Eu ia escrever sobre Nissar, ex-pintor da Cachemira que me abordou hoje no estacionamento de Media City, mas deixo para depois.
Chegou às minhas mãos uma cópia "alternativa" do filme Tropa de Elite, que estréia nos cinemas no dia 12 de outubro (ei, qual seria a possibilidade de eu conseguir assistir a este filme por aqui?).
Trata-se de um dos filmes mais pesados que vi ultimamente, com heróis, bandidos e figurantes que a gente se envergonha de ter na vida real. Filme sobre o quotidiano do BOPE(Batalhão de Operações Especiais), a versão carioca da ROTA (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar) paulista.
Vou tentar definir o termo pesado. Há tempos que Hollywood tenta fazer filmes chocantes. Tenta encontrar o "inimigo no.1", que já foram os russos, os alemães, os vietnamitas, os terroristas lutadores de artes marciais. Extra-terrestres, fenômenos da natureza: ciclones, tsunâmis. E tome efeitos especiais, granadas, bombas atômicas. Mas o assustador de repente surge da crueza, da simplicidade: a realidade que não se quer ver. Terminei o filme me perguntando sobre o que acontece nas favelas de Rio, São Paulo e Haiti, no Iraque, no Afeganistão, enquanto a mídia se pergunta se é ético ou não mostrar imagens de um ditador sendo enforcado.
Muita gente verá semelhanças entre Cidade de Deus e Tropa de Elite. Achei o último muito mais perturbador.
Depois de ver o filme, acho que entendi por que ele não foi indicado para concorrer ao Oscar. Entre ele e a versão brasileira do argentino Kamtchacka e do chileno Machuca ("O ano em que meus pais saíram de férias"), parece ter valido o ditado "roupa suja se lava em casa". Escolheu-se água com açúcar para gringo chorar.
Mas estou sendo injusto: ainda não vi "O ano em que...". Vou tentar resolver isso até a próxima semana. Tudo indica que o filme é bom também, daqueles que faz a gente lembrar da infância, assistindo jogos da Copa do Mundo (de futebol) em família, todo mundo de verde-e-amarelo. Que saudade...
Depois alguém aí me lembra de escrever algo sobre o Nissar, rapaz da Cachemira que me abordou no estacionamento de Media City.
28.9.07
25.9.07
Ramadã, DBAs e cavalo
Chego no edifício e não vou para o vigésimo sexto: uma conversa informal face-a-face é mais eficiente que e-mails e por vezes a melhor alternativa para esclarecer as razões de tantas demandas. Certas coisas não se explica por e-mail. O elevador para no trigésimo terceiro. Três lances de escada e lá estou no trigésimo andar.
Lá estão os 4 DBAs: um deles é nepalês. Você liga para o número dele e em vez dos toques normais de telefone, toca uma canção nepalesa. E é desse mesmo celular que ele reclama: ficou sem sinal no final-de-semana, quando não conseguiram contactá-lo às 3h da manhã. Entendo bem como são essas coisas, mas não reclamo: o que é melhor do que um celular que não funciona às 3h da manhã de sexta? É a tecnologia proporcionando o bem-estar do cidadão. Não troco o meu por nada. Logo a frente, está o outro, indiano - um pouco afoito, bem verdade, talvez inexperiência. Na ponta está o chefe, que nasceu no Iraque, passou a infância em Dubai e o resto dos anos na Nova Zelândia até decidir voltar a Dubai 'pelo lifestyle': em sua agenda estão os nomes da meninas mais bonitas (ou nem tanto) de Dubai, e você pode encontrá-lo em todas as aulas de salsa da cidade (obviamente não agora, durante o Ramadã). Ele estará em algum sofá recitando para alguma moça bonita alguns dos poemas que escreve em árabe, poemas que em tempos idos eram uma arma de guerra. Ou ainda são?
E por fim, o DBA argelino. Faltou explicar o que é DBA: Data Base Administrator. Eu e mais alguns ocidentais insensatos estivemos enfrentando um descompasso de produtividade nos últimos dias: o banco de dados de testes que estamos montando estourava de tamanho. Tentávamos ligar para o DBA às 13h, mas já era tarde: ele já havia ido embora. Insensatez sim: é Ramadã, ele acordou antes do sol raiar para beber água e fazer uma refeição, e iniciava o jejum de comida e água e "atividade sexual" que duraria até o final do dia. Comento que julgo a experiência do jejum durante o Ramadã válida e única. Ele completa: "melhor ainda quando o lado físico encontra o espiritual". Aí eu mudo de assunto. Ele seguiu a regra: chegou às 7h no trabalho, trabalhou 6h e foi embora. E quem vai dizer que está errado? Eu admiro a generosidade das nações islâmicas, que assumem os custos de uma queda de produtividade da economia para oferecer um mês aos seus conterrâneos no qual a prioridade oficial não é o trabalho: é a família, é a reflexão sobre a condição humana, é o momento presente. O futuro? Inchallah. No ocidente (no qual se incluem algumas nações do oriente), o Natal é um dia. No Brasil, o Carnaval dura quando muito, uma semana... não dá para comparar Carnaval com Ramadã, mas se fosse hoje criar uma nação, uma religião e um calendário, incluiria um mês de jejum, e um mês ou dois de orgias (puras e pesadas), pois julgo que ambos acrescentam algo à existência humana, e em excesso a degradam também.
Voltemos ao DBA. "- Ça va? - ça va...", tenho mais afinidade com o argelino, talvez porque falamos uma segunda língua em comum. Talvez porque ele também - conforme me contou outro dia no café antes do ramadã - teve e ainda tem grandes dificuldades para compreender os diferentes sotaques do inglês, sua terceira língua, e agora, forçosamente a mais usada. Explico para ele a nossa situação, ele concorda e firmamos um compromisso. Está feito, agora voltamos a conversar sobre o Ramadã: ele comenta para a minha surpresa que é a primeira vez em que ele passa um "Ramadã multicultural".
