28.6.07

Rito de passagem: casamento hindu



Havíamos chegado às 5h da manhã de ônibus de Udaipur e ficáramos no teto da pensão até as 6h para ver o sol nascer e a cidade acordar nos terraços. Não há ar condicionado, as pessoas dormem no terraço das casas e acordam com os primeiros raios de sol. Às nove horas da manhã, um batuque insistente e um burburinho entram pela janela do quarto.


Nos dias que se sucederam, foi possível notar que o batuque se espalhava por toda a cidade: estávamos às vésperas de um casamento coletivo hindu na cidade, Jodhpur. Mais de 50 casais... nos dias que antecediam o evento, os noivos, vestidos à carater, eram levados pelos vizinhos e parentes em uma passeata pelas pequenas vielas da cidade várias vezes ao dia. Eles na frente, o resto atrás, com seus tambores e fogos de artifício.

O casal da foto estava de saída, ao lado da pousada, na entrada do caminho para o castelo mughal.



Assim que a foto foi tirada, o rapaz ao lado, irmão ou primo da vítima, pede: "Agora só eu e ele!". Pois não.

21.6.07

Eu já sabia...

Al Shatha Tower: a pior torre de Dubai. Eu ainda vou comentar um pouco mais sobre ela, mas por ora, fica aqui o abaixo-assinado que alguém publicou na rede e que já conta com mais de 300 assinaturas virtuais (o melhor de tudo são os comentários que as pessoas têm deixado lá).

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Al Shatha Tower: the worst tower of Dubai. I will still comment a little bit more about it, but so far, stay with the petition that someone published on the net and which is already with more than 300 virtual signatures (the best are the comments people have left there).

Fête de la musique

Aujourd'hui c'est le 21 juin, jour que la France s'arrête pour simplement célébrer la Musique. Une bonne occasion pour voir que mon Français est de plus en plus pire... néanmoins (mot très joli, élégant), Le Monde a publié une liste très d es concerts qui auront lieu à France et ailleurs, une bonne utilisation du Google Maps. Malhereusement, il n'y a rien à Dubaï.

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Hoje é 21 de junho, dia em que a França para para simplesmente celebrar a Música. O Le Monde publicou um lista de concertos que ocorrerão na França e por aí, fazendo bom uso do Google Maps. Infelizmente, não há nada em Dubai.

19.6.07

Ao vencedor...


Olhe bem para as cebolas acima: ambas estão à venda lado-a-lado no Spinneys. Uma proveniente dos EUA, a outra é paquistanesa. Uma custa 4,5 DH/Kg, a outra 2,25 DH/kg.

Quando uma embalagem informa que um produto é geneticamente modificado, a primeira reação em geral é de rejeição. O mesmo acontece quando há duas embalagens igualmente bonitas, uma delas com as palavrinhas mágicas "produto orgânico" ou "ecologicamente correto". A escolha recai sempre para esta que possui a senha para um mundo melhor. Se o preço não é impeditivo, é claro.

Olho novamente para as cebolas. Com todo o respeito aos pequenos produtores paquistaneses, mas é difícil sentir qualquer tipo de simpatia por suas cebolas vendo-as assim, ao lado das cebolas estadunidenses, maiores, de casca lisa, brilhante e uniforme; sem marcas de mofo ou umidade e que aparentam ter crescido na estante da sala, com direito a limpeza e polimento semanal.

Entre elas, uma diferença tecnológica provável de um século. Mas qual seria a melhor escolha para o planeta? Qual é a melhor para mim?

"Ao vencedor, as batatas". E as cebolas, seu Machado, vão pra quem? O Spinneys está fechando... o filipino na balança me olha curioso e impaciente... pronto: 2 estadunidenses, 1 paquistanesa.

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To the winner...

Take a look at these onions above: both were on sale side-by-side at Spinneys. One from USA, another from Pakistan. One being sold at 4.5 DH/Kg , another at 2.25 DH/Kg.

When a packing informs that a product is genetically modified, first reaction in general is of rejection. The same happens when in front of two packing equally beautiful, one of them with the magic words “organic product” or “ecologically correct”. The choice falls on the one which porsuits the password for a better world. If the price is not restrictive, of course.

But I look again to these onions. With all respect to the small Pakistani farmers, but is difficult to fell any kind of empathy for their onions seeing them in this way, close to the American onions, bigger, with a uniform, brilliant and smooth shell, without any traces of mildew or moisture and that seem to be grown on the top of a furniture in th living room, with weekly cleaning and polishing.

Between then, a probable technological difference of one century. But which is better for the Planet, which is better for me?

“To the winner, potatoes”. And what about onions, Mr. Machado, who deserves them? Spinneys is closing, the Filipino clerk look at me curious and impatient… ok: 2 American and 1 Pakistani.

17.6.07

E quem não pedala...



