23.8.07

Eu disse Um Cutum!


Prometo que agora falo da Um Kutum. Nem vou comentar o fato de que aqui esteja sendo o lugar onde tenho provado as bebidas alcoólicas mais inusitadas, como a cidra sul-africana "Savanna" que o Pete (sim, o sul-africano) me ofereceu antes de sair enquanto eu lia o tal livro na sala. Esse povo quer me ver bêbado, mas eu insisto que vou falar da tal de Um Cutum. Senão as pessoas, lendo este texto, vão pensar que para vir a Dubai beber seja um requisito, ou pior: associar isso como um bom hábito. Bá. Mas um vinhozinho francês, hein? Um luxo.

Parei, parei, parei. Prometo. De agora em diante, só Um Cutum. Vamos lá:

Um Cutuuuum (som do Oud, a guitarra árabe da qual se originou a guitarra portuguesa, ao fundo estridente)

Um Kulthum foi uma egípcia com a voz mais poderosa do mundo árabe. Filha de um imam de uma mesquita, nasceu e um vilarejo no delta do Nilo provavelmente em 1904 e aprendeu a cantar justamente com seu pai.

Começou a cantar em público em sua aldeia e nunca mais parou: viajou à pé por todas as aldeias do delta do Nilo com seu pai para cantar até que conseguiram convencer sua família de que ela deveria mudar-se para o Cairo.

Om Kolthoum fez um estrondoso sucesso, talvez por ser a primeira pop-star árabe, tal qual Roberto Carlos, tal qual Beatles, tal qual Pelé (mas antes de todos eles). Consagrou-se pelo poderio de sua voz, por sua capacidade de dar aos versos árabes a entonação que merecem. Em seus concertos, muitas vezes uma música durava mais de uma hora, e quando acabava a platéia pedia mais. Sinal de uma época em que as pessoas tinham uma outra relação com o tempo...

Vou parar de exagerar. Não é necessário tudo isso para mostrar que Om Kolthoum é a mãe inspiradora de todas as outras divas. Bastaria dizer que um amigo aqui ganhou de um egípcio uma fita cassete da Om Kolthoum (imagine você que coisa de pobre: ganhar uma fita cassete de presente. Aliás, árabes gostam dessa excrescência do século passado. Imagine uma mercedes ou um iate passando e o árabe lá dentro vibrando com uma fita cassete rodando no toca-fita. Mas a fita é da Om Kolthoum. Então tudo bem). Bastaria dizer que ela virou estampa de um selo postal. E convenhamos: quando alguém estampa um selo, é porque tem alguma importantância.

Quer saber mais? Então entra aqui, neste site sobre ela.

2 comentários:

Unknown disse...

Sheik!! A Oum Kalthoum eh gente boa!! Ela tem um poder na voz que me lembra as viagens que minha familia e eu faziamos a praia qdo eu era crianca...Eita tempos bons!!
E viva a egipcia dos oculos gigantes! Pede pra Nadya cantar alguma musica dela!!
Beijooo

Anônimo disse...

Sheik, a Oum é um loosho (como diz uma amiga minha).... Adoro aquelas musicas de uma hora.
E vou te falar eu tive a honra de ganhar uma fita cassete com musicas da Oum de um amigo Libanes....
Meu ex-sogro gostava tanto dela... mas tanto... que um dia minha sogra deu um ultimato: "Ou ela, ou EU!"
Ele escolheu ficar com a minha sogra... Afinal a Oum não ia cozinhar e nem lavar as cuecas dele néam? heheh

Bjos

Ps.: Adoro seu blog... Nem acredito que já tem um ano! Parabens
Ps 2: Em homenagem a nossa diva a trilha desse comentário está sendo "Ana Fe Entetharak"