- Na Argélia, 95% da população é muçulmana, e não há estrangeiros. É muito diferente!
É muito diferente. Que gozado, esse foi meu comentário quando cheguei por aqui: eu nunca havia vivido em um ambiente majoritariamente muçulmano durante Ramadã e Natal e Carnaval. Eu achei tudo "muito árabe", ele "muito ocidental"... tudo uma questão de ponto-de-vista.
E a conversa segue outro rumo. Ele olha as fotos de seus filhos sobre a mesa - temos quase a mesma idade, ele têm 2 filhos e eu ainda sou adolescente - e comenta sobre as belezas naturais da Argélia: 'lá tem DE-SER-TO" - e completa com desdém - "não é como esse desertinho daqui". Ele usa roupas simples, e quando o assunto é o seu maior desejo de aquisição, ele sorri e diz: "eu queria ter um cavalo". Uma esposa, dois filhos, um cavalo. Desejos bem distintos do gosto por roupas e carros caros que fazem parte de um certo lifestyle que atrai muita gente - inclusive seu chefe - mas não supreende: cavalos fazem parte do imaginário árabe.
Volto ao vigésimo sexto. Em vinte minutos, um e-mail do DBA dizendo que já estava tudo OK. Depois do almoço, mais um problema de espaço: o DBA já não está mais lá. Tudo bem, amanhã resolvemos isso. Inchallah.
Lá estão os 4 DBAs: um deles é nepalês. Você liga para o número dele e em vez dos toques normais de telefone, toca uma canção nepalesa. E é desse mesmo celular que ele reclama: ficou sem sinal no final-de-semana, quando não conseguiram contactá-lo às 3h da manhã. Entendo bem como são essas coisas, mas não reclamo: o que é melhor do que um celular que não funciona às 3h da manhã de sexta? É a tecnologia proporcionando o bem-estar do cidadão. Não troco o meu por nada. Logo a frente, está o outro, indiano - um pouco afoito, bem verdade, talvez inexperiência. Na ponta está o chefe, que nasceu no Iraque, passou a infância em Dubai e o resto dos anos na Nova Zelândia até decidir voltar a Dubai 'pelo lifestyle': em sua agenda estão os nomes da meninas mais bonitas (ou nem tanto) de Dubai, e você pode encontrá-lo em todas as aulas de salsa da cidade (obviamente não agora, durante o Ramadã). Ele estará em algum sofá recitando para alguma moça bonita alguns dos poemas que escreve em árabe, poemas que em tempos idos eram uma arma de guerra. Ou ainda são?
E por fim, o DBA argelino. Faltou explicar o que é DBA: Data Base Administrator. Eu e mais alguns ocidentais insensatos estivemos enfrentando um descompasso de produtividade nos últimos dias: o banco de dados de testes que estamos montando estourava de tamanho. Tentávamos ligar para o DBA às 13h, mas já era tarde: ele já havia ido embora. Insensatez sim: é Ramadã, ele acordou antes do sol raiar para beber água e fazer uma refeição, e iniciava o jejum de comida e água e "atividade sexual" que duraria até o final do dia. Comento que julgo a experiência do jejum durante o Ramadã válida e única. Ele completa: "melhor ainda quando o lado físico encontra o espiritual". Aí eu mudo de assunto. Ele seguiu a regra: chegou às 7h no trabalho, trabalhou 6h e foi embora. E quem vai dizer que está errado? Eu admiro a generosidade das nações islâmicas, que assumem os custos de uma queda de produtividade da economia para oferecer um mês aos seus conterrâneos no qual a prioridade oficial não é o trabalho: é a família, é a reflexão sobre a condição humana, é o momento presente. O futuro? Inchallah. No ocidente (no qual se incluem algumas nações do oriente), o Natal é um dia. No Brasil, o Carnaval dura quando muito, uma semana... não dá para comparar Carnaval com Ramadã, mas se fosse hoje criar uma nação, uma religião e um calendário, incluiria um mês de jejum, e um mês ou dois de orgias (puras e pesadas), pois julgo que ambos acrescentam algo à existência humana, e em excesso a degradam também.
Voltemos ao DBA. "- Ça va? - ça va...", tenho mais afinidade com o argelino, talvez porque falamos uma segunda língua em comum. Talvez porque ele também - conforme me contou outro dia no café antes do ramadã - teve e ainda tem grandes dificuldades para compreender os diferentes sotaques do inglês, sua terceira língua, e agora, forçosamente a mais usada. Explico para ele a nossa situação, ele concorda e firmamos um compromisso. Está feito, agora voltamos a conversar sobre o Ramadã: ele comenta para a minha surpresa que é a primeira vez em que ele passa um "Ramadã multicultural".
- Na Argélia, 95% da população é muçulmana, e não há estrangeiros. É muito diferente!
É muito diferente. Que gozado, esse foi meu comentário quando cheguei por aqui: eu nunca havia vivido em um ambiente majoritariamente muçulmano durante Ramadã e Natal e Carnaval. Eu achei tudo "muito árabe", ele "muito ocidental"... tudo uma questão de ponto-de-vista.
E a conversa segue outro rumo. Ele olha as fotos de seus filhos sobre a mesa - temos quase a mesma idade, ele têm 2 filhos e eu ainda sou adolescente - e comenta sobre as belezas naturais da Argélia: 'lá tem DE-SER-TO" - e completa com desdém - "não é como esse desertinho daqui". Ele usa roupas simples, e quando o assunto é o seu maior desejo de aquisição, ele sorri e diz: "eu queria ter um cavalo". Uma esposa, dois filhos, um cavalo. Desejos bem distintos do gosto por roupas e carros caros que fazem parte de um certo lifestyle que atrai muita gente - inclusive seu chefe - mas não supreende: cavalos fazem parte do imaginário árabe.
