28.4.07
Dubai High Society
Este é Mohamed Somji, fotógrafo que capta momentos como esse.
Ontem foi um grande dia para ele: expôs pela primeira vez seu trabalho, junto com outros fotógrafos, no Royal Mirage Rooftop Terrace, aqui em Dubai.
Parabéns!
+++
This is Mohamed Somji, a photographer that caches moments like this.
Yesterday was a great day for him: he exposed for the first time his work, with other photographers, at Royal Mirage Rooftop Terrace, here in Dubai.
Congratulations!
Male threat
Ladies only
I wanna bite a towel
Kids with needles
kidney knitters
please
don't kid me
please
don't kill me
Yellow thorns
cut me
like swords
inflict me
oooh
majestic pain
lay down
stand up
bend to right
bend to left
water, beer, tea
no way:
it hurts
rocks rolling
to the bladder
I wanna bite a towel
The urethra
burns:
rolling stones
saying farewell
Relief.
More about it:
- Kidney Stones
- Rock or stone?
kidney knitters
please
don't kid me
please
don't kill me
Yellow thorns
cut me
like swords
inflict me
oooh
majestic pain
lay down
stand up
bend to right
bend to left
water, beer, tea
no way:
it hurts
rocks rolling
to the bladder
I wanna bite a towel
The urethra
burns:
rolling stones
saying farewell
Relief.
More about it:
- Kidney Stones
- Rock or stone?
27.4.07
Giovana e a janela
5:30h da manhã. Giovana, como faz diariamente há 50 anos desde que se mudou para cá, abre a janela da sala. Retorna, vai à cozinha, prepara o café. Come um pedaço do bolo que fez na tarde anterior e volta à cadeira de balanço com sua caneca fumegante.
Ela olha os retratos na parede: hoje ninguém mais faz estas pinturas de marido-e-mulher - ele de terno e gravata, ela de vestido e penteado - como este de seus pais. Os porta-retratos dispostos em diagonal sobre a cômoda... ela toma o café e lembra da noite que aos poucos se esvai com a claridade que entra pela janela: não foi nada boa. Há sonhos que por vezes a perseguem, como entidades, como coisas vivas, por semanas a fio, até por fim desaparecerem ou serem subistituídas por outros sonhos. Mais recentemente, os mais comuns são os sonhos-lembranças: ela revive durante a noite passagens que vivera há 10, 20, 50, 70 anos atrás. O sonho desta noite foi especial neste sentido, sonho metalinguístico: reviveu uma noite de sonho-pesadelo que vivera aos 7 anos de idade, e que a perseguia insistentemente durante a infância. Filha caçula de outros tantos irmãos, era a única com acesso livre ao quarto dos pais:
- oi, Vaninha... o que aconteceu? - a mãe no sonho-lembrança ainda tinha os mesmos cabelos castanhos sem tintura e recolheu a filha para dentro da coberta naquela noite fria. Todas as amigas lhe chamavam na infância de Gi, mas dentro de Casa ela era a Vaninha. Ninguém mais a chamava assim, ninguém mais a chama assim.
Ela não conseguia explicar o sonho que a perseguia e que persegue todos os filhos caçulas: acordara em uma manhã e abrira a janela: manhã de sol silenciosa. Foi a sala, foi a cozinha, foi ao jardim. Ninguém. Dava-se conta de sua nova realidade: pai, mãe, os irmãos mais velhos. Tios, tias, primos. Avós. Todos eram mais velhos, todos já haviam partido. Restara ela, caçula, como a única portadora das memórias da família, única testemunha ocular de momentos vividos, das festas de aniversário com refrigerantes e brigadeiros. Histórias que ninguém queria ouvir. Foi até a janela e gritou alto, e mais alto e mais alto: ninguém. Apenas um silêncio insistente em dizer 'você está sozinha'...
- deita aqui, calma que o papai está aqui. Está tudo bem... - seu pai no sonho-lembrança já tinha cabelos brancos, mas ainda era forte, antes da doença que nunca curava e que apenas o envelhecia chegar.
No dia seguinte, brincou com o irmão mais velho - que já era gente grande - a brincadeira que preferia: pulava de surpresa da janela em suas costas, pendurava em seu pescoço quando ele chegava da escola. Ele nem se importava. Apertou com os braços o seu pescoço e sentiu que aquilo era real. Realidade confortante. À época, seu irmão mais velho causava-lhe assombro: ele era forte, dava duas voltas no quarteirão correndo, e falava muitas coisas que ela não entendia.
Giovana levanta agora da cadeira, deixa ao lado a caneca vazia e vai até a cômoda. É incrível como memórias e sonhos são tão reais. Em sua estante, não possui nenhuma foto do irmão mais velho tão jovem como estava naquele dia pós sonho-pesadelo dos 7 anos de idade. Apenas uma foto em seu aniversário de 40 anos, já com seus 2 filhos e tão parecido com o pai. A esta altura, já não corria mais em volta do quarteirão.
Giovana vai até a janela: fecha os olhos e então o vê novamente passando, flutuando pela janela nas alturas do décimo andar como se ali a frente passasse a mesma rua. Achava interessante como o sonho-pesadelo, 90 anos depois havia se tornado realidade, e nem por isso lhe fazia chorar. Talvez essa seja a maior diferença entre os sonhos-pesadelos para os sonhos-lembranças. Pensava agora em seus avós, em seus pais, em seus irmãos, em seus tios, em seus primos que já haviam partido. Mas pensava também em seu falecido marido, em seus filhos que enfrentam agora os primeiros percalços da idade avançada, em seus netos e bisnetos. Tantas histórias, tantos brigadeiros e refrigerantes que talvez nem valha a pena contar.