... paga pedágio. A partir de 1o de julho, Salik: o que há de mais moderno para coletar o seu dinheirinho. Em dois pontos: Garhoud Bridge e Sheik Zayed em frente ao Mall of the Emirates. 4 dh na ida, 4 dh na volta.

Mas antes disso, todo motorista precisa comprar o adesivo de cobrança automática: 100 dh (50 dh de inscrição, 50 dh que já fica de créditos em sua conta).

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And who does not cycle... pay tolls. From 1st July, Salik: what is the most modern to collect your money. In two points: Garhoud Bridge and Sheik Zayed Road, close to Mall of the Emirates. 4 dh to go, 4 dh to come back.

But beforehand, every driver must buy the sticker for automatic toll: 100 dh (50 for the subscription, 50h will stay as credits in their private account).

A última fronteira

Na entrada do edifício, o rapaz de bigode recebe de braços esticados para carregar as sacolas de compras:

- O senhor trouxe o visto?
- Sim! Conversei hoje com meu amigo de Jebel Ali, aqui está.
- Muito obrigado, sir!

No apartamento, ele deixa as compras na entrada e se despede:

- Mais alguma coisa?
- Hmm... não. Muito obrigado!
- Boa noite.
- Boa noite.

Ele retira o ragol, a hattra e a pequena touca da cabeça, deixa-as sobre o sofá e agora retorna ao motivo inicial da visita:

- Venha ver os quartos.

Apresenta uma das duas suítes:

- Essa está alugada por 10.

Segue então para os dois quartos que compartilham um banheiro:

- E este é o quarto que seria para você. Todo mobiliado! Veja bem: não é qualquer imóvel. Tudo decorado com o que há de melhor, e com bom gosto. Ao menos na minha opinião. Fui eu mesmo que decorei!

Papéis de parede de listras verdes e detalhes florais. Cama grande com adornos barrocos. Na parede um quadro de vaso. Cortinas na mesma cor da coberta: tecido verde metálico semi-brilhante. Um luxo. De fato, gosto não se discute.

- E então, gostou?
- Sim, muito, mas veja bem... eu tenho a minha mobília...
- Ah! Mas isso é fácil de resolver. Eu posso comprar e colocá-la em algum de meus outros imóveis.
- Mas a questão do preço...
- Bom, isso é negociável. Você tem algum dia da semana livre?
- O que é esta porta?
- Este é o quarto de empregadas que te falei. Esse é 3 mil, mas a porta está trancada hoje... mas podemos negociar, se você trabalhar para mim. Preciso de alguém para ajudar a controlar a contabilidade de meus negócios, e vejo que você tem boa índole, é de confiança.
- E como seria este trabalho?
- Sente-se. - Ele vai até a cozinha e volta com uma latinha de suco de goiaba e continua:
- Gostou da vista? Olha essa decoração! Essa é a parte da casa que mais gosto.

Sofá com adornos combinando com uma mesa de centro com adornos que não combinam com a TV de plasma, mas ficariam bem com um gramofone. No chão, jaz a pele de um felino, com a boca grande e olhos bem abertos. Na parede, um quadro de cavalo, na outra, um outro grande quadro com paisagens bucólicas de uma Europa medieval.