Volto ao vigésimo sexto. Em vinte minutos, um e-mail do DBA dizendo que já estava tudo OK. Depois do almoço, mais um problema de espaço: o DBA já não está mais lá. Tudo bem, amanhã resolvemos isso. Inchallah.
23.9.07
Bra in the roof
É curioso também...
... notar que até futebol australiano tem espaço na TV a cabo local, e nem sequer uma menção a qualquer campeonato de futebol regional no Brasil ou Argentina, por exemplo.
Ingleses, franceses, italianos e espanhóis vendem bem seu peixe por aqui: na TV, as partidas destes campeonatos são anunciadas como jogos de Copa do Mundo. E eu aqui me pergunto quantas pessoas no mundo conhecem as regras do tal futebol australiano...
Eu vou nos shopping centers aqui: encontro camisas do Liverpool, Chelsea, Barcelona, Real Madrid, Manchester United. Encontro uniformes de rugby da África do Sul, Nova Zelândia. E cadê a camisa do Corinthians? Encontro à venda camisa do XV de France... mas cadê a camisa do XV de Piracaba? Onde está a camisa do time que revelou Zico, com a maior torcida do Brasil? Mas vamos dar um desconto: camisetas dos times locais, só em Al Karama...
Talvez não exista uma resposta única para o jeito certo de vender o futebol brasileiro fora do país (não que isso seja importante para a nação brasileira) mas acredito que seja viável e todos os times teriam a lucrar com uma fonte a mais de renda, sem necessidade de criação de mais uma loteria no Cassino Federal. Todo mundo conhece a seleção brasileira, mas poucos conhecem grandes times como São Paulo, Flamengo, Internacional de Limeira. Há espaço para vendê-los sim, mas talvez fosse louvável mais transparência e profissionalismo na administração de times e campeonatos, seja na definição de regras, patrocínios, concessão de direitos de transmissão. Imagine como explicar para um estrangeiro que a regra do campeonato mudou por conta de um tal Eurico que virou a mesa?
Seria talvez engrandecedor ir além do favorecimento dos grandes times das capitais para permitir que os times menores do interior cresçam também. Afinal, que graça tem um campeonato de 13 times? O campeonato fica tão desinteressante quanto um campeonato carioca (Flamengo, Botafogo, Fluminense, Vasco...).
Enfim, cansei (e aí no Brasil, ainda está na moda dizer que cansou?). Cansei de futebol, de rugbi, de ficar acordado. Aqui já passa de 1 am, e amanhã é domingo, dia de róquenrôu.
Ingleses, franceses, italianos e espanhóis vendem bem seu peixe por aqui: na TV, as partidas destes campeonatos são anunciadas como jogos de Copa do Mundo. E eu aqui me pergunto quantas pessoas no mundo conhecem as regras do tal futebol australiano...
Eu vou nos shopping centers aqui: encontro camisas do Liverpool, Chelsea, Barcelona, Real Madrid, Manchester United. Encontro uniformes de rugby da África do Sul, Nova Zelândia. E cadê a camisa do Corinthians? Encontro à venda camisa do XV de France... mas cadê a camisa do XV de Piracaba? Onde está a camisa do time que revelou Zico, com a maior torcida do Brasil? Mas vamos dar um desconto: camisetas dos times locais, só em Al Karama...
Talvez não exista uma resposta única para o jeito certo de vender o futebol brasileiro fora do país (não que isso seja importante para a nação brasileira) mas acredito que seja viável e todos os times teriam a lucrar com uma fonte a mais de renda, sem necessidade de criação de mais uma loteria no Cassino Federal. Todo mundo conhece a seleção brasileira, mas poucos conhecem grandes times como São Paulo, Flamengo, Internacional de Limeira. Há espaço para vendê-los sim, mas talvez fosse louvável mais transparência e profissionalismo na administração de times e campeonatos, seja na definição de regras, patrocínios, concessão de direitos de transmissão. Imagine como explicar para um estrangeiro que a regra do campeonato mudou por conta de um tal Eurico que virou a mesa?
Seria talvez engrandecedor ir além do favorecimento dos grandes times das capitais para permitir que os times menores do interior cresçam também. Afinal, que graça tem um campeonato de 13 times? O campeonato fica tão desinteressante quanto um campeonato carioca (Flamengo, Botafogo, Fluminense, Vasco...).
Enfim, cansei (e aí no Brasil, ainda está na moda dizer que cansou?). Cansei de futebol, de rugbi, de ficar acordado. Aqui já passa de 1 am, e amanhã é domingo, dia de róquenrôu.
Rugby
Acontece na França (algumas partidas no País de Gales e Escócia) a Copa Mundial de Rugby, televisionada aqui ao vivo nos canais da TV a cabo local.
Para quem não sabia a diferença entre rugby, futebol americano, futebol australiano e críquete, até que já estou ententendo alguma coisa. Pra dizer a verdade, jogo de futebol fica monótono perto de uma partida de rugby. Mas ô joguinho bruto... nada perto do tal futebol australiano, que também passa na TV.
Outra coisa notória é a popularidade do esporte entre a comunidade de estrangeiros aqui: com calor e Ramadã, ontem o Barasti conseguiu reunir público considerável a céu aberto para a partida entre França x Irlanda.
Curioso também este time da Irlanda: é o único esporte onde Irlanda e Irlanda do Norte jogam juntos no mesmo time.
Na foto, Argentina x Namíbia.