Já passa do meio-dia. O velho telefone sobre a cômoda como de praxe não tocou. Quantos pensavam nela? Abriu a porta uma vez, antes da campainha tocar: hoje é terça, dia do gás. O rapaz entrou, trocou o botijão agradeceu com um sorriso a gorjeta e saiu.
É final de tarde, o sol se põe fazendo uma curva na janela até se esconder atrás de outro edifício. Ela se despede de seu irmão: é hora de fechar a janela.
Ela olha os retratos na parede: hoje ninguém mais faz estas pinturas de marido-e-mulher - ele de terno e gravata, ela de vestido e penteado - como este de seus pais. Os porta-retratos dispostos em diagonal sobre a cômoda... ela toma o café e lembra da noite que aos poucos se esvai com a claridade que entra pela janela: não foi nada boa. Há sonhos que por vezes a perseguem, como entidades, como coisas vivas, por semanas a fio, até por fim desaparecerem ou serem subistituídas por outros sonhos. Mais recentemente, os mais comuns são os sonhos-lembranças: ela revive durante a noite passagens que vivera há 10, 20, 50, 70 anos atrás. O sonho desta noite foi especial neste sentido, sonho metalinguístico: reviveu uma noite de sonho-pesadelo que vivera aos 7 anos de idade, e que a perseguia insistentemente durante a infância. Filha caçula de outros tantos irmãos, era a única com acesso livre ao quarto dos pais:
- oi, Vaninha... o que aconteceu? - a mãe no sonho-lembrança ainda tinha os mesmos cabelos castanhos sem tintura e recolheu a filha para dentro da coberta naquela noite fria. Todas as amigas lhe chamavam na infância de Gi, mas dentro de Casa ela era a Vaninha. Ninguém mais a chamava assim, ninguém mais a chama assim.
Ela não conseguia explicar o sonho que a perseguia e que persegue todos os filhos caçulas: acordara em uma manhã e abrira a janela: manhã de sol silenciosa. Foi a sala, foi a cozinha, foi ao jardim. Ninguém. Dava-se conta de sua nova realidade: pai, mãe, os irmãos mais velhos. Tios, tias, primos. Avós. Todos eram mais velhos, todos já haviam partido. Restara ela, caçula, como a única portadora das memórias da família, única testemunha ocular de momentos vividos, das festas de aniversário com refrigerantes e brigadeiros. Histórias que ninguém queria ouvir. Foi até a janela e gritou alto, e mais alto e mais alto: ninguém. Apenas um silêncio insistente em dizer 'você está sozinha'...
- deita aqui, calma que o papai está aqui. Está tudo bem... - seu pai no sonho-lembrança já tinha cabelos brancos, mas ainda era forte, antes da doença que nunca curava e que apenas o envelhecia chegar.
No dia seguinte, brincou com o irmão mais velho - que já era gente grande - a brincadeira que preferia: pulava de surpresa da janela em suas costas, pendurava em seu pescoço quando ele chegava da escola. Ele nem se importava. Apertou com os braços o seu pescoço e sentiu que aquilo era real. Realidade confortante. À época, seu irmão mais velho causava-lhe assombro: ele era forte, dava duas voltas no quarteirão correndo, e falava muitas coisas que ela não entendia.
Giovana levanta agora da cadeira, deixa ao lado a caneca vazia e vai até a cômoda. É incrível como memórias e sonhos são tão reais. Em sua estante, não possui nenhuma foto do irmão mais velho tão jovem como estava naquele dia pós sonho-pesadelo dos 7 anos de idade. Apenas uma foto em seu aniversário de 40 anos, já com seus 2 filhos e tão parecido com o pai. A esta altura, já não corria mais em volta do quarteirão.
Giovana vai até a janela: fecha os olhos e então o vê novamente passando, flutuando pela janela nas alturas do décimo andar como se ali a frente passasse a mesma rua. Achava interessante como o sonho-pesadelo, 90 anos depois havia se tornado realidade, e nem por isso lhe fazia chorar. Talvez essa seja a maior diferença entre os sonhos-pesadelos para os sonhos-lembranças. Pensava agora em seus avós, em seus pais, em seus irmãos, em seus tios, em seus primos que já haviam partido. Mas pensava também em seu falecido marido, em seus filhos que enfrentam agora os primeiros percalços da idade avançada, em seus netos e bisnetos. Tantas histórias, tantos brigadeiros e refrigerantes que talvez nem valha a pena contar.
Já passa do meio-dia. O velho telefone sobre a cômoda como de praxe não tocou. Quantos pensavam nela? Abriu a porta uma vez, antes da campainha tocar: hoje é terça, dia do gás. O rapaz entrou, trocou o botijão agradeceu com um sorriso a gorjeta e saiu.
É final de tarde, o sol se põe fazendo uma curva na janela até se esconder atrás de outro edifício. Ela se despede de seu irmão: é hora de fechar a janela.
Médicos e enfermeiros em Dubai
Há algum tempo atrás alguém perguntou como é o mercado para profissionais da área médica por aqui. De fato, esta é uma área em franca expansão em Dubai: está em construção o Dubai Health Care City, um bairro inteiro destinado a ser um centro de excelência na Área Médica. Todas estas novas clínicas e hospitais abrirão uma nova demanda por profissionais desta área. Mas como chegar até elas? Para quem são estas vagas?
Pessoalmente, não conheço nenhum médico brasileiro que esteja trabalhando por estas bandas, até porque, os sheiks quase nunca vão a hospitais: sheik que é sheik possui sangue azul, que cheira à almíscar e lavanda, que o proteje dos males comuns que açoitam a plebe, tais como gripe, azia, unha encravada, caspa, prurido anal, odores de suvaco e frieira.
