fesquinha, quase nem percebi quando a garota terminou de contar:
- Óquêi, sãr. Hévagudêi.
Dever cumprido, fome: hora de comer.
- Vocês têm banheiro aqui?
- Sorry, sir...
Vamos tentar algo lá fora. Vamos perguntar para esse senhor sentado no bloco de cimento:
- Hi, do you know where the bathroom is?
- Sorry?
- Bathroom, restroom.
- Arab?
- No...
- Sorry, sir. No English.
- Toilet. Tovalet. Xixi. Cocô.
- No, sir...
Vamos lá. Eu consigo. Isso aqui deve ser uma mesquita... e bingo! Um banheiro. Mas a voz no microfone indica que é horário da oração e rapidamente, uma fila de barbudos se forma na entrada do banheiro. E todos olham para mim. Na parede, uma placa:
Proibida a entrada de não-muçulmanos
De certo, não haveria problemas em fazer um xixizinho. Menos feio do que tirar o pipi e fazer ali no deserto, na frente de todos. Mas essas coisas inibem a gente, e até a vontade de xixi passa. Ótimo, já dá para sentar. Volto ao restaurante. Este aqui tem mais mesas que aquele ao lado. O garçom aparece:
- Hi, sir!
- Can I see the menu?
- Yes, sir... - ele sai e vai à prateleira e sem nenhuma dúvida, puxa um pacote de batatas-fritas, derrubando tudo o que estava na prateleira. Isso o distrai: ele volta com o pacote de batatas-fritas e começa a reorganizar a prateleira. Um outro garçom se aproxima:
- Hi, sir!
- The menu...
- No menu, sir...
- O que você tem?
- Dagaladagalagadagalagada... and chicken biryani... and dagaladagalagadagalagada... dal.
Aceito o dal, que é feito de batata. Dal e pão, feito na hora. E só: era o que ele tinha de vegetariano. Na hora de pagar, tiro uma nota de 100 dirhams.
- Sorry, sir. It's only 3 dirhams. No change?
Três dirhams e eu apenas com uma nota de 100. Constrangedor:
- Hmm... no...
- Ok. No problems, sir.
E o que era quase de graça, sai constrangedoramente de graça. Mas também não matou a fome. Outra idéia, volto ao Eat & Drink:
- Hi sir! Do you have... chickoo drink?
- Yes, sir!
Está com fome? Pare em qualquer restaurante ou cafeteria indiana e peça um Chickoo Milkshake. Tchicu é uma frutinha marrom bem doce que no Brasil é mais alongada e chamada de sapoti. É muito comum na Índia e outros países da Ásia.
Enquanto espero a bebida, observo o fluxo: os garçons alternam-se entre atender a clientela e empacotar os pedidos para viagem. O telefone toca freneticamente.
Em uma mesa com rodinhas há um balde com talheres de plástico, e sacolas plásticas onde os pacotes para viagem são preparados. Entre um pacote e outro, um garfo vai ao
chão. O outro garçom passa e dá sua contribuição para o evitar o aquecimento global: pega o garfinho do chão e - óbvio - coloca-o novamente no balde de garfinhos limpos.
- Ok, sir.
- How much?
- 12
Pronto. Passo no restaurante ao lado e com o troco, pago o Dal. Hora de tomar tchicu.
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O nome das coisas,
O preço das coisas
Pequenos negócios no UAE
Foi lançada recentemente uma nova publicação bimestral nos Emirados Árabes, voltada para pequenos empresários, ou para pessoas interessadas em abrir um pequeno negócio nos Emirados Árabes.
A revista se chama Your Business e discute temas como o sucesso de pequenos empreendimentos, abertura de franquias, como montar um plano de negócio, etc.
Para maiores informações, clique aqui.
A revista se chama Your Business e discute temas como o sucesso de pequenos empreendimentos, abertura de franquias, como montar um plano de negócio, etc.
Para maiores informações, clique aqui.
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Dicas para expatriados,
Sheik para empresários
Escola de futebol
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Cuidados com vestimentas":
Postado por Anônimo no blog Dubai F. C. em Quarta-feira, 14 Maio, 2008
Rapaz,
Bom, esta informação talvez não te ajude, mas se você já estiver no mundo do futebol, talvez isso possa lhe ser de alguma valia: certa vez, encontrei em uma das festas brasileiras aqui em Dubai alguns ex-jogadores de futebol que treinavam as categorias de base de um time em Ras Al Khaiman, um emirado que fica a 80 km de Dubai. Um deles é o Edson Luiz, ex-jogador do Santos, conhecido como Éssinho.