22.9.07
21.9.07
Fotógrafos jornalistas
celso deixou um novo comentário sobre a sua postagem " 2 (ou 1?) dias para o Ramadã":
Fala Celso,
Desculpa a demora na resposta. Vamos lá: encontrar trabalho em Dubai não é lá um bicho-de-sete-cabeças: tudo é uma questão de contatos. Em geral, as pessoas por aqui estão sempre abertas a fazer negócios, porém nem sempre o dinheiro envolvido é satisfatório...
No seu caso e na sua área, talvez seja mais fácil encontrar algo estando já por aqui, indo em jornais e agências de mídia e publicidade locais. A coisa funciona mais ou menos assim: comprovando renda de 4.000 dirhams, é possível para alguém dar entrada para o visto de algum dependente ou familiar. Se a condição de sua esposa permitir, eu sugeriria a você vir com ela, regularizar seu visto e a partir de então procurar emprego.
Eu conheci um rapaz que leva a vida aqui como fotógrafo, o link dele está no blog: Mohamed Somji: http://photoblog.mohamedsomji.com/
Aqui vão alguns links de algumas publicações locais:
http://www.gulfnews.com/
http://www.khaleejtimes.com/
http://www.timeoutdubai.com/dubai/
http://www.xpress4me.com/home/
Abraço de Sheik
Meu prezado. Adorei o seu Blog e me divertí bastante com as fotos do Boeing dando rasantes na praia. A foto principal dá a inteira dimensão do fato.
Resolví te escrever por um favor, que espero não ser de inteiro um problema pra tí. Sou Fotógrafo Jornalista, moro no Rio, possuo uma grande experiência no mercado de mídia impressa e eletrônica, equipamento próprio de primeira linha e corro o risco de ter que morar em Dubai por conta de uma proposta de trabalho feita para minha mulher, secretária de uma empresa de barcos offshore. Como é este mercado de fotografia por aí. Será difícil conseguir trabalho? Me dá uma luz , por favor...
saudações ao amigo e parabéns pelo Blog + uma vez
Celso Avila
Rio de Janeiro
Fala Celso,
Desculpa a demora na resposta. Vamos lá: encontrar trabalho em Dubai não é lá um bicho-de-sete-cabeças: tudo é uma questão de contatos. Em geral, as pessoas por aqui estão sempre abertas a fazer negócios, porém nem sempre o dinheiro envolvido é satisfatório...
No seu caso e na sua área, talvez seja mais fácil encontrar algo estando já por aqui, indo em jornais e agências de mídia e publicidade locais. A coisa funciona mais ou menos assim: comprovando renda de 4.000 dirhams, é possível para alguém dar entrada para o visto de algum dependente ou familiar. Se a condição de sua esposa permitir, eu sugeriria a você vir com ela, regularizar seu visto e a partir de então procurar emprego.
Eu conheci um rapaz que leva a vida aqui como fotógrafo, o link dele está no blog: Mohamed Somji: http://photoblog.mohamedsomji.com/
Aqui vão alguns links de algumas publicações locais:
http://www.gulfnews.com/
http://www.khaleejtimes.com/
http://www.timeoutdubai.com/dubai/
http://www.xpress4me.com/home/
Abraço de Sheik
Marcadores:
Empregos,
Sheik Luís responde
Estou aflito
Tanta coisa pra dizer, e não consigo encontrar tempo pra escrever.
Para não dizer que não escrevi nada, aqui vai um pouquinho de Afrikaans, uma das línguas faladas pelos sul-africanos:
- Joy ma se porsche (pronuncia-se "iôu ma sê pórche") - Sua mãe é uma (pxuxtxa) "meretriz" .
- Honde balhu (pronuncia-se "honda balah") - bolas de cachorro.
- toi - tti copp - que bonito: cabeça do pênis.
Bom, agora chega que agora eu vou pra praia.
Obs: voltei da praia e ao ler o post, achei que ele ficou muito ofensivo, chulo, assim, com a palavra "puta". Este blog é um espaço da família. Troquei por "meretriz". Muito melhor!
Para não dizer que não escrevi nada, aqui vai um pouquinho de Afrikaans, uma das línguas faladas pelos sul-africanos:
- Joy ma se porsche (pronuncia-se "iôu ma sê pórche") - Sua mãe é uma (pxuxtxa) "meretriz" .
- Honde balhu (pronuncia-se "honda balah") - bolas de cachorro.
- toi - tti copp - que bonito: cabeça do pênis.
Bom, agora chega que agora eu vou pra praia.
Obs: voltei da praia e ao ler o post, achei que ele ficou muito ofensivo, chulo, assim, com a palavra "puta". Este blog é um espaço da família. Troquei por "meretriz". Muito melhor!
16.9.07
Meu querido diário
Meu querido diário:
Oi, diário. Hoje eu tenho muita coisa legal pra contar pra você: eu fui até Karama fazer compras. Eu gosto de gastar dinheiro. Estava meio triste em casa, depois de 2h no mar (no mar, não se gasta dinheiro), aí pensei: "ah! vou comprar material esportivo" (afinal, o blog se chama "Dubai Futebol Clube", nada mais justo).
Chegando lá, eu quase fiz compras numa loja das galáxias:
Mas não gostei dessa história de galático. Fica aí incentivando a brincar com as galáxias, não sei não. Imagina se alguém resolve jogar futebol com os planetas? Tá louco! Vou procurar outra loja. Andei um pouquinho mais e achei uma loja do Zico! Eu bem sabia que jogadores de futebol sempre dão um jeitinho de fugir dos impostos...
Mas também não gostei. Andei mais um pouquinho, e quando vi, acabei comprando na loja do Romário:
Na embalagem dizia:
"Único agente uhlsport & kempa no UAE & Irã."
Puxa... fiquei impressionado: empresa multinacional! Comprei logo. Se é multinacional, é porque é de confiança. Não é como essas lojinhas furrecas como a do Zico, que nem multinacional é. Comprei do Romario. Ele sim é bom.