Voltemos agora a nossa pergunta inicial, que eu ainda quero ir à praia hoje: para quem são estas vagas? O site do American Hospital - talvez o melhor hospital de Dubai - tem uma sessão sobre carreiras que dá algumas pistas:
O site do Welcare Hospital também apresenta exigências semelhantes:
Para enfermeiras e demais postos técnicos (ultrassom, raio-x), ao menos no American Hospital, o critério é mais simples: exige-se alguns documentos, como diploma autenticado pela embaixada dos Emirados Árabes, cópias traduzidas de certificados, licença, histórico escolar, etc. Aparentemente, nenhuma exigência de diploma nos EUA ou Inglaterra.
Ambos os hospitais oferecem pacotes semelhantes aos seus empregados, com os tradicionais benefícios oferecidos aos expatriados que se aventuram por estas bandas: salário livre de impostos, acomodação, transporte, plano de saúde, férias anuais, dispensa por doença, passagem aérea para o país de origem, e por aí vai.
Fica aqui também um link para o site do Iranian Hospital. É também um dos maiores hospitais de Dubai, mas aparentemente o site não contém nenhuma informações a respeito de carreiras (a não ser que esteja em árabe).
Bom, é isso: essas informações já formam um bom ponto de partida para quem é da área médica e almeja trabalhar por aqui. O salário é bom? Aí é com vocês.
Pessoalmente, não conheço nenhum médico brasileiro que esteja trabalhando por estas bandas, até porque, os sheiks quase nunca vão a hospitais: sheik que é sheik possui sangue azul, que cheira à almíscar e lavanda, que o proteje dos males comuns que açoitam a plebe, tais como gripe, azia, unha encravada, caspa, prurido anal, odores de suvaco e frieira.
Voltemos agora a nossa pergunta inicial, que eu ainda quero ir à praia hoje: para quem são estas vagas? O site do American Hospital - talvez o melhor hospital de Dubai - tem uma sessão sobre carreiras que dá algumas pistas:
All Physician positions require a minimum of 3-5 years post American Board certification or Canadian FRCPC or UK FRCS (or equivalent) at a full Consultant Level in area of specialty, for further consideration.
O site do Welcare Hospital também apresenta exigências semelhantes:
These positions require a minimum of 5 years post American Board certification or UK equivalent at a full Specialist level.
Para enfermeiras e demais postos técnicos (ultrassom, raio-x), ao menos no American Hospital, o critério é mais simples: exige-se alguns documentos, como diploma autenticado pela embaixada dos Emirados Árabes, cópias traduzidas de certificados, licença, histórico escolar, etc. Aparentemente, nenhuma exigência de diploma nos EUA ou Inglaterra.
Ambos os hospitais oferecem pacotes semelhantes aos seus empregados, com os tradicionais benefícios oferecidos aos expatriados que se aventuram por estas bandas: salário livre de impostos, acomodação, transporte, plano de saúde, férias anuais, dispensa por doença, passagem aérea para o país de origem, e por aí vai.
Fica aqui também um link para o site do Iranian Hospital. É também um dos maiores hospitais de Dubai, mas aparentemente o site não contém nenhuma informações a respeito de carreiras (a não ser que esteja em árabe).
Bom, é isso: essas informações já formam um bom ponto de partida para quem é da área médica e almeja trabalhar por aqui. O salário é bom? Aí é com vocês.
24.4.07
SUVs
Eles são grandes, ocupam espaço e consomem mais do que os outros meios de transporte. Ainda assim, as pessoas que os utilizam não os trocam por nada: argumentam que vêem o mundo de cima, e que impõem respeito. E são todo-terreno: atravessam terrenos alagados, íngremes, montanhosos, pedregosos. Com eles, nunca há mal-tempo.
Atenção!! Eu não estou falando de SUVs...
Elefante na rua, Udaipur, Rajastão, Índia.
Atenção!! Eu não estou falando de SUVs...
Elefante na rua, Udaipur, Rajastão, Índia.
Engenharia de Petróleo
Aline Barcelos deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sheik Luís responde":
Olá Aline,
A maior parte das pessoas que conheço aqui em Dubai da área do petróleo está trabalhando na DryDocks, por ironia do destino em dois projetos para a Petrobras: Projeto Vitória e Projeto Frade, ambos de conversão de navios em plataformas de refino (é bem possível que o termo não seja este).
Dá uma olhadinha no site que é bem interessante: contém também uma sessão de empregos, com uma listagem de vagas.
Há vários brasileiros envolvidos nestes dois projetos, eles não são funcionários da DryDocks, mas trabalham por contrato por empresas terceiras. Devem ganhar bem, pois ninguém reclamou de salário, hehehe... o maior inconveniente é que eles têm apenas um dia de folga por semana, a sexta-feira.
Com relação ao inglês quase-fluente, essa é a condição da maioria dos brasileiros que chegam por aqui, é algo até natural. O problema é que a maioria das ofertas de emprego é para quem já tem um pouco de estrada, ao menos 2 anos de experiência.
É isso aí. Espero ter ajudado.
Abraço do sheik.
Olá Sheik, adoro o seu blog e gostaria de te fazer uma pergunta. Sei que aqui não é o lugar certo mas vamos lá.
Faço Engenharia de Petróleo, falo inglês "quase fluente" e falta 1 ano para me formar e gostaria de saber como é o mercado de trabalho nesse setor. Salário, local, etc..
quero dizer que seu blog virou leitura obrigatória pra mim, não passo um dia sem passar por aqui.
obrigado
Aline Barcelos, Vitória/ES
Olá Aline,
A maior parte das pessoas que conheço aqui em Dubai da área do petróleo está trabalhando na DryDocks, por ironia do destino em dois projetos para a Petrobras: Projeto Vitória e Projeto Frade, ambos de conversão de navios em plataformas de refino (é bem possível que o termo não seja este).