- Mas qual é o tipo de trabalho que você oferece?
- Eu preciso de um ajudante para meus negócios. Você é do Brasil, né? Uma de minhas idéias e começar a importar coisas do Brasil. Coisas que haja por lá e que não haja cá.
- O que, por exemplo?
- Você é que pode me dizer! Você é de lá, deve saber. Mas entenda as possibilidades financeiras por trás disso: o Brasil é hoje a última fronteira para os árabes. China? Todo mundo já está saturado de coisas chinesas. Índia? A Índia é aqui. Europa? Estados Unidos? Eles pegam um avião nas férias e pronto, já conhece tudo. Mas o Brasil não! Eles não conhecem nada do país, e tem muita curiosidade em conhecer. Quando você volta para o Brasil? Seria perfeito! Você poderia me guiar pelo país e me mostrar coisas que poderíamos trazer para cá.
- O que por exemplo?
- Vou dar um exemplo: nós poderíamos trazer comprar uma fazenda, e criar animais que hajam por lá, e que não hajam cá.
- Vacas?
- Não! Macacos, por exemplo.
- Criar macacos?! Em uma fazenda?!
- Sim!
- Veja bem... não dá.
- Por que não?
- Olha... uma fazenda de macacos? Não daria certo. Macacos são animais nômades e territorialistas, não dá para criar uma fazenda, como gado. Eles precisam de uma floresta e de uma grande área para viver.
- Ah, então a gente pode pegá-los na mata e trazer para cá.
- Veja bem... tráfico de animais é crime. Não dá para trazê-los.
- Como não? A gente pode colocá-los dentro da mala de mão, bem apertadinho, e trazer.
- Olha, não funciona isso. Isso dá cadeia. Não dá.
- E aqueles papagaios gigantes?
- Arara? É animal silvestre também. Não dá.
- Ah, que pena... - ele bebe um pouquinho mais de suco pensativo e torna ao assunto - então a gente pode comprar uma fazenda e criar outros animais. Há uma série de outros animais que há por lá e que não há por aqui. Lhamas, por exemplo...
- Lhamas não são do Brasil... são dos Andes, Bolívia, Peru...
- Ah... mas a gente pode comprá-los na Bolívia e criá-los na fazenda no Brasil, não pode?
- Olha... acho que o bicho não vai se adaptar. Mas enfim...
- Tá. Então pense em alguma coisa. Há artistas no Brasil? A gente poderia alugar um apartamento como esse e organizar uma noite brasileira, com exposição de obras de arte. No meio da noite, entrariam um grupo daquelas pessoas que dançam para fazer uma exibição. As pessoas querem ver isso, e elas pagarão o preço. Se for por exemplo, 100 dh, iríamos encher o apartamento.
- Poderíamos trazer artesanatos.
- Isso. E músicos? Dançarinos? Poderíamos organizar um show noturno. Traríamos os artistas e eles receberiam um salário e mais uma porcentagem nas vendas. Assim, ele ganha e nós também. Poderíamos deixá-los em uma casa em Ras Al Khaiman com diversas facilidades durante o dia: jet ski, campo de golfe, e à noite, eles trabalham.
- É uma boa idéia.
- E como é o mercado de iates no Brasil? O preço é melhor que aqui? Poderíamos comprar iates lá no Brasil e vendê-los por aqui.
- Iates? Não tenho a menor idéia.
- Pesquise para mim, por favor.
- Sim...
- Poderíamos comprar um grande iate, e montar dentro dele um restaurante típico brasileiro, com banda e dançarinos... as pessoas pagariam para viajar nele, seria um sucesso. E espero que a legislação brasileira não seja tão chata quanto à alemã. Eu quase comprei um navio do exército alemão da época da segunda guerra, mas o governo alemão barrou. Que gente complicada! Imagine o navio ali embaixo (apontando para a Marina), com um restaurante dentro... seria fanstástico!
- Sim, sim... pois é, já está tarde.
- Ok. Mas pense nisso.

A caminho do elevador, uma última reflexão:

- Escute: veja o mundo de possibilidades a sua volta. Veja esses apartamentos: poderíamos alugar dois deles, você contrataria as garotas do Brasil... faríamos um clube privê.
- Ok. Boa noite.
- Ok. Pense nisso. Aguardo seu telefonema amanhã.
- Ok. Boa noite.
- Boa noite.

No dia seguinte, não telefonou.

Free delivery


In Dubai, quase todo restaurante, bar, cafeteria, farmácia, supermercado, mercadinho tem serviço de entrega gratuito.

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In Dubai, almost all restaurant, bar, cafeteria, pharmacy, supermarket, grocery has free delivery service.

O preço das coisas


Homus - 7 dh
Tabule - 7 dh
Mutabal - 7dh
Fatuche - 10 dh

Suco de chikoo (grande) - 10 dh

Entrega - gratuita

Homus - 7 dh
Taboule - 7 dh
Mutabal - 7 dh
Fatoush - 10 dh

Chikoo's juice (large) - 10 dh

Delivery - Free

16.6.07

Bilal, o empresário



Carga pesada? Chama o Bilal!

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Sorry, it has no meaning in other language. In (Brazilian) Portuguese, Bilal is a very special word.

Quick Hands

They don't ride a bicycle

Police recommendation in Al Ain to people ride their bikes only in residential areas exposes the authorities' mentality that bicycles are not part of the traffic. Bu they are: people use it seriously to commute or even to work (as shown by the article), not only to ride inside a compound.

Police would better advise drivers that high speed is tighly connected to letal colisions between cars and pedestrians/cyclists rather than restricting bycicles.

I still will check this information, but heard that India - with its chaotic streets shared by monkeys, elephants, cows and even people in bycicles, trucks and cars - has proportionaly less deaths on traffic than Dubai, with its brand-new highly signalised roads. The reason: people go slower there.

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A recomendação da polícia em Al Ain para que as pessoas pedalem apenas em áreas residenciais expõe o pensamento das autoridades de que bicicletas não são parte do tráfego. Mas elas são: muita gente a usa seriamente para ir e vir do trabalho, ou até mesmo para trabalhar (como mostra a própria reportagem), e não apenas para pedalar dentro de um condomínio fechado.

A Polícia faria melhor se orientasse motoristas que alta velocidade está intimamente ligada a colisões letais entre carros e pedestres/ciclistas ao invés de restringir o tráfego de bicicletas.

