29.1.09

Carnaval Brasileiro em Dubai


Divulgação a pedidos...

27.1.09

Brazilian English

xxxx deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Escola de futebol":

Hello;

My name is xxxxx, 02 children got married where I live and socially.

Objectives:

Be aware of new culture, improve the language, pay growth for professional goals, education.

Educational Level:

- Formed in Esdatual School of Government.
- Formed in theology in private schools.
- Technical degree in industrial mechanics private
- Formed in progress in the Police Fire Brigade for Fire Department of Brazil.
- Formed ongoing control of expenses and desperticios.
- Driver and mociclista approved by the organ of the federal government.
- course English organ of the government


Professional experience:

- 03 years Promenade hotel - motorist, Valet and reception.

- 09 years equity security of shopping.

- 03 years of help construction.

- 06 years of theology in IBL assistant.

- 07 years working private.

- 16 years driver and rider.

- 02 years in industry and maintenance assistant.


Charter:

I learned of a possible wave conceptualized this company where I am as a candidate to wave, I am immediately available for admission.

I am available full time or part.

just need an invitation letter to lodge immigration in Brazil.

thank

xxxx

Postado por xxxx no blog Dubai F. C. em Segunda-feira, 26 Janeiro, 2009

Caro amigo,

Primeiramente, respeito muito os seus 46 anos de experiência. Infelizmente, não posso te ajudar, a não ser com meus humildes conselhos, que por vezes profiro enquanto lixo minhas belas unhas, entre uma baforada e outra de xixa sabor banana.

E se você quer um conselho, aqui vai um: muito cuidado com o que você escreve. Escrever é uma exposição imensa: através de nossas palavras, dizemos muito sobre nossa personalidade, muito mais do que imaginamos. Não é por outra razão que mantenho fiéis fileiras de escravos e conselheiros eunucos, que revisam cada letra, cada vírgula; reviram e desnudam cada nuance de meu texto, lançam-me uma intifada de pedras antes que este seja exposto aos leões. E nem este zelo me exime do ridículo.

Permita-me por alguns instantes ser um desses trabalhadores que, com um lustroso bigode, dá-lhe ardidas chicotadas em suas costas nuas: você claramente tentou caprichar em seu texto. Você deu o melhor de si, escrevendo em um idioma que ainda não domina. Respeitada a tentativa de comunicação - que é válida - a leitura de seu texto causa constrangimento, colocando em xeque a sua vasta experiência.

Constrangimento de quem assiste um casamento humilde: está lá o moço ao lado do altar; pela primeira vez ele veste um terno (alugado); passara a manhã tratando do cabelo (com gel). O topete ficou bonito. Colocou no pulso o relógio dourado que ganhou da avó. Diante de si, a cena não é diferente: seus pais estão ali, orgulhosos de casar um filho. Eles também vestem suas melhores roupas, o sapato que se guarda para as ocasiões especiais. O vestido de sua mãe, bem verdade, está um pouco apertado. Mas não há outro... a moça noiva chega na escadaria, saindo do carro do moço, um Volkswagen Apolo tunado - faróis de neon, rodas de liga leve, som para incomodar um quarteirão, ... - e só o seu deus sabe quanto sacrifício é que se fez para se ter esse rapaz cafona tocando trompete na Igreja, esse orgão, esse cantor de terno e gravata com voz mansa, toda essa decoração de flores organizada pela empresa que joga com a necessidade do moço de se sentir incluído, de não ser tratado mais uma vez como um humilde incitando-o a um gasto que lhe escravizará por meses, talvez anos. Mas pouco importa, agora os dois aguardam a benção da autoridade e o juramento: "Até que a morte os separe...". Marido e mulher! Na hora da foto, eles fazem caras de bonitos apaixonados. Horrível.

Tudo seria triste e doloroso demais a suportar, não fosse a festa que se segue. Na festa do moço está a sua salvação, caro amigo: já em casa, vestindo suas alpargatas, de bermuda e camiseta com a foto de seu candidato a vereador dando jóia e um copo de cerveja na mão ao som de pagode, o moço volta a ser ele mesmo.

Parece que já tem uma proposta. Pense bem: essa proposta é tão boa que aparentemente você tem que implorar para alguém te convidar a ir ao país. A leitura que se faz: a empresa está cagando pra você e não assume nenhum risco. E você vai por sua própria conta se mudar a um país cujo idioma você não domina e cuja cultura é diametralmente oposta a sua...

... muitos indianos também são assim: eles se arriscam. Mas nem é tão difícil: metade da população dos Emirados é composta de indianos. A cada esquina ele encontra um conterrâneo, alguém que fala seu idioma. E quando tem fome, tem um restaurante típico. Não é à toa que brincam, chamam o país de United Indian Emirates. Se eles ganham pouco, não há problema: o diram vale 10x a rúpia. E se der errado, ele ainda tem amigos no Qatar, no Bahrein, na Arábia Saudita, ... tudo para eles é familiar. Pense nisso.

Bom, cansei. Meus braços doem. Paro por aqui.

Nota: sinto que essa sessão "Sheik Luis responde" já está ficando repetitiva demais. E isso me incomoda.