Infelizmente, não tenho o contato deles, mas se você é da área, pode usar seus contatos para chegar até eles.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
Ola Sheik Luis , gostaria de saber a possibilidade de trabalho no pais com uma escola de futebol para crianças ,e se e possivel trabalho ai para brasileiros, que tipo de trabalho disponivel. sou eu e minha esposa. obrigado
Postado por Anônimo no blog Dubai F. C. em Quarta-feira, 14 Maio, 2008
Rapaz,
Bom, esta informação talvez não te ajude, mas se você já estiver no mundo do futebol, talvez isso possa lhe ser de alguma valia: certa vez, encontrei em uma das festas brasileiras aqui em Dubai alguns ex-jogadores de futebol que treinavam as categorias de base de um time em Ras Al Khaiman, um emirado que fica a 80 km de Dubai. Um deles é o Edson Luiz, ex-jogador do Santos, conhecido como Éssinho.
Infelizmente, não tenho o contato deles, mas se você é da área, pode usar seus contatos para chegar até eles.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
Engenheiros civis: aprendendo a pescar em Dubai
Felipe deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Real State Co.":
Postado por Felipe no blog Dubai F. C. em Domingo, 18 Maio, 2008
Fala Felipe,
Eu não dou o peixe, mas ensino a pescar: o blog tem uma sessão de empregos, onde já listei vários sites de oferta de empregos no Oriente Médio. Dê uma olhadinha lá, entre nos sites, pesquise as vagas que possam te interessar.
Em geral, há muita oportunidade para engenheiros civis e os salários variam de 10 a 30 mil dirhams. É claro que isso varia com a sua experiência... regra geral, se você é solteiro, eu não viria pra cá se salário mais benefícios não forem superiores a 15 mil dirhams. Se a empresa oferecer acomodação, considerando o dólar baixo, o crescimento acentuado do Brasil e a inflação e aluguéis nas alturas nos Emirados Árabes, com 10 mil aqui você estará no limite daquela linha de conforto onde você se perguntará se você está melhor ou pior do que no Brasil.
Ainda penso que o melhor é não vir para cá "cru": forme-se, trabalhe um pouco no Brasil, ganhe experiência, especialize-se um pouco. Depois pense em vôos mais altos. É só uma opinião até um pouco conservadora.
Dica: a Odebrecht possui uma filial aqui nos Emirados Árabes Unidos. Foi um taxista que me disse que ela foi uma das empresas contratadas pela Nakheel para construir International City, um dos muitos bairros contruídos no meio deserto para uma classe média em fuga dos estratosféricos aluguéis (dizem que um dia será "centro", mas hoje é um aglomerado de prédios no meio do nada. Há 5 anos os Greens também ficavam "no meio do nada", e hoje é uma das áreas mais bem localizadas e caras de Dubai. Tudo é uma aposta).
Voltando ao ponto, empresas brasileiras como a Odebrecht podem ser uma porta de entrada nos Emirados Árabes, especialmente se o seu inglês ou árabe não está 100% (mas não se iluda: sem inglês ou árabes, suas chances são nulas).
Você pode cadastrar seu currículo no diretamente site da Odebrecht.
Sobre a dupla cidadania: sendo cidadão português, você tem uma vantagem sobre os demais mortais brasileiros. Você pode entrar e sair livremente dos Emirados Árabes. Portugueses recebem um visto de turista automático no aeroporto e podem ficar "turistando" no país até 3 meses se não estou enganado, enquanto brasileiros precisam solicitar o visto com antecedência na embaixada ou pagar um hotel 4 estrelas (o hotel cuidará da burocracia do visto).
Lembre-se que, como em qualquer lugar do mundo, trabalhar com o visto de turista é uma atividade ilegal.
Possuir uma carta de motorista portuguesa também pode tornar o processo de obtenção de habilitação aqui mais curto e simples para você.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
Olá Luís
Estou me formando em engenharia civil... Tenho dupla nacionalidade. tenho nacionalidade brasileira e portuguesa. estou só aguardando minha formatura e ao mesmo tempo estou concluindo meu curso de inglês.
Queria mais informações sobre dubai relacionado a área de engenharia civil, como salário, oportunidade de emprego... ai vai meu email: felipenobregalemos@hotmail.com
O blog ta d+
abçs
Postado por Felipe no blog Dubai F. C. em Domingo, 18 Maio, 2008
Fala Felipe,
Eu não dou o peixe, mas ensino a pescar: o blog tem uma sessão de empregos, onde já listei vários sites de oferta de empregos no Oriente Médio. Dê uma olhadinha lá, entre nos sites, pesquise as vagas que possam te interessar.