Ainda vou checar esta informação, mas ouvi dizer que a Índia - com suas caóticas ruas compartilhadas por macacos, elefantes, vacas e até mesmo pessoas em bicicletas, caminhões e carros - tem proporcionalmente menos mortes no trânsito que Dubai, com suas novas e bem sinalizadas ruas. A razão: as pessoas vão mais devagar por lá.

14.6.07

Paddling in Honolulu

For those who consider learning to paddle race kayaks (surf ski, to be precise) here in Honolulu:

http://www.dubaipaddlingschool.com/

And this the website of the club:

http://www.dskc.net/

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Para aqueles que querem aprender a remar em caiaques de corrida (surf ski, para ser mais exato) aqui em Honolulu:

http://www.dubaipaddlingschool.com/

E esse aqui é o endereço do clube:

http://www.dskc.net/

12.6.07

Domingo de Páscoa


Dia de trabalho, 22h. Ligar o ar condicionado, acender as luzes. O ponteiro indica: assim não se chega em casa. Ligar o rádio e assim ser assim lembrado pelo radialista filipino de que se trata de um dia especial.

Será que chega ao posto? Chegou.

- Full?
- Full.

Ah sim, é um dia especial. Mas como transformar às 22h um dia que fora comum em um dia especial? Logo à frente, um letreiro: “Burger King”. Dia especial: famílias ocidentais reunidas, comendo batatas fritas e bebendo refrigerantes. Dia comum: famílias jantando em uma lanchonete de posto de gasolina.

O telefone toca: “Estamos todos reunidos! Feliz dia especial!”. Hora de desligar o telefone, desligar o carro, desligar o rádio: jantar especial.

- Good evening, sir! Which lunch do you want? Big-ultra burger? Extra ultra large French fries? Super-size coke?
- Beans burger and small bottle of water, please.
- Anything else, sir?
- No, thanks.

Um senhor ao lado de bigode, vestido em sua candura, hatra e ragol, sugere:

- Olha, a opção mais barata é você pedir dois do número 3 e com isso ganha mais duas batatas-fritas e um refrigerante! Isso não está no cardápio!

- Obrigado!

- Hei, você é brasileiro, não é?

- ?! Sim, mas... como você descobriu?

- Pelo sotaque. Eu visitava muito o Brasil enquanto estudava nos Estados Unidos... e meu irmão ainda está lá.

Ele diz um nome. Nome familiar. Coincidências de um mundo ultra-conectado. “Você está com pressa? Vamos jantar juntos.”

Dia especial: jantar com um desconhecido que traz notícias da terra natal, que vai contando enquanto se curva sobre a mesa para não sujar a candura impecavelmente branca:

- Eu gosto muito do Brasil. Quando estive por lá da última vez, viajei por todo o país: Amazônia, Pantanal, Foz do Iguaçu... Fortaleza, Recife, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro...

- Que bacana!

- Oh, Brasil! A Amazônia, que natureza! Rio de Janeiro! Boas lembranças... que lugar maravilhoso, tudo é colorido. E as mulheres? Como as mulheres são simpáticas! Você está andando no calçadão de Copacabana e elas já vêm conversar. Iani, são simpáticas e baratas: por menos de 100 dólares e elas já vinham com a gente. Serviço completo...much muchcla.

- Pois é...

- ... Rio de Janeiro, olha... que lugar. E as drogas? Como são baratas e puras! Um rapaz chegou e me ofereceu cocaína. Olha... quatro dias sem dormir...

- Sério?

- Sim! Fiquei até preocupado. Eu queria dormir mas não conseguia. Eu tremia...

Este tema é tabu não apenas nesta parte do globo e é sabido da existência de uma inteligência nos Emirados, os CIDs. Eles andam a paisana e, segundo dizem, “jogam verde para colher maduro”. Seria este o caso? Seria prudente não emitir comentários a respeito das histórias e apenas repetir:

- Sério?

- Sim. Mas você sabe, né? Nos EUA, é muito perigoso usar cocaína.

- Ah é? Por que?

- Porque lá eles misturam com muitas outras coisas, não faz bem para a saúde. No Brasil é mais barato e é puríssima! Deve vir direto ali da Colômbia.

Silêncio na mesa. Ele então resolve mudar de assunto:

- E você sabe quem está procurando lugar para morar?

- Sim. Eu. O que você tem para oferecer?

- Tenho vários imóveis, mas o que tenho a oferecer é um quarto em um apartamento de alto-padrão.

- Quanto?

- Qual é o seu orçamento?

- Até quatro.

- Hmm... os quartos são luxuosos, todos mobiliados... mês passado, aluguei um por dez.

- É, está fora...

- ... mas eu tenho um menor, que era o quarto de empregada. Esse eu posso fazer mais barato. Você tem tempo-livre?

- Não muito. Por que?