Mas sabe diário, essa história de comprar me deu fome. Então procurei um restaurante pra comer. Quase que entro no restaurante do Delmon...
... mas aí pensei: oras, sou sheik! Preciso encontrar algo a minha altura. Algo nobre... virei as costas e estava lá:
Garfo Dourado. Um luxo. Compras em lojas multinacionais... voltei para casa feliz, com a certeza que sou mesmo muito importante! Agora eu vou dormir.
Tchau, diário! Massalama.
Oi, diário. Hoje eu tenho muita coisa legal pra contar pra você: eu fui até Karama fazer compras. Eu gosto de gastar dinheiro. Estava meio triste em casa, depois de 2h no mar (no mar, não se gasta dinheiro), aí pensei: "ah! vou comprar material esportivo" (afinal, o blog se chama "Dubai Futebol Clube", nada mais justo).
Chegando lá, eu quase fiz compras numa loja das galáxias:
Mas não gostei dessa história de galático. Fica aí incentivando a brincar com as galáxias, não sei não. Imagina se alguém resolve jogar futebol com os planetas? Tá louco! Vou procurar outra loja. Andei um pouquinho mais e achei uma loja do Zico! Eu bem sabia que jogadores de futebol sempre dão um jeitinho de fugir dos impostos...
Mas também não gostei. Andei mais um pouquinho, e quando vi, acabei comprando na loja do Romário:
Na embalagem dizia:
"Único agente uhlsport & kempa no UAE & Irã."
Puxa... fiquei impressionado: empresa multinacional! Comprei logo. Se é multinacional, é porque é de confiança. Não é como essas lojinhas furrecas como a do Zico, que nem multinacional é. Comprei do Romario. Ele sim é bom.
Mas sabe diário, essa história de comprar me deu fome. Então procurei um restaurante pra comer. Quase que entro no restaurante do Delmon...
... mas aí pensei: oras, sou sheik! Preciso encontrar algo a minha altura. Algo nobre... virei as costas e estava lá:
Garfo Dourado. Um luxo. Compras em lojas multinacionais... voltei para casa feliz, com a certeza que sou mesmo muito importante! Agora eu vou dormir.
Tchau, diário! Massalama.
Minha querida aula de árabe: supermercado
Lulu Supermarket é uma rede filipina de supermercados em Dubai. Seus consumidores mais fanáticos juram de pés juntos dando cabeçadas na parede de que "não há lugar mais barato em Dubai". Enfim, eu nunca entrei pra conferir.
Você deve estar se perguntando: "e eu com isso?" É que de repente, olhando para o supermercado eu me deparei com mais uma chance de praticar uma boa ação durante o ramadã: ensinar aos meus pobres-e-ignorantes-leitores-com-ranho-no-nariz como se escreve "supermarket" em árabe. Não é genial???? Ebaaaaaaa!!!!! Estou muito feliz: vou praticar uma boa ação. Então vamos lá. Enquanto isso, vai virando a borda de baixo da camiseta pra tirar essa gosma verde porque odeio gente que chupa nariz (e tampouco serei eu a limpar essa camisa verde-musgo).
Lá vai: supermercado em árabe se escreve assim:
سوبرماركت
Su-br-mar-kt. E desta forma, Lulu Supermarket em árabe fica assim:
Pode conferir na imagem, tá escrito assim:
سوبرماركت ا للولو
Subrmarkt Allulu.
Ebaaaa!! Pratiquei boa ação!!! Pronto, agora já posso dormir. Eu disse "eu" vou dormir. E você? Vai limpar essa camisa, leitor porco.
Brajil
Dubai Heavy Metal
Beggars
13.9.07
Horário "de comer"
kamile deixou um novo comentário sobre a sua postagem "2 (ou 1?) dias para o Ramadã":
Olá Kamile,
Tudo ótimo, minha cara!! E você?
Para saber os horários do fim do jejum, busque os horários das orações publicados em todos os jornais da cidade: o horário da oração do Maghreb (pôr-do-sol) marca o fim do jejum diário. Hoje está marcado para 18:20h (adicione mais 4 minutos para Abu Dhabi e subtraia 4 se você morar lá nos cafundós do Judas (Fujeira e outros emirados a leste).
Outra opção, se você mora em Deira ou Bur Dubai é limpar bem as orelhinhas e ficar com o ouvido na janela no final da tarde, aguardando os canhões da Polícia de Dubai.
É isso aí.
Oiii..tudo bom?
queriaa saber c tem como vc me informaar os horarioos que ja pode comer!
Obrigada!
Olá Kamile,
Tudo ótimo, minha cara!! E você?
Para saber os horários do fim do jejum, busque os horários das orações publicados em todos os jornais da cidade: o horário da oração do Maghreb (pôr-do-sol) marca o fim do jejum diário. Hoje está marcado para 18:20h (adicione mais 4 minutos para Abu Dhabi e subtraia 4 se você morar lá nos cafundós do Judas (Fujeira e outros emirados a leste).
Outra opção, se você mora em Deira ou Bur Dubai é limpar bem as orelhinhas e ficar com o ouvido na janela no final da tarde, aguardando os canhões da Polícia de Dubai.
É isso aí.
Poema
Como vocês já sabem, todo sheik é f.... Sheik que é sheik, escreve poemas. E eu não sou diferente.
Fica aqui um poeminha bem simples (os mais sofisticados não iria colocar neste reles espaço virtual, sujeito ao plágio):
Obrigado, leitor. Eu sei que você até chorou ao ler tão lindos versos. Que rima esplendorosa! Ah, a poesia... dizem que ela lubrifica o corpo e a mente. Obrigado, puxa-saco. Eu sei que sou um gênio da literatura.
