Saímos em uma missão pela manhã: procurar minas e doar mantimentos à população. Na hora do almoço, uma destas famílias pacatas que receberam nossos donativos nos convida para almoçar: pai, mãe, filhos, netos, avô e avó. Clima amistoso, gente amiga com sorriso no rosto.
À tarde chega a ordem do comandante: 'ir à casa tal e tal e matar todos os homens adultos. Poupe apenas mulheres e crianças menores.'
Qual não foi a surpresa ao chegar ao local indicado e descobrir que a referida casa era a mesma do almoço: pai, mãe, filhos, netos, avô e avó. Gente amiga...
Gente amiga. Poupar mulheres e crianças. Gente amiga. Os homens ficam dentro da casa, encostados na parede. Gente amiga! No momento em que a arma dispara, gritaria do lado de fora: um dos filhos menores que conseguiu se libertar do soldado que o arrastava para longe e voltou correndo, e viu quando atiramos em seu pai, seu avô e seu irmão mais velho...
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O mais perturbador é que isso é uma história real e corriqueira, contada entre uma cerveja e outra. E como eu gostaria que fosse ficção...
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