28.4.07

Dubai High Society


Este é Mohamed Somji, fotógrafo que capta momentos como esse.

Ontem foi um grande dia para ele: expôs pela primeira vez seu trabalho, junto com outros fotógrafos, no Royal Mirage Rooftop Terrace, aqui em Dubai.

Parabéns!

+++

This is Mohamed Somji, a photographer that caches moments like this.

Yesterday was a great day for him: he exposed for the first time his work, with other photographers, at Royal Mirage Rooftop Terrace, here in Dubai.

Congratulations!

Male threat

Ladies, take care: these dangerous animals hunt in pack.


Eduardo, Driss, Norman and Pankaj.



Luis, Driss, Norman and Pankaj.

Ladies only


Thursday nights at Wild Wadi: protecting ladies from the male threat.

++++

Noites de quinta-feira no Wild Wadi: protegendo donzelas da ameaça masculina.

I wanna bite a towel

Kids with needles
kidney knitters
please
don't kid me
please
don't kill me

Yellow thorns
cut me
like swords
inflict me
oooh
majestic pain

lay down
stand up
bend to right
bend to left
water, beer, tea
no way:
it hurts

rocks rolling
to the bladder
I wanna bite a towel

The urethra
burns:
rolling stones
saying farewell
Relief.




More about it:

- Kidney Stones
- Rock or stone?

27.4.07

Giovana e a janela

5:30h da manhã. Giovana, como faz diariamente há 50 anos desde que se mudou para cá, abre a janela da sala. Retorna, vai à cozinha, prepara o café. Come um pedaço do bolo que fez na tarde anterior e volta à cadeira de balanço com sua caneca fumegante.

Ela olha os retratos na parede: hoje ninguém mais faz estas pinturas de marido-e-mulher - ele de terno e gravata, ela de vestido e penteado - como este de seus pais. Os porta-retratos dispostos em diagonal sobre a cômoda... ela toma o café e lembra da noite que aos poucos se esvai com a claridade que entra pela janela: não foi nada boa. Há sonhos que por vezes a perseguem, como entidades, como coisas vivas, por semanas a fio, até por fim desaparecerem ou serem subistituídas por outros sonhos. Mais recentemente, os mais comuns são os sonhos-lembranças: ela revive durante a noite passagens que vivera há 10, 20, 50, 70 anos atrás. O sonho desta noite foi especial neste sentido, sonho metalinguístico: reviveu uma noite de sonho-pesadelo que vivera aos 7 anos de idade, e que a perseguia insistentemente durante a infância. Filha caçula de outros tantos irmãos, era a única com acesso livre ao quarto dos pais:

- oi, Vaninha... o que aconteceu? - a mãe no sonho-lembrança ainda tinha os mesmos cabelos castanhos sem tintura e recolheu a filha para dentro da coberta naquela noite fria. Todas as amigas lhe chamavam na infância de Gi, mas dentro de Casa ela era a Vaninha. Ninguém mais a chamava assim, ninguém mais a chama assim.

Ela não conseguia explicar o sonho que a perseguia e que persegue todos os filhos caçulas: acordara em uma manhã e abrira a janela: manhã de sol silenciosa. Foi a sala, foi a cozinha, foi ao jardim. Ninguém. Dava-se conta de sua nova realidade: pai, mãe, os irmãos mais velhos. Tios, tias, primos. Avós. Todos eram mais velhos, todos já haviam partido. Restara ela, caçula, como a única portadora das memórias da família, única testemunha ocular de momentos vividos, das festas de aniversário com refrigerantes e brigadeiros. Histórias que ninguém queria ouvir. Foi até a janela e gritou alto, e mais alto e mais alto: ninguém. Apenas um silêncio insistente em dizer 'você está sozinha'...

- deita aqui, calma que o papai está aqui. Está tudo bem... - seu pai no sonho-lembrança já tinha cabelos brancos, mas ainda era forte, antes da doença que nunca curava e que apenas o envelhecia chegar.

No dia seguinte, brincou com o irmão mais velho - que já era gente grande - a brincadeira que preferia: pulava de surpresa da janela em suas costas, pendurava em seu pescoço quando ele chegava da escola. Ele nem se importava. Apertou com os braços o seu pescoço e sentiu que aquilo era real. Realidade confortante. À época, seu irmão mais velho causava-lhe assombro: ele era forte, dava duas voltas no quarteirão correndo, e falava muitas coisas que ela não entendia.

Giovana levanta agora da cadeira, deixa ao lado a caneca vazia e vai até a cômoda. É incrível como memórias e sonhos são tão reais. Em sua estante, não possui nenhuma foto do irmão mais velho tão jovem como estava naquele dia pós sonho-pesadelo dos 7 anos de idade. Apenas uma foto em seu aniversário de 40 anos, já com seus 2 filhos e tão parecido com o pai. A esta altura, já não corria mais em volta do quarteirão.

Giovana vai até a janela: fecha os olhos e então o vê novamente passando, flutuando pela janela nas alturas do décimo andar como se ali a frente passasse a mesma rua. Achava interessante como o sonho-pesadelo, 90 anos depois havia se tornado realidade, e nem por isso lhe fazia chorar. Talvez essa seja a maior diferença entre os sonhos-pesadelos para os sonhos-lembranças. Pensava agora em seus avós, em seus pais, em seus irmãos, em seus tios, em seus primos que já haviam partido. Mas pensava também em seu falecido marido, em seus filhos que enfrentam agora os primeiros percalços da idade avançada, em seus netos e bisnetos. Tantas histórias, tantos brigadeiros e refrigerantes que talvez nem valha a pena contar.