Abraços eunucos de um humilde ex-sheik.

24.1.09

Surreal: neve nos Emirados

Para quem já passou um verão nos UAE, essa notícia parece trote.

Mas aí os barbudinhos já viajam, já pensam em "capitalizar" a "atração": já falam em "pista de esqui". Oras... será que essa será a céu aberto ou vão cobrir a montanha? Não entendi nada.

22.1.09

Índia: déjà vue

Um achado que me fez lembrar de algumas coisas:



A repudiação permanente da noção de relações humanas. Oferece-se tudo, compromete-se a tudo, proclama-se todas as competências quando não se sabe nada. Assim, obrigam-nos de cara a negar no outro a qualidade humana que reside na boa fé, no senso de contrato e na capacidade de assumir uma obrigação. Os rickshaw boys propõem de te conduzir a qualquer lugar, quando eles são mais ignorantes que você sobre o itinerário. Como então não se importar e - qualquer escrúpulo que a gente tenha em montar em sua veículo e se deixar levar por eles - não os tratá-los como bichos porque eles te forçam a considerá-los como tais por esta desrazão que é a deles?


Claude Lévi-Strauss, Tristes Tropiques, 1950, no capítulo "Multidão", sobre a Índia. Um cenário não muito diferente do que vi em 2007. Longe de ser uma verdade absoluta ou de propagar preconceitos, esse texto representa bem o choque dos ocidentais ao chegar às grandes cidades do país.

Tributação sobre brasileiros não-residentes no Brasil

Isso aqui interessa a todo brasileiro residente no exterior:

http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2008/Perguntas/Exterior.htm

14.1.09

Carnaval em Dubai

Menina de Angola deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Táxi x aluguel de carro e habilitação":

Ex Sheik, eu moro em Angola e estive em Dubai em Agosto (Jesus como vcs aguentam esse calor?). Mas relaxa não estou procurando emprego. Queria saber se é verdade que em fevereiro todos os shoppings entram em promoção e se vale a pena mesmo ir fazer umas comprinhas básicas. Aqui em Angola além de ser difícil encontrar itens básicos como creminhos, perfumes e eletro eletrônicos, quando a gente encontra os preços são astronomicos... Agora temos um voo direto para Dubai e não é tão caro US$ 1.000 e como vc disse que de janeiro a março a temperatura é agradável... enfim tô pensando em junta o útil ao agradável no carnaval... Mas então, o que acha o custo benefício compensa?

bj

Postado por Menina de Angola no blog Dubai F. C. em Quinta-feira, 18 Dezembro, 2008

Oi Menina de Angola,

Desculpa a demora. A esta altura, você até já tomou a sua decisão, mas vamos lá: sim, nessa época do ano, acontece o Dubai Shopping Festival. Mas atenção: ele vai de 15 de janeiro a 15 de fevereiro. Se voê for no fim do mês...

Se compensa? Aí vou dizer que alguns mitos precisam cair por terra: os preços de bens não-duráveis nos Emirados Árabes são baixos, e Dubai passa metade do ano com quase todas as lojas em "promoção". A diferença é que em períodos como o DSF e o "Summer Surprises", acontecem muitos sorteios incentivando o consumo, e alguns espetáculos gratuitos nos centros comerciais. Muitas lojas fazem uma queima radical de estoque nessa época, mas em geral, tem muita loja que faz isso fora dessas temporadas também...

Um exemplo clássico é a Pierre Cardin: passa o ano com uma sessão expressiva à metade do preço o ano inteiro com coisas que realmente valem a pena. Aliás, há muitos ocidentais que não compram mais Pierre Cardin em Dubai justamente porque é barato. Argumentam que é "roupa de indiano"... em Paris, pouca gente usa terno Pierre Cardin, mas porque é muito caro!

Se você for mesmo nessa época, não espere festas como no Brasil. Aproveite para dar uma olhada nas corridas-de-cavalo. Essa é a temporada.

Creme "Michael Jackson" em Dubai?

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Procurando emprego em Dubai":

gostaria de saber se e verdadeiro que existe um creme no mercado do dubai que ao passar na pele negra a pela clareia... gostaria de saber se e verdadeiro


Postado por Anônimo no blog Dubai F. C. em Segunda-feira, 12 Janeiro, 2009

ex-sheik Luis responde:

Caro Anônimo!

É sempre bom receber seus comentários. Vamos lá: não sei se vende esse creme mágico em Dubai. Em todo caso, se for de laboratório famoso e reconhecido, venderá.

Não queria fazer comentários lenga-lengas, mas espero que esse creme não vire moda. Alguém aqui acha o Michael Jackson atual bonito?

Confesso que não entendo essa neurose quase sempre das mulheres que se lançam na fogueira consumista das vaidades e não se aceitam mais como são: alisar o cabelo, torná-lo encaracolado, pintá-lo incessantemente das cores mais sintéticas, implante, usar lentes coloridas, cremes para esconder rugas, bronzeamento artificial, plástica nos dentes, regimes para manter a forma ao invés de exercícios pra manter a saúde, ... isso tudo sem falar das plásticas. Tudo isso para se enquadrar em um determinado padrão estético que mais e mais se distancia da realidade humana... que horror, todo mundo quer ser capa da Playboy. E todo a indústria por trás dessa insanidade agradece.