Ah, não! Você não consegue ler nem algo tão simples? Deixo então uma transliteração para você, leitor ignorante:
Fica aqui um poeminha bem simples (os mais sofisticados não iria colocar neste reles espaço virtual, sujeito ao plágio):
يلا يا شباب
ناكل كباب
Obrigado, leitor. Eu sei que você até chorou ao ler tão lindos versos. Que rima esplendorosa! Ah, a poesia... dizem que ela lubrifica o corpo e a mente. Obrigado, puxa-saco. Eu sei que sou um gênio da literatura.
Ah, não! Você não consegue ler nem algo tão simples? Deixo então uma transliteração para você, leitor ignorante:
ialla chebab
nakol kebab
nakol kebab
O que? Ainda não entendeu??
Lorpinha, vou traduzir então, mas é a última vez que faço isso:
Lorpinha, vou traduzir então, mas é a última vez que faço isso:
Vamos rapazes
Comer quibe
Comer quibe
Kebab não é bem quibe, mas tudo bem, passa. Na verdade kebab tá mais pra "churrasco de carne", mas a origem da palavra quibe certamente é essa.
Minha querida aula de árabe
Leo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Cadê o cocô?":
Meu caro Leo, o que significa "Al Bosta"? Infelizmente não posso lhe responder. Mas posso te ensinar outras coisas MUITO mais interessantes! Vamos lá:
Aradjá (Aragá, no Egito) - por favor
Ialla! - Vamos!
Chebab - rapazes
Tizak - bunda
Hamra - vermelho
Djamal (Gamal, no Egito) - camelo
Nákol - comer
Akharí - defecar
Khará - merda
Katir/Ktir - muito
Barsha - muito (no dialeto tunisiano, sempre ao final das frases)
Jebel - montanha
De posso destas palavrinhas, agora é só fazer combinações bonitinhas, como estas aqui, ó:
- Tizak Hamra! (Bunda vermelha! Algo tão ofensivo quanto xingar de Ibn Sharmuta. Uma alusão aos macacos de bumbum vermelho)
- Ialla Chebab! Ialla akharííí! (Vamos, rapazes! Vamos defecar!)
- Aradjá, nákol khará. (Por favor, coma merda)
- Aradjá, nákol djamal khará. (Por favor, coma merda de camelo)
- Aradjá, nákol ktir djamal khará (Por favor, coma muita merda de camelo)
- Aradjá, nákol djamal khará barsha (idem, só que um tunisiano falando)
E por fim, algo glorioso, quase épico:
- Aradjá, nákol jebel djamal khará, tizak hamra! (Por favor, coma uma montanha de merda de camelo, seu bunda vermelha!)
Obs: tem muitas perguntas aqui nos comentários, vou tentar respondê-las na medida do possível.
heheheh, muito bom o clip, premio top tosco
mas o que significa Al Bosta?
Meu caro Leo, o que significa "Al Bosta"? Infelizmente não posso lhe responder. Mas posso te ensinar outras coisas MUITO mais interessantes! Vamos lá:
Aradjá (Aragá, no Egito) - por favor
Ialla! - Vamos!
Chebab - rapazes
Tizak - bunda
Hamra - vermelho
Djamal (Gamal, no Egito) - camelo
Nákol - comer
Akharí - defecar
Khará - merda
Katir/Ktir - muito
Barsha - muito (no dialeto tunisiano, sempre ao final das frases)
Jebel - montanha
De posso destas palavrinhas, agora é só fazer combinações bonitinhas, como estas aqui, ó:
- Tizak Hamra! (Bunda vermelha! Algo tão ofensivo quanto xingar de Ibn Sharmuta. Uma alusão aos macacos de bumbum vermelho)
- Ialla Chebab! Ialla akharííí! (Vamos, rapazes! Vamos defecar!)
- Aradjá, nákol khará. (Por favor, coma merda)
- Aradjá, nákol djamal khará. (Por favor, coma merda de camelo)
- Aradjá, nákol ktir djamal khará (Por favor, coma muita merda de camelo)
- Aradjá, nákol djamal khará barsha (idem, só que um tunisiano falando)
E por fim, algo glorioso, quase épico:
- Aradjá, nákol jebel djamal khará, tizak hamra! (Por favor, coma uma montanha de merda de camelo, seu bunda vermelha!)
Obs: tem muitas perguntas aqui nos comentários, vou tentar respondê-las na medida do possível.
Marcadores:
O nome das coisas,
Sheik Luís responde
Ramadã Carím
Ramadan Kareem!
Ramadan Mubarak a todos!
E começa nesta quinta-feira o Ramadã, mês do calendário lunar que no Ocidente, só encontra paralelo no Ocidente nos festejos dos dias que antecedem o Natal e Ano-Novo.
Andei recebendo nestes últimos dias diversos e-mails de amigos muçulmanos, como o e-mail abaixo:
Pela cidade, é possível ver diversas tendas montadas ao lado de mesquitas, em terrenos vazios ao lado de casas de famílias influentes (ou nem tanto), onde famílias e freqüentadores de mesquitas se reunirão ao final do dia para o Iftar, jantar de desjejum. Depois tento tirar alguma foto. Por hora, é só.
Ramadan Kareem!
Ramadan Mubarak a todos!
E começa nesta quinta-feira o Ramadã, mês do calendário lunar que no Ocidente, só encontra paralelo no Ocidente nos festejos dos dias que antecedem o Natal e Ano-Novo.
Andei recebendo nestes últimos dias diversos e-mails de amigos muçulmanos, como o e-mail abaixo:
Ramadan Kareem to you and all your loved ones, may GOD brings it back always with so much Blessings, Happiness and Prosperity.