- Eu preciso de um contador, alguém independente, de confiança, que me ajude a gerenciar meus negócios. Creio que você tem este perfil. Se você trabalhar em tempo-parcial para mim, posso abater do preço do aluguel. Em todo caso, não custa nada olhar o apartamento, quer ver?

- Sim. Quando?

- Agora!

- Mas... são quase 0h...

- Não há problema. Vamos lá.

No caminho para os carros, ele ainda diz antes de seguir com seu 4x4 V8 pela Shaikh Zayed Road:

- Este carro é seu? Preciso de um carro menor, para economizar combustível. Quer vender?

Tênis



Converse All Star, made in Brazil (Rua Augusta, São Paulo, Brazil):

R$ 52 = US$ 26 = 98 DH
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Double Sport, made in China (Carefour, Mall of the Emirates, Dubai, UAE):

24,95 DH = US$ 6,79 = R$ 13,23

11.6.07

Olinda

Sexta-feira, noite em que se iniciam os primeiros festejos. A cozinha está arrumada: pratos lavados e secos, talheres organizadamente dispostos na gaveta, colheres na baia de colheres, facas na baia de facas, garfos dispostos perpendicularmente. Sobre a mesa de 4 lugares, apenas o baralho sob a luz da luminária. É fevereiro, e apenas o alto pé-direito da casa impede que o calor, natural desta época, seja insuportável.

O telefone toca, toca e toca mais uma vez. E mais uma vez, cai na secretária eletrônica. "Vamos pra rua, cara! Pára de graça que estamos vendo as luzes acesas." São os velhos amigos. abaixou o volume. Há anos é sempre assim: quando ainda jovem, despedia de seus pais, que ficavam na mesa da sala jogando cartas. Ele dizia: "Vamos pra rua!", eles respondiam, "ih, filho, já foi o nosso tempo". Ele saía enquanto eles ficavam ali, concentrados em suas cartas, com gargalhadas esparsas cortando a noite. Antes de sair, olhava intrigado para as duas criaturas e ainda se perguntava como é que alguém poderia ser feliz jogando cartas em pleno carnaval. Despedia-se e saía: os mesmos amigos já estavam à porta.

Valério embaralha mais uma vez o maço de cartas. Tentava assim controlar o forte instinto de sair e buscar qualquer outra forma de excitação visual, sonora ou gustativa que o distraísse e por fim o fizesse esquecer de suas dúvidas e anseios que
mais horas menos horas, voltariam com mais força em outro momento. Decidiu que aquele era o momento para uma auto-avaliação. Por que o medo de ficar só? Por que esta ansiedade em buscar uma atividade qualquer? "É preciso se suportar", pensou.

Ouviu os recados na secretária: "Ei, cara, não enrola...", "vem logo que o bloco já vai sair". E por fim, a última: "... oi, bem... sei que é dia de festa... talvez nem esteja aí...(suspiro)... liguei apenas para te enviar um beijo. Te amo".

Fora os amigos, sobrou pouco daquele tempo: fotos na estante e dores sufocantes abafadas em um canto qualquer do sótão da memória, e que por vezes vinham à tona para, mais uma vez, serem empurradas e comprimidas e amassadas no buraco do esquecimento. Deixa o baralho na mesa e procura repouso no sofá, ainda é coberto pelas mesmas cobertas que sua mãe fazia toda noite em frente à TV, mesmo com a insistência do oculista de que isto lhe fazia "mal para a vista", e viu diante de si a gaveta que há anos não abria. Tomou coragem: abriu. Lá estava o velho estojo de madeira que distriu o velho por anos a fio: toda tarde, ele abria a janela, sentava em seu parapeito e abria o estojo. Com a pequena faca, limpava o bocal do cachimbo raspando a lâmina em minuciosos movimentos circulares, até que não restasse nada no orifício. Abria então o pequeno saco do estojo e tornava a cobrir o buraco com fumo, que comprimia com a lâmina da mesma faca. Acendia o cachimbo e olhava a cidade, e ficava ali parado, indiferente às reclamações da mãe, que basfemava contra a fumaça que invadia a sala. Valério fecha os olhos e respira fundo: ainda sente no cachimbo o mesmo cheiro de pus das feridas letais que apareceram primeiro no céu da boca, depois nos lábios, depois um inchaço no pescoço, a perda do apetite, a febre intermitente... o médico disse: "Sinto muito. Deixe-o continuar a fumar, se assim o quiser".

Ainda restava um pouco de fumo. Controlou sua aversão e acendeu o cachimbo, e fumou, mas não abriu a janela: limitou-se a observar a fumaça subindo lentamente. Sentimentos opostos: a saudade do pai e o horror do cheiro de morte certa. Deu mais um trago (sem puxar para os pulmões) e deixou mais uma vez a fumaça no ar.