Mas enfim, cada um, cada um.

Beijos multi-coloridos de um ex-sheik,

Luis

10.1.09

Enquanto isso, na França...



Ele tem vontade de parar com o preservativo.
Ela também.
Eles vão primeiro fazer o teste do HIV.


Está aí o tipo de propaganda que você jamais vai ver em Dubai. A política em Dubai é muuuito mais avançada nesse aspecto:

- na hora de pedir o visto de residência, exame de HIV obrigatório e (dizem) eliminatório;

- sexo antes do casamento = crime (válida especialmente para emiratis e para aqueles que resolvem dar uma "rapidex" na praia durante o dia);

- dividir a cidade em "bairros familiares" e "bairros de solteiros";

- impedir solteiros do mesmo sexo de viverem juntos (e aplicar a lei quando convir);

- impedir as pessoas de dançarem em bares "ao ar-livre". Dançar? Só em recintos fechados;

- instituir o uso de vestidões ou calças jeans para mulheres em centros comerciais;

Afinal, a melhor prevenção é... a Prevenção!

Mas eu ia também sugerir ao governo francês para completar a propaganda: "... e depois do teste, se for trair, use camisinha."

Inocência minha: até mesmo na França há coisas que não se diz, não é mesmo?

Isso tudo me faz pensar sobre essa coisa linda que é o amor. Ah, o amor... o amor na maioria das vezes pressupõe alguma forma de exclusividade, mínima que seja. Algo que diga: "você é especial e único(a) para mim". Às vezes essa exclusividade se expressa por formas de tratamento: "Oi, meu chuchuzinho" para o parceiro. "Fala, cara", para os amigos (repare na sutileza: o chuchu é um legume sem gosto). Outras vezes ainda essa exclusividade está expressa justamente na exclusividade da parceria sexual: beijo (na boca, de língua) pode. Sexo não! Esse tipo de contrato amoroso é muito comum, diga-se de passagem, entre atores que, vez ou outra, vêem-se forçados pelas circunstâncias profissionais a tórridas cenas de amor. E pior que isso: forçados a repetir e repetir e repetir, até que fique perfeito. E a sábia atriz Vera Fischer, certa vez, sentenciou (com aparente conhecimento de causa): "não existe beijo profissional".

E por fim, chegamos ao amor moderno: "com você é sem camisinha. Com os outros é só sexo... e com camisinha! Mas isso não interfere em nada no nosso relacionamento". Sinceridade em tempos de doenças sexuais incuráveis vale mais que ouro: vale a vida. E o(a) companheiro(a) se rejubila de alegria, de ser "o escolhido(a)" para a propagação dos genes. E o marido continua a trazer proteção e sustento ao lar, a esposa continua a cuidar dos filhos, os amantes vem e vão, trazendo o prazer que se esqueceu em algum canto entre um tédio e outro, mas sem interferir na ordem cotidiana. E a vida segue.

Mas será esse o caminho do amor moderno, a aceitação da traição como um comportamento puramente humano e até, o compartilhamento das experiências, onde a exclusividade está justamente no prazer único proporcionado por essa cumplicidade? A julgar pelo crescimento da popularidade do swing (suruba) no mundo, diria que sim. E essa onda chegou até mesmo no Egito, onde um rapaz negociava um swing acabou sendo preso, meses atrás, no Cairo.

Enfim, pode até ser essa a tendência, mas isso não diz que todos têm que fazer igual (ter no plural é com acento? Essa nova regra me confundiu todo). Nem todos têm cabeça pra isso. Vejam só o caso do Egito: os outros, que nem participaram do ato em si, e portanto, a priori não tinha nada a ver com a história, mandaram prender todo mundo! Entendo: eles não tinham cabeça para viver uma experiência dessas e seguir uma vida normal, sem traumas. Só de ouvir a história, já começaram a imaginar o que nem aconteceu: suas esposas , e eles ali, vendo tudo, e elas lá vendo ele também, na festa com outras... um caldeirão de sensações bem próximas da loucura... prendam todo mundo! Eu não posso, ninguém pode. A melhor prevenção é mesmo a... Prevenção.

E eu o que acho isso tudo? Oras tem coisas que até mesmo em um blog não se diz, não é mesmo? Por muito menos do que isso, já vi gente em carne e osso ser despedida em Dubai, só porque emitiu comentários sobre um episódio infeliz com um tal ursinho de pelúcia que ocorreu lá no Sudão... felizmente português não é uma língua muito popular no Golfo.

Mas tudo bem, você tem razão: estou fugindo do assunto. Vou ser sincero com você, fiel leitor: eu não tenho cabeça pra essas coisas, e é por isso que sou fiel às minhas 15 concumbinas. Fidelidade é, sim, muito importante, e eu gosto! E antes que eu me esqueça: eu amo todos vocês. Um beijo (de língua) e até a próxima.