Pela cidade, é possível ver diversas tendas montadas ao lado de mesquitas, em terrenos vazios ao lado de casas de famílias influentes (ou nem tanto), onde famílias e freqüentadores de mesquitas se reunirão ao final do dia para o Iftar, jantar de desjejum. Depois tento tirar alguma foto. Por hora, é só.
Ramadan Kareem!
12.9.07
Solteiro em Dubai: persona non-grata
Eu ainda vou falar um pouco sobre o post com uma foto da França. Mas não agora: agora vou falar um pouquinho de um fenômeno que vem ganhando força por aqui: a caça aos solteiros.
Há alguns meses, um casal (casado) de amigos que mora no Arabian Ranches recebe um bilhete mais ou menos assim da administradora do condomínio:
De fato, o Arabian Ranches é uma destas curiosas áreas de Dubai reservadas apenas para 'famílias'. Outras áreas 'curiosas': Jumeirah 1, 2, 3, Barsha 1, 2, 3. E agora a Municipalidade de Dubai está fechando o cerco, desconectando água e luz destas casas, multando proprietários e expulsando os temíveis moradores solteiros...
... eu fico aqui imaginando para onde vão esses defeituosos (solteiros) que insistem em morar dentro da cidade perto do trabalho, do supermercado, do centro comercial... afinal, solteiro já deveria saber que por sua condição social, deveriam - tal qual os leprosos - isolar-se dos normais (casados), e ir morar nos locais que lhes é reservado (tal qual os leprosos e suas "gafanhas", em Portugal): International City, Sonapur, Al Rashidyia, Cafundós do Judas. Estas pessoas com necessidades especiais deveriam aceitar a sua inferioridade e penitenciar-se diariamente com cabeçadas na parede por possuírem tão vergonhoso defeito. Tudo em respeito a sagrada família, a tradição e a propriedade.
A verdade é que estes defeituosos (solteiros) realmente não se enxergam: tentam entrar em baladas sozinhos! O que é que um solteiro faria sozinho em uma balada? Só pode ser besteira, indecências. Ô gente feia, boba, cara de melão. Ainda bem que os prestativos porteiros estão lá na entrada, para prontamente barrar essa gente imunda:
- Sorry, sir! Couples only!
Obs.: Ainda bem que aqui em Honolulu não tem disso não!
Mais sobre este assunto:
Residents split over bachelor pads: City Talk
Bachelors hit hard by shortage of accommodation (Notícia de 2005, problema antigo)
E para mostrar que o problema não é apenas de Dubai, uma notícia do... Bahrein:
'Ban bachelors from family blocks now'
Há alguns meses, um casal (casado) de amigos que mora no Arabian Ranches recebe um bilhete mais ou menos assim da administradora do condomínio:
Ajude-nos a manter o condomínio um local seguro. Denuncie casas habitadas por solteiros ou onde se realizem 'práticas ilegais'.
De fato, o Arabian Ranches é uma destas curiosas áreas de Dubai reservadas apenas para 'famílias'. Outras áreas 'curiosas': Jumeirah 1, 2, 3, Barsha 1, 2, 3. E agora a Municipalidade de Dubai está fechando o cerco, desconectando água e luz destas casas, multando proprietários e expulsando os temíveis moradores solteiros...
... eu fico aqui imaginando para onde vão esses defeituosos (solteiros) que insistem em morar dentro da cidade perto do trabalho, do supermercado, do centro comercial... afinal, solteiro já deveria saber que por sua condição social, deveriam - tal qual os leprosos - isolar-se dos normais (casados), e ir morar nos locais que lhes é reservado (tal qual os leprosos e suas "gafanhas", em Portugal): International City, Sonapur, Al Rashidyia, Cafundós do Judas. Estas pessoas com necessidades especiais deveriam aceitar a sua inferioridade e penitenciar-se diariamente com cabeçadas na parede por possuírem tão vergonhoso defeito. Tudo em respeito a sagrada família, a tradição e a propriedade.
A verdade é que estes defeituosos (solteiros) realmente não se enxergam: tentam entrar em baladas sozinhos! O que é que um solteiro faria sozinho em uma balada? Só pode ser besteira, indecências. Ô gente feia, boba, cara de melão. Ainda bem que os prestativos porteiros estão lá na entrada, para prontamente barrar essa gente imunda:
- Sorry, sir! Couples only!
Obs.: Ainda bem que aqui em Honolulu não tem disso não!
Mais sobre este assunto:
Residents split over bachelor pads: City Talk
Bachelors hit hard by shortage of accommodation (Notícia de 2005, problema antigo)
E para mostrar que o problema não é apenas de Dubai, uma notícia do... Bahrein:
'Ban bachelors from family blocks now'
11.9.07
2 (ou 1?) dias para o Ramadã
Pois é,
Ciente do dever a cumprir com a pátria, havia prometido não postar mais a partir do meu hobby (alguns de vocês chamam de trabalho). Mas a notícia foi tão chocante que tenho que escrever.
É sabido que durante o Ramadã os horários são reduzidos de 8h para 6h, em respeito àqueles que aderem às restrições sugeridas pela religião (o jejum durante o Ramadã é um dos cinco pilares do Islã). E o chefe aqui já foi claro: "não quero ver ninguém aqui depois das 4 horas da tarde!"
Tá bom, tá bom. Chefe falou, a gente respeita. Então a gente faz mais este sacrifício: abster-se de algumas horas a mais entretendo-se com nosso hobby preferido, o trabalho, e passar mais horas, quem sabe, dando tâmaras para os camelos, andando de caiaque, saciando as concumbinas. Ainda bem que é só durante o Ramadã!
Ciente do dever a cumprir com a pátria, havia prometido não postar mais a partir do meu hobby (alguns de vocês chamam de trabalho). Mas a notícia foi tão chocante que tenho que escrever.