O telefone toca mais uma vez. Hesita. Secretária outra vez. Suspiros. Correu, atendeu o telefone. Tarde demais, a ligação já caiu. Parou sobre a cômoda e ouviu mais uma vez o penúltimo recado: "te amo". Olhou os retratos sobre a cômoda: "Então por que partiu?". Sentimentos opostos: saudade, um pedaço que falta; ódio, imperdoável rejeição. Perguntou-se então a si mesmo por que razão a deixara partir para tão longe e sentiu-se impotente diante da realidade: ele mesmo deixara um bom emprego atrás de um sonho que até o momento não se concretizava... e ela não fizera qualquer objeção ou comentário, embora nitidamente reprovasse a sua atitude. E agora, ela apenas seguira seu sonho ao se mudar para um país distante. Lembrou da alegria em sua face ao dizer eufórica que conseguira um trabalho em uma loja em um centro comercial de luxo no Oriente Médio. E a gente? "Depois a gente vê", disse ela.

O barulho dos blocos se aproxima, ele abre a janela e junto com a brisa fresca da meia-noite entra também o barulho surdo dos tambores e das vozes que cantam uma velha música de Alceu Valença. Valério senta-se ao seu sopé e se junta ao coro:

Olinda
Tens a paz dos Mosteiros da Índia
Tu és linda
Pra mim és ainda
Minha mulher
Calada
O silêncio rompe a madrugada
Já não somos aflitos nem nada
Minha mulher
Tu voltas
Entre frutas, verão e tu voltas
Abriremos janelas e portas
Minha mulher


(Continua).

10.6.07

Lojinha do seu Bilal

eduardo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Reasons to use the cycling lane":

Lojinha do seu Bilal???


Sim, ali na Jumeira Beach Road. Para não deixar mais dúvidas sobre o local dos eventos:

9.6.07

Reasons to use the cycling lane



Fotos tiradas na Jumeira Beach Road, próximo à lojinha do seu Bilal, como se pode ver nas fotos.

++++

Photos taken at Jumeira Beach Road, close to the Bilal's Grocery, as you can see through the pictures.

Che

Camelicioso


O que já era bom ficou ainda melhor: leite fresco de camelo... sabor tâmaras. Hmmmm...

E a embalagem diz: "ajuda na digestão".

+++++++++++++

What was already good is now better: fresh camel milk... flavor dates. Hmmm...

And the label says: "it helps digestion".

6.6.07

Ainda faz sol em Dubai




Ainda faz sol em Dubai. Como você pode ver, meus critérios para definir as condições do tempo são muito subjetivos. Para informações mais precisas e científicas, vá para os seguintes sites:

Sobre o ciclone Gonu:

HurricaneZone.net

Sobre as condições do tempo em Dubai:

Dubai International Airport - Dubai Meteorological Office

Este site oferece previsão do tempo para os próximos 5 dias, e também informações mais úteis: vários indicadores climáticos, como média da máxima temperatura diária por mês e uma descrição detalhada das condições climáticas em cada mês do ano.

US National Weather Service

Aqui estão as mesmas informações encontradas no site do aeroporto, mas com um resumo das últimas 24, para quem prefere dados crus a imagens bonitinhas.

Dubai Coastal Zone Monitoring Programme

Este website provê informações úteis para quem rema, surfa, pratica kite surf, ou simplesmente quer ir para a praia. Possui imagens em tempo-real das praias tiradas por câmeras instaladas no topo do Burj Al Arab e informações como tábua de marés, direção do vento e altura das ondas.
It's still sunny in Dubai. As you can see, my criteria for defining weather conditions here are very, very subjective. For more precise and cientific information, go to the following places:

For more information on Gonu Cyclone:

HurricaneZone.net

For weather conditions in Dubai:

Dubai International Airport - Dubai Meteorological Office

This site offers weather forecast for the next 5 days, but it has more useful information: it tracks several climate indicators like average maximum temperature and gives a detailed description of the climate conditions on each month of the year.

US National Weather Service

It's the same information shown in the Dubai Airport but with a 24h summary for those who prefer raw data than beautiful pictures.

Dubai Coastal Zone Monitoring Programme

This website provides nice information for those who paddle, surf, kite surf, or simply wants to go to the beach. It has real-time images taken by cameras installed on the top of Burj Al Arab and useful information like tide times, wind direction and wave heights.

5.6.07

Cyclone in Dubai?!

Não, não estou falando do prostíbulo que fica ali atrás do American Hospital.

Bem que notei que ontem o mar já estava bem mais agitado de manhã que o habitual e que havia um vento fresco hoje de manhã... de fato, há um ciclone, Gonu, chegando à costa de Omã, lá do outro lado. Provavelmente ele perderá força ao atravessar as montanhas e o deserto e vai chegar mais fraquinho do lado de cá, mas vai no mínimo trazer algumas ondas, chuva e vento à Dubai.

Alguns comentários:

- Chuva nesta época do ano - início de verão - é algo totalmente atípico por aqui. Aquecimento global?