Dá uma olhadinha no site que é bem interessante: contém também uma sessão de empregos, com uma listagem de vagas.
Há vários brasileiros envolvidos nestes dois projetos, eles não são funcionários da DryDocks, mas trabalham por contrato por empresas terceiras. Devem ganhar bem, pois ninguém reclamou de salário, hehehe... o maior inconveniente é que eles têm apenas um dia de folga por semana, a sexta-feira.
Com relação ao inglês quase-fluente, essa é a condição da maioria dos brasileiros que chegam por aqui, é algo até natural. O problema é que a maioria das ofertas de emprego é para quem já tem um pouco de estrada, ao menos 2 anos de experiência.
É isso aí. Espero ter ajudado.
Abraço do sheik.
Empregos
ALEXANDRE deixou um novo comentário sobre a sua postagem "De ek a dãs":
Olá Alexandre,
Criei um novo rótulo Empregos, onde estou tentando agrupar todas as perguntas e posts relacionados a empregos em Dubai. Tem bastante coisa lá, dá uma olhadinha e veja se te ajuda, ok?
Abraço de sheik.
ola pretendo arrumar um emprego em dubai poderia me ajudar??
se possivel deixe um telefone para contato.
UM ABRAÇO.
Olá Alexandre,
Criei um novo rótulo Empregos, onde estou tentando agrupar todas as perguntas e posts relacionados a empregos em Dubai. Tem bastante coisa lá, dá uma olhadinha e veja se te ajuda, ok?
Abraço de sheik.
23.4.07
Atoladinha
Site de venda de casas
Edson deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eu odeio rickshaws":
Olá Edson,
Dá uma olhadinha nos classificados na rede (veja o post Procurando um lugar para morar).
Outro site interessante é o da betterhomes, uma das maiores imobiliárias aqui. Nele é possível pesquisar casas que aparecem com preços e fotos.
Abraço do Sheik.
Me indique um site de vendas de casas em Dubai.
Obrigado.
Olá Edson,
Dá uma olhadinha nos classificados na rede (veja o post Procurando um lugar para morar).
Outro site interessante é o da betterhomes, uma das maiores imobiliárias aqui. Nele é possível pesquisar casas que aparecem com preços e fotos.
Abraço do Sheik.
De volta
Voltei. Não comprei camelos ou macacos, mas ganhei uma diarréia vigorosa que dissolve meu intestino há 5 dias...
Seguirei colocando alguns posts esporádicos sobre a Índia. Falar sobre este país ajuda a entender um pouco a dinâmica das coisas em Dubai, onde parcela expressiva da população é indiana.
Seguirei colocando alguns posts esporádicos sobre a Índia. Falar sobre este país ajuda a entender um pouco a dinâmica das coisas em Dubai, onde parcela expressiva da população é indiana.
16.4.07
Eu odeio rickshaws
Eu tenho muita coisa pra dizer, mas a dor de barriga e o calor tiram a inspiracao de qualquer um. Estou em Pushkar, uma cidade neo-zen-hippie-induista "rickshaw free". Verdadeiro contraste em comparacao a Agra... muito louca a cidade: sao proibidas bebidas alcoolicas, carne e ovo. Mas tem uns senhores barbudos chegando aos trapos na cidade que bebem um tal de bhang, uma bebida sagrada feita de folhas de Cannabis Sativa com flores... por falar em flores, cidade fica em torno de um lago, um lago sagrado. Todo mundo entra tomar banho no lago poluido, mas antes, compram umas bencaos de umas 'autoridades da fe'. Enfim...
Ontem almocei e jantei com um simpatico casal, o italiano Roberto e a espanhola Alicia: estao desde janeiro viajando por aqui. Hoje vou seguir a recomendacao de um uruguaio e vou para Udaipur, segundo ele, a cidade mais bonita da India... vamos ver.
Ainda bem que existe Lonely Planet: aqui ninguem rouba, mas todo mundo quer passar a perna no estrangeiro viajante, jogando os precos lah em cima. E os indianos aqui tambem possuem uma fascinacao por estrangeiros semelhante ao que se passa no Brasil: todo mundo quer conversar, ainda que a maioria mesmo seja para te vender algo a um preco escorchante.
Os macacos daqui sao diferentes - tem a cara preta - e sao uns ladroes: hoje la no alto de um morro, em um templo, um deles me roubou um pacote de bolacha.
Ah, os rickshaws: eu odeio rickshaws. Os caras falam que vao te levar para algum lugar e te levam para umas tres lojas antes de te deixar em um ponto final. Golpe velho...
13.4.07
Primeiras impressoes
To sem acentos por aqui.
...
O aeroporto de Delhi parece a rodoviaria do Rio de Janeiro.
...
Um bando de macacos cruzando a auto-estrada? Foi isso mesmo que eu vi?!
...
(ainda na estrada) Olha, uma carroca... puxada por um camelo?!
...
Olha soh, as lindas plantacoes de arroz basmathi que sao exportadas para Dubai... ih, olha ali o cara de cocoras ali no meio! Nao faz issooooooo...
...
Olha outro cara fazendo coco no acostamento!
...
Agra: uma favela de 1.3 milhoes de habitantes cercada de palacios.
...
Sera que alguem pode me dar uma informacao correta?
...
O limpo sai caro.
...
Em um dos palacios, um macaquinho nao para de chorar. Um macaco adulto pega carinhosamente o bebezinho, deita-o no chao, e ...pisa no seu pescoco. Foi salvo no ultimo minuto por outro macaco que o puxou pro colo.
12.4.07
O preço das coisas
Que semana...