É sabido que durante o Ramadã os horários são reduzidos de 8h para 6h, em respeito àqueles que aderem às restrições sugeridas pela religião (o jejum durante o Ramadã é um dos cinco pilares do Islã). E o chefe aqui já foi claro: "não quero ver ninguém aqui depois das 4 horas da tarde!"
Tá bom, tá bom. Chefe falou, a gente respeita. Então a gente faz mais este sacrifício: abster-se de algumas horas a mais entretendo-se com nosso hobby preferido, o trabalho, e passar mais horas, quem sabe, dando tâmaras para os camelos, andando de caiaque, saciando as concumbinas. Ainda bem que é só durante o Ramadã!
7.9.07
Atoladinho
Mas o acontecimento do dia ficou por conta 4x4 que atolou na praia: virou atração turística. O motorista caprichou e o carro realmente "sentou" na areia, e não havia o que o fizesse sair dali.
Primeiro veio um rapaz em um Wrangler tentar puxá-lo. Puxou, puxou, puxou, foi afundando na areia e quase ele fica por ali também. Aí chegou um inglês com uma corda de 50m: "vocês têm que puxá-lo a partir de uma areia mais firme". E nada.
Chegou a hora de partir pra "ignorância": o dono do carro conversou com o policial e foram embora, todos juntos. Meia-hora depois chegam eles de volta em caminhão 4x4.
Aí é só cavocar um pouquinho e amarrar o carro no caminhão, enquanto a turba curiosa aprecia o momento. Alguns caipiras tiram fotos...
E já está: agora é só $agradecer$ aos prestativos policiais e voltar aliviado para casa.
Primeiro veio um rapaz em um Wrangler tentar puxá-lo. Puxou, puxou, puxou, foi afundando na areia e quase ele fica por ali também. Aí chegou um inglês com uma corda de 50m: "vocês têm que puxá-lo a partir de uma areia mais firme". E nada.
Chegou a hora de partir pra "ignorância": o dono do carro conversou com o policial e foram embora, todos juntos. Meia-hora depois chegam eles de volta em caminhão 4x4.
Aí é só cavocar um pouquinho e amarrar o carro no caminhão, enquanto a turba curiosa aprecia o momento. Alguns caipiras tiram fotos...
E já está: agora é só $agradecer$ aos prestativos policiais e voltar aliviado para casa.
Por falar em contribuição
Já que o assunto é "contribuição inteligente para o aquecimento do planeta", vou contar o que rolou hoje por aqui:
Hoje fui a praia. Que coisa estranha: tinha um aviãozinho que ia e vinha, fazendo vôos rasantes na praia. Depois, contornava o Burj Al Arab, ia lá pros lados da Marina, dava uma volta sobre o mar, ia até o centro de Dubai e voltava para mais uma vez contornar o Burj Al Arab.
Perguntei a um cidadão ao lado se ele tinha idéia do que era aquilo. Ele me disse: "é só uma propaganda!"
Olha, é mesmo! É uma propaganda da Emirates! De fato, agora me lembro que no Brasil era natural aviões fazerem propagandas nas praias. Alguns até buzinavam...
Pensando bem, é algo perfeitamente natural um Boeing dar vôos rasantes na praia para fazer propaganda.
Hoje fui a praia. Que coisa estranha: tinha um aviãozinho que ia e vinha, fazendo vôos rasantes na praia. Depois, contornava o Burj Al Arab, ia lá pros lados da Marina, dava uma volta sobre o mar, ia até o centro de Dubai e voltava para mais uma vez contornar o Burj Al Arab.
Perguntei a um cidadão ao lado se ele tinha idéia do que era aquilo. Ele me disse: "é só uma propaganda!"
Olha, é mesmo! É uma propaganda da Emirates! De fato, agora me lembro que no Brasil era natural aviões fazerem propagandas nas praias. Alguns até buzinavam...
Pensando bem, é algo perfeitamente natural um Boeing dar vôos rasantes na praia para fazer propaganda.
Pré-Ramadan
Eita janta longa, não é?
Pois é. Mas antes de eu começar a falar sobre a semana passada, vamos falar de presente e futuro.
A uma semana do início do Ramadã, período no qual todas as principais casas noturnas da cidade permanecerão fechadas, é festa em todo lugar: todo bar arranjou um jeito de trazer um DJ famoso na Inglaterra para tocar e assim, colocar os preços lá na estratosfera.
Ontem dei um pulo na Trilogy. Vamos falar de preços:
- entrada - 120 DH (R$ 60 / 24 €)
- cerveja mexicana "Corona" - 40 DH (R$ 20 / 8 €)
- garrafa de água (375 ml) - 20 DH (R$ 10 / 4 €)
A garrafa de água parece um vidro de perfume e vem lá da Noruega...
DJ inglês, cerveja mexicana, água norueguesa: são os habitantes de Dubai consumindo globalmente e assim, dando sua contribuição inteligente para o aquecimento do planeta.
Pois é. Mas antes de eu começar a falar sobre a semana passada, vamos falar de presente e futuro.
A uma semana do início do Ramadã, período no qual todas as principais casas noturnas da cidade permanecerão fechadas, é festa em todo lugar: todo bar arranjou um jeito de trazer um DJ famoso na Inglaterra para tocar e assim, colocar os preços lá na estratosfera.
Ontem dei um pulo na Trilogy. Vamos falar de preços:
- entrada - 120 DH (R$ 60 / 24 €)
- cerveja mexicana "Corona" - 40 DH (R$ 20 / 8 €)
- garrafa de água (375 ml) - 20 DH (R$ 10 / 4 €)
A garrafa de água parece um vidro de perfume e vem lá da Noruega...
DJ inglês, cerveja mexicana, água norueguesa: são os habitantes de Dubai consumindo globalmente e assim, dando sua contribuição inteligente para o aquecimento do planeta.
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Balada em Dubai,
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