- Nunca choveu tanto no deserto como agora. Aquecimento global?


+++++++



No, I'm not talking about the whore house behind the American Hospital.

I had noticed indeed that the sea was more agitated yesterday morning than usual and that there was a fresher wind this morning... in fact, there is a cyclone, Gonu, arriving at the Omani coast, there in the other side. Probably it will lose strength when crossing the mountains and the desert and arrive weaker to this side, but it will bring at least some waves, rain and wind to Dubai.

Some comments:

- Rains at this time - beginning of summer - is something totally atypical here. Global warming?

- It has never rained as now in the desert. Global warming?

4.6.07

E não é que...

... eles publicaram mesmo?!

Cortaram aqui, acertaram ali, e ficou assim:

Brazilian fan’s big disappointment (publicado em 3 de junho de 2007).

Assim como os painéis de classificados dos supermercados, o espaços de cartas dos leitores nos jornais é uma das instituições mais democráticas e curiosas de Dubai. Através deles, a sociedade realmente se expressa e se interage. A carta acima já teve até resposta, publicada hoje:

Reader’s response to Brazilian fan

Isso também é Dubai. Dubai Futebol Clube.

++++++++++++++++++++

Well... and they really published it!

They cut here, corrected something there, and it stood like this:

Brazilian fan’s big disappointment (publish on July 3rd 2007).

Like the classifieds in the supermarkets, the space of reader's letters in the newspapers is one of the most democratic and curious institutions of Dubai. Through them, the society really express itself and interact. The letter above has already received a response:

Reader’s response to Brazilian fan

That's also Dubai. Dubai FC.

3.6.07

Linguiça, Zico e Bebeto


Pois é, estava eu aqui procurando subsídios na mídia local para encher linguiça nos posts abaixo e me deparo com a seguinte notícia, informando que o Zico e o Bebeto estarão por Dubai daqui a 2 dias para a "Segunda Conferência Internacional de Esportes de Dubai", no World Trace Centre.

Aê Zico!
Aê Bebeto!

Quanto chegarem aqui em Dubai, dêem um alô pro Sheik. Vai ser um prazer incluí-los na disputadíssima sessão Dubai High Society.

:-)

Futebol e respeito

E os jogadores brasileiros são conhecidos e respeitados pela mídia e pela população local.

Falo pelo que vi: certa vez, um grupo grande de brasileiros combinou de se encontrar na entrada do Buddha Bar, na Marina. Cheguei atrasado e fui para o fim da fila. Seria desagradável furar fila: eles já estavam lá no comecinho, ao lado do segurança. Aí o Rodrigo, fisioterapeuta do mesmo time, veio me buscar, sob compreensíveis olhares reprovadores do resto da enorme fila.

O segurança olhou pra mim, aí olhou para o grupo, olhou de novo... falou com outro segurança. Pronto - pensei - vou ser expulso. Ele olha para um rapaz do grupo e dispara:

- Você não é Anderson, jogador do Al Wasl?
- Sim, sou eu.
- Por favor, não precisa ficar na fila não! Pode entrar!

O segurança abriu caminho e lá foi todo o grupo, cortando o resto de fila que restava. Isso é Dubai: Dubai High Society... Dubai Futebol Clube. Ehehehe.

Mabruk: Al Wasl, Al Mansur!



Quinta-feira de manhã na empresa, último dia de trabalho da semana, dia do famoso casual day, quando é permitida a vinda ao trabalho com roupas informais, como tênis e camiseta. Um emirati se aproxima em tom solene:

- Por favor, sintam-se à vontade para se juntarem a nós para um café-da-manhã. Nós trouxemos algumas coisinhas para todo mundo.
- Ótimo! Será um prazer. E qual o motivo da comemoração?
- O nosso time, o Al Wasl, ganhou o campeonato.

Ótimos salgadinhos, com queijo haloumi, labneh e zaatar (uma erva parecida com orégano). Al Wasl é um time onde jogam dois brasileiros: o Anderson Carvalho (há 4 anos em Dubai) e o Alexandre Oliveira. O técnico, o Zé Mario, também é brasileiro. Na foto desta reportagem do Gulf News, eles estão ao lado de sua alteza Sheikh Mohammad Bin Rashid Al Maktoum, Vice-Presidente e Primeiro-Ministro dos EAU e Ruler de Dubai. Mas há mais brazucas no time: treinadores de goleiro, fisioterapeutas, preparadores físicos.

Bom, é isso. Fiquem com algumas fotos do estádio do Al Wasl que tirei há algum tempo atrás.

Seikh Zayed Road


2.6.07

Meanwhile, in Honolulu...


Making it clear

I don't smoke.

The best one



Come on, smokers!
Try this one: judging by the box, this one kills less.

Dutch?



