Sabia que Tropa de Elite me lembrava alguma coisa de que já havia visto, mas da qual não lembrava. A tal coisa está no filme "La Bataille d'Argel", do italiano Gillo Pontecorvo, de 1966, que retrata a repressão do exército francês às táticas de guerrilha urbana do FLN (Front de Libération National).
Tal qual as incursões do BOPE nas favelas, o exército francês ocupou a Qasbah, a parte árabe da cidade de Argel, localizada - como as favelas - nos morros do entorno da cidade, e só saiu após desmantelar a FLN.
Curiosamente, o exército brasileiro atuou com sucesso na "pacificação" da favela Cité du Soleil no Haiti, e diz que tem a fórmula para acabar com a violência nas favelas brasileiras. Um dos entraves para tal é justamente o fato do Brasil não estar em guerra com ninguém: uma ação dessas nas favelas daqui necessitaria de uma "supressão temporária de certos direitos constitucionais". Em outras palavras, o exército quer é uma garantia para atuar protegido de condenações por violação de direitos humanos posteriores. E o que nenhum político quer associar seu nome a torturas e julgamentos militares.
Um bom subsídio para entender o que isso significaria é buscar informações e estatísticas sobre as operações policiais às favelas cariocas à vésperas dos Jogos Panamericanos deste ano. Como diz o livro "A Arte da Guerra", "o objetivo da guerra é a paz", e a tal paz tem preço em vidas.
Pensamento: eu não gostaria de estar na favela se a ação do exército fosse aprovada.
9.10.07
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