- 8 fotos tamanho passaporte: 30 dirhams;
- guia Lonely Planet: 117 dirhams;
- visto: 150 dirhams e algumas horas em filas;
- serviço expresso para entregar o passaporte com o visto em mãos: 10 dirhams;
- passagem aérea: 1440 dirhams.
É isso: o Sheik se ausenta por alguns dias para negociar camelos, elefantes e macacos com seus amigos marajás.
Café Sarajevo
Essa vai em homenagem ao sr. Anônimo. Besteira antiga, besteira pensada. Então pode, né?
Café Sarajevo
Era uma noite quente de inverno. Após uma semana de trabalho, nada mais merecido do que uma baladinha para alegrar os corações em plena quinta-feira. Aproveitando-se da presença de amigo ilustre, que deixou as várzeas do interior para trabalhar na capital, a opção feita pelo anfitrião foi a de se fazer um programa prosaico e
democrático, visando conhecer uma faceta da cidade que vai além dos clichês de carros percorrendo grandes distâncias atrás do "el dorado": saíram a pé pela Rua Augusta.
O destino não foi nenhum prostíbulo, embora tal opção não fosse mais do que apenas mais uma opção de diversão e de prazer para aliviar as grandes dores existenciais. Entraram então por uma porta de ferro que dava acesso a uma escadaria iluminada e laranja. Na calçada, uma família terminava de limpar e desmontar seu négocio: uma venda de yakissoba que alimenta os famintos usuários de transporte coletivo.
Verdadeira chantagem vender comida em frente a um ponto de ônibus.
Após as escadas, um ambiente eclético: no hall de entrada, músicos tocam jazz. Nos demais ambientes, uma sala com internet café, um sebo e um ambiente com som eletrônico e motivos indianos. Espaço com nome de terra devastada, em lembrança aos duros tempos de fundação, quando o local sofria intenso bombardeio dos prédios vizinhos, contrariados com o barulho. Restava uma sala, com luzes vermelhas e velas, ainda fechada. E assim, a porta se abre e uma moça coberta de panos brancos
convida a todos para entrar.
Não havia motivos para que os dois amigos se recusassem a entrar e a se sentar nos bordos da sala, e assim o fizeram. Neste instante, desta maneira também o fez uma jovem garota, cabelos escuros e curtos e despenteados, pele oleosa, blusa azul. Seu corpo até possuía certa elegância que ela preferia esconder sob uma calça larga. E como seriam os pés de tal garota? Seriam eles macios e sedosos? Estariam suas unhas devidamente cortadas, quiçá pintadas para o deleite de um hipotético apreciador? Impossível saber, estavam escondidos sob másculos e desproporcionais coturnos. Não há mais o que descrever deste ser humano, além de dizer que ela possuía um piercing no nariz.
A garota sentou-se no outro lado da sala. Sugou o canudo que trazia o líquido gazeificado da lata a sua boca fitando os dois mancebos a sua frente. Mudou de idéia: "Posso me sentar aqui?" Perguntou já sentando-se entre os rapazes, que não tiveram muita escolha. Ao sentar, sua mão repousou sobre a perna de um dos indivíduos.
Milhares de coisas passam na cabeça de um homem quando uma mulher repousa sua mão sobre sua coxa. Milhares de outras coisas mais se passam quando isto ocorre em público por uma autora desconhecida. A mão que caminha vagarosamente sobre a coxa, os olhares de desejo das pessoas a sua volta, o estio sexual, tudo isso contribui para que o pênis do pobre mortal não resista a uma vigorosa ereção. A moça, em
retribuição, deslizou sua mão e iniciou uma massagem na referida área sobre a calça olhando no fundo de seus olhos, para o delírio dos espectadores - espalhados pelos cantos da sala - e para desespero da atriz que iniciara a pouco um desafiador monólogo.
A garota excitou o rapaz. O objeto direto da oração ficou confuso: o que fazer? Olhar nos olhos da garota e se entregar ao mundo dos prazeres em público ou manter a compostura, assistir a peça como se nada estivesse lhe acometido? Os olhos dos demais espectadores ardiam a sua frente. Todos queriam estar ali. Outros simplesmente ignoravam o espetáculo, como o rapaz ao lado que, impassível, seguia sério assistindo à peça que se desenrolava no centro da sala. Alguns riam alto, outros apontavam o dedo. Ele não sabia o que fazer.
Aproveitando-se da hesitação alheia, a garota sentiu-se livre para atacar: arcou seu corpo sobre o outro e passou a devorar, lavar com a língua o ouvido esquerdo do rapaz. Com uma mão massageava a roupa, com a outra, segurava a cabeça e com o corpo pendia sobre o rapaz, que tombava sobre o vizinho. Então ela disse: "Você tem medo?". E a peça continuava... "Medo, eu?" Pensou o rapaz. Ele nunca havia
pensado sobre essa perspectiva. De qualquer forma ela poderia ter razão, pois ele cada vez mais evitava lhe fitar, embora não tivesse a energia necessária para interromper suas ações. A essa altura, a mão da garota já estava em contato direto e ativo com sua genitália. Por alguns instantes, o rapaz viajou em pensamentos, interrompidos bruscamente, quando a garota decidiu apertar, entre os dedos polegar
e indicador, vigorosamente um de seus testículos.
O rapaz, perplexo, olhava agora a todos no recinto. Apesar da dor, limitou-se a cercear seus instintos mais profundos e animais de gritar e vomitar. Seu ato talvez fosse mais castrador do que o da própria garota. Por sua cabeça, imagens de filhos correndo nos gramados do Ibirapuera, de propagação de seu código genético, de
perpetuação da espécie desmoronavam a cada beliscão...