Irish Village: drink or leave


Everything was set to be a great Friday evening: during the day, I received more than 10 text messages on my mobile from passionate Brazilians inviting me to see the friendly football match England x Brasil at Irish Village.

Brazilians generally love football and also love to go the Irish Village, where the around 300-people community usually goes for a brunch, a drink, or even to support their traditional parties like Saint Patrick’s Day. However, from what I saw last night, it is clear that this feeling is not reciprocal: less than 5 minutes after my arrival there and before any waiter came to me, I was approached by a security guy in a very offensive manner asking me whether I was drinking or not. I said I was not, so he said in very rude way:

Drink or leave!

At first, I did not get the point and thought I was doing something wrong, so I asked why. He explained in his usual politeness:

Drink or leave, that’s the rule of the house. If you do not feel good with this, please the door is opened!

Drink or leave. I thought I had enough in Dubai with those couples-only nights, or those places who have face prices, and now, drink or leave. Nice marketing lesson: to sell more, threaten/push your clients! Would you feel likely to consume anything in such conditions? I simply left the place and I went to Sapphire, where I had a very nice reception and where I could eventually see the match and consume whatever I wanted without threats.

After the match, I went back to Irish Village and comment the incident with other Brazilians outside the pub and most of them reported that they were also threatened. One of them reported that when he asked why the guy was bothering him, the security guy advised him to discuss it with the (big) doorman…

I went to the manager and complained this embarrassing and ashaming approach. He apologized me for the incident and said they were doing this because the group flooded the house, had not reserved places and he ended with a not convincing argument that they were not consuming enough.

Not consuming enough, very subjective. I would argue that if they wanted to make the place exclusive for those with reservations, or condition the entrance to a minimal consumption, they should do it clearly, but I think one fact explains everything: they were doing this only to those dressing the Brazilian national football team jersey or speaking Portuguese in the pub

Well I think we don’t need to be Brazilian to see that these kind of treatment is unacceptable and I’m advising all my friends not to get back to Irish Village, which has proved to be a non-friendly place, at least to the Brazilian community in Dubai.

+++

Tudo mostrava que teríamos um grande noite de sexta-feira: durante o dia, recebi mais de 10 SMS no meu celular de brasileiros convidando-me para assistir o amistoso Inglaterra x Brasil no Irish Village.

Brasileiros geralmente gostam de futebol and gostam também do Irish Village, onde comunidade de cerca de 300 pessoas vai para comer, beber ou mesmo para prestigiar suas tradicionais festas como o Dia de Saint Patrick. Entretanto, a partir do que pude ver ontem a noite, este sentimento não é recíproco: menos de 5 minutos após a minha chegada ao local, fui abordado por um segurança de maneira bem agressiva perguntando se eu estava bebendo ou não. Eu disse que não, então ele disse de maneira bem rude:

Beba ou saia!

E início, eu não entendi e pensei que estava fazendo algo errado, então eu pedi para ele explicar do que se tratava, ao qual ele explicou com sua habitual delicadeza:

Beba ou saia, esta é a regra da casa. Se você não se sente confortável com isso, por favor a porta está aberta!

Beba ou saia. Eu pensei que já tinha visto de tudo em Dubai como as noites só para casais, ou ainda certas casas noturnas que definem o preço pela sua aparência, e agora beba ou saia. Essa foi a primeira vez isso aconteceu comigo lá. Boa lição de marketing: para vender mais, ameace/force a barra com seus clientes.! Você se sentiria à vontade para consumir algo nestas condições? Eu saí do lugar e fui para o Sapphire, onde eu fui bem recebido e pude finalmente ver a partida, e até mesmo consumir algo sem ameaças.

Após a partida, voltei ao Irish Village e comentei o ocorrido com outros brasileiros fora do bar e a maioria reportou que também tinham sido ameaçados. Um deles disse que ao perguntar a razão de tanto assédio, o segurança recomendou-o a discutir isso com o porteiro (um armário)...

Fui até o gerente reclamar da vergonhosa e desagradável abordagem. Ele desculpou-se pelo incidente e disse que assim o fizeram porque o grupo lotou a casa, não reservou lugares e por fim terminou com um argumento pouco convicente de que eles não estavam consumindo o bastante.

Consumir o bastante, muito subjetivo. I iria argumentar qu se eles quisessem manter o local exclusivo para aqueles com reserva, ou condicionar a entrada a uma consumação mínima, eles deveriam fazê-lo claramente, mas eu penso que uma coisa explica tudo: eles estavam abordando apenas as pessoas com camisas da seleção brasileira ou que falavam português... outras pessoas entraram no pub no mesmo momento e não receberam o mesmo tratamento.

Bom, eu penso que a gente não precisa ser brasileiro para ver que este tipo de tratamento é inaceitável e estou recomendando a todos os meus amigos para evitar voltar ao Irish Village, que mostrou-se um lugar não-amigável, ao menos para a comunidade brasileira em Dubai.