Em geral, há muita oportunidade para engenheiros civis e os salários variam de 10 a 30 mil dirhams. É claro que isso varia com a sua experiência... regra geral, se você é solteiro, eu não viria pra cá se salário mais benefícios não forem superiores a 15 mil dirhams. Se a empresa oferecer acomodação, considerando o dólar baixo, o crescimento acentuado do Brasil e a inflação e aluguéis nas alturas nos Emirados Árabes, com 10 mil aqui você estará no limite daquela linha de conforto onde você se perguntará se você está melhor ou pior do que no Brasil.
Ainda penso que o melhor é não vir para cá "cru": forme-se, trabalhe um pouco no Brasil, ganhe experiência, especialize-se um pouco. Depois pense em vôos mais altos. É só uma opinião até um pouco conservadora.
Dica: a Odebrecht possui uma filial aqui nos Emirados Árabes Unidos. Foi um taxista que me disse que ela foi uma das empresas contratadas pela Nakheel para construir International City, um dos muitos bairros contruídos no meio deserto para uma classe média em fuga dos estratosféricos aluguéis (dizem que um dia será "centro", mas hoje é um aglomerado de prédios no meio do nada. Há 5 anos os Greens também ficavam "no meio do nada", e hoje é uma das áreas mais bem localizadas e caras de Dubai. Tudo é uma aposta).
Voltando ao ponto, empresas brasileiras como a Odebrecht podem ser uma porta de entrada nos Emirados Árabes, especialmente se o seu inglês ou árabe não está 100% (mas não se iluda: sem inglês ou árabes, suas chances são nulas).
Você pode cadastrar seu currículo no diretamente site da Odebrecht.
Sobre a dupla cidadania: sendo cidadão português, você tem uma vantagem sobre os demais mortais brasileiros. Você pode entrar e sair livremente dos Emirados Árabes. Portugueses recebem um visto de turista automático no aeroporto e podem ficar "turistando" no país até 3 meses se não estou enganado, enquanto brasileiros precisam solicitar o visto com antecedência na embaixada ou pagar um hotel 4 estrelas (o hotel cuidará da burocracia do visto).
Lembre-se que, como em qualquer lugar do mundo, trabalhar com o visto de turista é uma atividade ilegal.
Possuir uma carta de motorista portuguesa também pode tornar o processo de obtenção de habilitação aqui mais curto e simples para você.
Boa sorte!
Abraço de sheik,
Luís
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Empregos,
Sheik para empresários
14.5.08
Elvis não morreu
Elvis deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Procurando emprego em Dubai":
Postado por Elvis no blog Dubai F. C. em Quinta-feira, 03 Abril, 2008
Grande Elvis,
Gostei da expressão futura investidura em emprego. Se me permite, vou estar utilizando-a em próximos posts para a sessão "Sheik para empresários".
Quanto às oportunidades em TI, eu coloquei um post bem completo sobre o assunto ontem. Basicamente, as principais vagas estão disponíveis em sites de emprego na rede. Dica: não venha para fazer "qualquer coisa" só para estar em Dubai. Venha apenas se você encontrar uma oportunidade para fazer algo que você realmente gosta.
Fazer o que gosta é o que vai te salvar no pico do verão...
Abraços de sheik,
Luís
Olá Sheik Luís,
Já faz algum tempo que estudo as possibilidades de ir trabalhar no Emirados Árabes Unidos, de preferência em Dubai.
Sou academico dos cursos de Gestão em Tecnologia da Informação e Analise e Desenvolvimento de Sistemas. Atuo na área de tecnologia à 4 (quatro) anos.
Posso trabalhar em diversas atividades sem problema. Qual será o procedimento para concretizar uma futura investidura em emprego.
Postado por Elvis no blog Dubai F. C. em Quinta-feira, 03 Abril, 2008
Grande Elvis,
Gostei da expressão futura investidura em emprego. Se me permite, vou estar utilizando-a em próximos posts para a sessão "Sheik para empresários".
Quanto às oportunidades em TI, eu coloquei um post bem completo sobre o assunto ontem. Basicamente, as principais vagas estão disponíveis em sites de emprego na rede. Dica: não venha para fazer "qualquer coisa" só para estar em Dubai. Venha apenas se você encontrar uma oportunidade para fazer algo que você realmente gosta.
Fazer o que gosta é o que vai te salvar no pico do verão...
Abraços de sheik,
Luís
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