Tomou coragem. Iniciou uma contenda com a garota para tirar audaciosa mão de seu falo. Agora ela já não chupava seu ouvido, mas mordia. E insistia: "Você está com medo?" ele ainda tentou explicar aquele misto de sensações desconfortáveis que sentia, mas não adiantou. A sua frente, agora, ele tinha uma dezena de pessoas talvez condoídas com tamanha tragédia que fingiam não lhe ver. A contenda seguiu em um mundo paralelo ao da peça, até que tão inesperada quanto as demais ações, esses dois mundo se encontram:
- Quem é Paulo? Alguém conhece o Paulo?
- Eu conheço, eu conheço...
Silêncio. A atriz e a garota interagem por alguns instantes até a atriz seguir para o outro canto da sala. Um misto de revolta juntou-se agora a sua dor sexual. Tudo teria sido previamente calculado? Seria ele apenas um fantoche, facilmente manipulado? Seria a moral da peça a desmoralização dos desejos mais primitivos de um pobre espectador? Sentiu agora sentimentos negativos de intensidade tão grande ou maior do que aqueles que sentiu no início da peça. Sentiu raiva. Sentiu-se um traste. "Eu sou um filho-da-puta! Eu sou um otário!" bradou em pensamentos.
Mais uma vez, a garota atira-se sobre ele. Mas ele agora é pedra, já não reage. Massagens já não surtem efeito. Seu olhar é fixo para a peça. "Por que você não me beija?" Indagou a garota. Agora a garota beija a boca cerrada de alguém que olha para o infinito. Em um último ato, deitou-se sobre seu colo. E desfecha uma suprema mordida em seu abdômen.
"Ai...". Um grito abafado ecoou na sala. Alguém de botas pretas se levanta e abandona o recinto. Todos apenas observam a cena e se entreolham. A garota não seria mais vista no bar. A atriz continua com impávida concentração em suas elucubrações. Por fim, a peça chega a seu fim em meio a aplausos. Era a "Valsa no. 6", de Nelson
Rodrigues, encenada em partes toda quinta a meia-noite. E então, a atriz pergunta ao público: "Por que as risadas?"
A noite continuou, com jazz, techno e samba. Em um comportamento típico das grandes cidades, todos voltaram ao seu anonimato habitual, todos se olhando com a discrição e reserva de quem não se conhece ou não quer ser incomodado. Comentários sobre a cena, apenas entre amigos. Um dos dois rapazes levou um empurrão nada amistoso em um
canto do bar e voltou para a casa com pontadas na barriga; sintomas de uma diarréia anunciada. O outro ficou um pouco mais, apesar das dores no escroto.
SL 11/09/2004
Café Sarajevo
Era uma noite quente de inverno. Após uma semana de trabalho, nada mais merecido do que uma baladinha para alegrar os corações em plena quinta-feira. Aproveitando-se da presença de amigo ilustre, que deixou as várzeas do interior para trabalhar na capital, a opção feita pelo anfitrião foi a de se fazer um programa prosaico e
democrático, visando conhecer uma faceta da cidade que vai além dos clichês de carros percorrendo grandes distâncias atrás do "el dorado": saíram a pé pela Rua Augusta.
O destino não foi nenhum prostíbulo, embora tal opção não fosse mais do que apenas mais uma opção de diversão e de prazer para aliviar as grandes dores existenciais. Entraram então por uma porta de ferro que dava acesso a uma escadaria iluminada e laranja. Na calçada, uma família terminava de limpar e desmontar seu négocio: uma venda de yakissoba que alimenta os famintos usuários de transporte coletivo.
Verdadeira chantagem vender comida em frente a um ponto de ônibus.
Após as escadas, um ambiente eclético: no hall de entrada, músicos tocam jazz. Nos demais ambientes, uma sala com internet café, um sebo e um ambiente com som eletrônico e motivos indianos. Espaço com nome de terra devastada, em lembrança aos duros tempos de fundação, quando o local sofria intenso bombardeio dos prédios vizinhos, contrariados com o barulho. Restava uma sala, com luzes vermelhas e velas, ainda fechada. E assim, a porta se abre e uma moça coberta de panos brancos
convida a todos para entrar.
Não havia motivos para que os dois amigos se recusassem a entrar e a se sentar nos bordos da sala, e assim o fizeram. Neste instante, desta maneira também o fez uma jovem garota, cabelos escuros e curtos e despenteados, pele oleosa, blusa azul. Seu corpo até possuía certa elegância que ela preferia esconder sob uma calça larga. E como seriam os pés de tal garota? Seriam eles macios e sedosos? Estariam suas unhas devidamente cortadas, quiçá pintadas para o deleite de um hipotético apreciador? Impossível saber, estavam escondidos sob másculos e desproporcionais coturnos. Não há mais o que descrever deste ser humano, além de dizer que ela possuía um piercing no nariz.
A garota sentou-se no outro lado da sala. Sugou o canudo que trazia o líquido gazeificado da lata a sua boca fitando os dois mancebos a sua frente. Mudou de idéia: "Posso me sentar aqui?" Perguntou já sentando-se entre os rapazes, que não tiveram muita escolha. Ao sentar, sua mão repousou sobre a perna de um dos indivíduos.
Milhares de coisas passam na cabeça de um homem quando uma mulher repousa sua mão sobre sua coxa. Milhares de outras coisas mais se passam quando isto ocorre em público por uma autora desconhecida. A mão que caminha vagarosamente sobre a coxa, os olhares de desejo das pessoas a sua volta, o estio sexual, tudo isso contribui para que o pênis do pobre mortal não resista a uma vigorosa ereção. A moça, em
retribuição, deslizou sua mão e iniciou uma massagem na referida área sobre a calça olhando no fundo de seus olhos, para o delírio dos espectadores - espalhados pelos cantos da sala - e para desespero da atriz que iniciara a pouco um desafiador monólogo.
A garota excitou o rapaz. O objeto direto da oração ficou confuso: o que fazer? Olhar nos olhos da garota e se entregar ao mundo dos prazeres em público ou manter a compostura, assistir a peça como se nada estivesse lhe acometido? Os olhos dos demais espectadores ardiam a sua frente. Todos queriam estar ali. Outros simplesmente ignoravam o espetáculo, como o rapaz ao lado que, impassível, seguia sério assistindo à peça que se desenrolava no centro da sala. Alguns riam alto, outros apontavam o dedo. Ele não sabia o que fazer.
Aproveitando-se da hesitação alheia, a garota sentiu-se livre para atacar: arcou seu corpo sobre o outro e passou a devorar, lavar com a língua o ouvido esquerdo do rapaz. Com uma mão massageava a roupa, com a outra, segurava a cabeça e com o corpo pendia sobre o rapaz, que tombava sobre o vizinho. Então ela disse: "Você tem medo?". E a peça continuava... "Medo, eu?" Pensou o rapaz. Ele nunca havia
pensado sobre essa perspectiva. De qualquer forma ela poderia ter razão, pois ele cada vez mais evitava lhe fitar, embora não tivesse a energia necessária para interromper suas ações. A essa altura, a mão da garota já estava em contato direto e ativo com sua genitália. Por alguns instantes, o rapaz viajou em pensamentos, interrompidos bruscamente, quando a garota decidiu apertar, entre os dedos polegar
e indicador, vigorosamente um de seus testículos.
O rapaz, perplexo, olhava agora a todos no recinto. Apesar da dor, limitou-se a cercear seus instintos mais profundos e animais de gritar e vomitar. Seu ato talvez fosse mais castrador do que o da própria garota. Por sua cabeça, imagens de filhos correndo nos gramados do Ibirapuera, de propagação de seu código genético, de
perpetuação da espécie desmoronavam a cada beliscão...
Tomou coragem. Iniciou uma contenda com a garota para tirar audaciosa mão de seu falo. Agora ela já não chupava seu ouvido, mas mordia. E insistia: "Você está com medo?" ele ainda tentou explicar aquele misto de sensações desconfortáveis que sentia, mas não adiantou. A sua frente, agora, ele tinha uma dezena de pessoas talvez condoídas com tamanha tragédia que fingiam não lhe ver. A contenda seguiu em um mundo paralelo ao da peça, até que tão inesperada quanto as demais ações, esses dois mundo se encontram:
- Quem é Paulo? Alguém conhece o Paulo?
- Eu conheço, eu conheço...
Silêncio. A atriz e a garota interagem por alguns instantes até a atriz seguir para o outro canto da sala. Um misto de revolta juntou-se agora a sua dor sexual. Tudo teria sido previamente calculado? Seria ele apenas um fantoche, facilmente manipulado? Seria a moral da peça a desmoralização dos desejos mais primitivos de um pobre espectador? Sentiu agora sentimentos negativos de intensidade tão grande ou maior do que aqueles que sentiu no início da peça. Sentiu raiva. Sentiu-se um traste. "Eu sou um filho-da-puta! Eu sou um otário!" bradou em pensamentos.
Mais uma vez, a garota atira-se sobre ele. Mas ele agora é pedra, já não reage. Massagens já não surtem efeito. Seu olhar é fixo para a peça. "Por que você não me beija?" Indagou a garota. Agora a garota beija a boca cerrada de alguém que olha para o infinito. Em um último ato, deitou-se sobre seu colo. E desfecha uma suprema mordida em seu abdômen.
"Ai...". Um grito abafado ecoou na sala. Alguém de botas pretas se levanta e abandona o recinto. Todos apenas observam a cena e se entreolham. A garota não seria mais vista no bar. A atriz continua com impávida concentração em suas elucubrações. Por fim, a peça chega a seu fim em meio a aplausos. Era a "Valsa no. 6", de Nelson
Rodrigues, encenada em partes toda quinta a meia-noite. E então, a atriz pergunta ao público: "Por que as risadas?"
A noite continuou, com jazz, techno e samba. Em um comportamento típico das grandes cidades, todos voltaram ao seu anonimato habitual, todos se olhando com a discrição e reserva de quem não se conhece ou não quer ser incomodado. Comentários sobre a cena, apenas entre amigos. Um dos dois rapazes levou um empurrão nada amistoso em um
canto do bar e voltou para a casa com pontadas na barriga; sintomas de uma diarréia anunciada. O outro ficou um pouco mais, apesar das dores no escroto.
SL 11/09/2004
Sheik Luís responde
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Feliz Páscoa":
o trabalho liberta
o trabalho dignifica o homem...
Dignidade...
Liberdade...
Perdão, sr. Anônimo: prometo pensar mais antes de escrever uma besteira como essa. Que nojo! Sabia que o sheik tem um compromisso com a preservação da verdade, da tradição, da família, da propriedade, do amor, e principalmente do trabalho, esta coisa linda que liberta e dignifica o homem.
Beijos gregos do Sheik.
Nao sei quem escreveu essa frase, mas quem poderia ter tanto mal gosto assim?? Pense antes de escrever essas besteiras.
o trabalho liberta
o trabalho dignifica o homem...
Dignidade...
Liberdade...
Perdão, sr. Anônimo: prometo pensar mais antes de escrever uma besteira como essa. Que nojo! Sabia que o sheik tem um compromisso com a preservação da verdade, da tradição, da família, da propriedade, do amor, e principalmente do trabalho, esta coisa linda que liberta e dignifica o homem.
Beijos gregos do Sheik.
11.4.07
Gerador
Casamento árabe
8.4.07
7.4.07
Dubai, um lugar seguro?
Muita gente reclama da falta de segurança no Brasil. "Quero me mudar para Dubai porque é um lugar seguro", dizem alguns, "É no deserto que quero criar meus filhos", dizem outros. Mas a realidade é dura e cruel. A pergunta que todos devem se fazer antes de arrumarem as malas para Dubai é: estou preparado para viver em um país em guerra?
Sim, amigos, clima tenso de iminência de guerra. Toque de recolher às 3h da manhã nas baladas, microfones que acordam a todos às 5h, população comprando freneticamente possantes 4x4 V8 capazes de uma fuga rápida pelas dunas. É preciso estar vigilante, preparados para o porvir.
Não sai nos jornais, ninguém comenta mas todos sabem: o país se prepara para a iminente Guerra contra o Terror. Força máxima para defender a liberdade, a honra e as criancinhas.
Esta semana, tudo o que parecia uma paranóia de alguns tornou-se público quando forças governamentais iniciaram os preparativos para defender a todo custo o maior bem de Dubai: Dubai Media City.
Os governantes sabem que no teatro da guerra a mídia tem importância capital, e em uma demonstração de força, construíram trincheiras ao longo dos prédios da Reuters, da CNN e, o mais relevante, no entorno da Shatha Tower. "A verdade absoluta prevalecerá", disse um oficial que preferiu não se identificar.
Sim, amigos, clima tenso de iminência de guerra. Toque de recolher às 3h da manhã nas baladas, microfones que acordam a todos às 5h, população comprando freneticamente possantes 4x4 V8 capazes de uma fuga rápida pelas dunas. É preciso estar vigilante, preparados para o porvir.
Não sai nos jornais, ninguém comenta mas todos sabem: o país se prepara para a iminente Guerra contra o Terror. Força máxima para defender a liberdade, a honra e as criancinhas.
Esta semana, tudo o que parecia uma paranóia de alguns tornou-se público quando forças governamentais iniciaram os preparativos para defender a todo custo o maior bem de Dubai: Dubai Media City.
Os governantes sabem que no teatro da guerra a mídia tem importância capital, e em uma demonstração de força, construíram trincheiras ao longo dos prédios da Reuters, da CNN e, o mais relevante, no entorno da Shatha Tower. "A verdade absoluta prevalecerá", disse um oficial que preferiu não se identificar.
2.4.07
Chuva
Aqui são 2:30h da tarde e lá fora, os carros andam com o farol acesso.
Em São Paulo eu costumava pedalar com o kit-chuva (calça plástica, blusa impermeável e proteção para o tênis), mas em Dubai, em Dubai não! Estamos no deserto, né? Vamos ver como eu volto pra casa...
Repito mais uma vez: nunca choveu tanto por estas bandas como agora.
1.4.07
Sem conhecimento científico
Segundo consta na reportagem do Estadão, o rabino Sobel não sabe o que aconteceu:
"Não possuo conhecimento científico e psicológico para compreender, explicar e menos ainda justificar o que aconteceu."
A reportagem ainda fala sobre o boletim médico:
O documento reafirma também que o paciente estava sob tratamento medicamentoso e, por insônia severa, "vinha fazendo uso imoderado de hipnóticos diazepínicos, causadores potenciais de quadros de confusão mental e amnésia".
Calma Sobel, pára com essa bobagem de tomar medicamentos: todo mundo se confunde um dia! Principalmente quem está no poder. Alguns se confundem em seu próprio benefício, outros em benefício de outros. Veja só: os deputados acabaram de aumentar o salário do presidente! Uma mão lava a outra: no meio do ano, o presidente vai ser camarada e fará uma convocação extraordinária do Congresso, e assim retribuir com um extra para bolso deles.
Por falar em confusões mentais, alguns dias atrás, por coincidência estava discutindo aqui, dentre outras coisas, esse assunto com um rapaz que é muito rigoroso em sua fé. Ele me dizia:
- Sabes Luís, lo que dice el Libro sobre los gays? Hay que matarlos!
- Pero... qué pensas acerca de eso? Es muy radical, no?
- Si, es muy sebero. Iani, hay que saber filtrar. Sabes Luís, el Libro dice que si robas alguna cosa, débese cortar las manos!
- Muy cruel. Justamente robar, una cosa tán normal... vas a me decir que nunca robaste?
Ele me disse então com olhos ferventes:
- Mira, quando era pequeño, yo era un ladrón! Tenía la técnica: cuando la gente miraba el otro lado, llenaba mi mano de dulces. Nadie jamás lo supo...
Tá vendo seu Sobel? Foi só umas gravatinhas, relaxa. Você poderia estar por aí estuprando, matando, subornando - outras coisas tão humanas - mas foram só umas gravatinhas. E pelo jeito eram umas gravatinhas caras, um verdadeiro assalto . Pela máxima popular, você já está perdoado.
A reportagem ainda diz:
Antes de encerrar, Sobel disse que assumiria um compromisso solene de continuar defendendo todos os valores morais e éticos. "Vou me recuperar", concluiu.
Dá-lhe Sobel!! Continue a defender a moral e os bons costumes, pois sabemos que você está ciente do dever a cumprir com a Pátria.
E digo mais, seu Sobel: se a história seguir seu curso natural, em breve você recuperará sua credibilidade pública. A história recente está a seu favor: o Collor agora é senador, o ACM nunca perde a majestade, o Severino recebeu 20 mil votos a mais que na eleição anterior, e o Maluf foi o deputado mais votado do Brasil! Não perca as esperanças: tenha fé, muita fé, que você chega lá.
Dica de sheik: da próxima vez, vê se empresta algo mais vultoso. Aí o pessoal faz aí uma CPI e em pouco tempo você está limpo, sem ter que passar pelo constrangimento de ser preso.
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