Já passa do meio-dia. O velho telefone sobre a cômoda como de praxe não tocou. Quantos pensavam nela? Abriu a porta uma vez, antes da campainha tocar: hoje é terça, dia do gás. O rapaz entrou, trocou o botijão agradeceu com um sorriso a gorjeta e saiu.

É final de tarde, o sol se põe fazendo uma curva na janela até se esconder atrás de outro edifício. Ela se despede de seu irmão: é hora de fechar a janela.

Médicos e enfermeiros em Dubai

Há algum tempo atrás alguém perguntou como é o mercado para profissionais da área médica por aqui. De fato, esta é uma área em franca expansão em Dubai: está em construção o Dubai Health Care City, um bairro inteiro destinado a ser um centro de excelência na Área Médica. Todas estas novas clínicas e hospitais abrirão uma nova demanda por profissionais desta área. Mas como chegar até elas? Para quem são estas vagas?

Pessoalmente, não conheço nenhum médico brasileiro que esteja trabalhando por estas bandas, até porque, os sheiks quase nunca vão a hospitais: sheik que é sheik possui sangue azul, que cheira à almíscar e lavanda, que o proteje dos males comuns que açoitam a plebe, tais como gripe, azia, unha encravada, caspa, prurido anal, odores de suvaco e frieira.

Voltemos agora a nossa pergunta inicial, que eu ainda quero ir à praia hoje: para quem são estas vagas? O site do American Hospital - talvez o melhor hospital de Dubai - tem uma sessão sobre carreiras que dá algumas pistas:

All Physician positions require a minimum of 3-5 years post American Board certification or Canadian FRCPC or UK FRCS (or equivalent) at a full Consultant Level in area of specialty, for further consideration.


O site do Welcare Hospital também apresenta exigências semelhantes:

These positions require a minimum of 5 years post American Board certification or UK equivalent at a full Specialist level.


Para enfermeiras e demais postos técnicos (ultrassom, raio-x), ao menos no American Hospital, o critério é mais simples: exige-se alguns documentos, como diploma autenticado pela embaixada dos Emirados Árabes, cópias traduzidas de certificados, licença, histórico escolar, etc. Aparentemente, nenhuma exigência de diploma nos EUA ou Inglaterra.

Ambos os hospitais oferecem pacotes semelhantes aos seus empregados, com os tradicionais benefícios oferecidos aos expatriados que se aventuram por estas bandas: salário livre de impostos, acomodação, transporte, plano de saúde, férias anuais, dispensa por doença, passagem aérea para o país de origem, e por aí vai.

Fica aqui também um link para o site do Iranian Hospital. É também um dos maiores hospitais de Dubai, mas aparentemente o site não contém nenhuma informações a respeito de carreiras (a não ser que esteja em árabe).

Bom, é isso: essas informações já formam um bom ponto de partida para quem é da área médica e almeja trabalhar por aqui. O salário é bom? Aí é com vocês.

24.4.07

SUVs

Eles são grandes, ocupam espaço e consomem mais do que os outros meios de transporte. Ainda assim, as pessoas que os utilizam não os trocam por nada: argumentam que vêem o mundo de cima, e que impõem respeito. E são todo-terreno: atravessam terrenos alagados, íngremes, montanhosos, pedregosos. Com eles, nunca há mal-tempo.

Atenção!! Eu não estou falando de SUVs...



Elefante na rua, Udaipur, Rajastão, Índia.

Engenharia de Petróleo

Aline Barcelos deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sheik Luís responde":

Olá Sheik, adoro o seu blog e gostaria de te fazer uma pergunta. Sei que aqui não é o lugar certo mas vamos lá.
Faço Engenharia de Petróleo, falo inglês "quase fluente" e falta 1 ano para me formar e gostaria de saber como é o mercado de trabalho nesse setor. Salário, local, etc..

quero dizer que seu blog virou leitura obrigatória pra mim, não passo um dia sem passar por aqui.

obrigado
Aline Barcelos, Vitória/ES


Olá Aline,

A maior parte das pessoas que conheço aqui em Dubai da área do petróleo está trabalhando na DryDocks, por ironia do destino em dois projetos para a Petrobras: Projeto Vitória e Projeto Frade, ambos de conversão de navios em plataformas de refino (é bem possível que o termo não seja este).

Dá uma olhadinha no site que é bem interessante: contém também uma sessão de empregos, com uma listagem de vagas.

Há vários brasileiros envolvidos nestes dois projetos, eles não são funcionários da DryDocks, mas trabalham por contrato por empresas terceiras. Devem ganhar bem, pois ninguém reclamou de salário, hehehe... o maior inconveniente é que eles têm apenas um dia de folga por semana, a sexta-feira.

Com relação ao inglês quase-fluente, essa é a condição da maioria dos brasileiros que chegam por aqui, é algo até natural. O problema é que a maioria das ofertas de emprego é para quem já tem um pouco de estrada, ao menos 2 anos de experiência.

É isso aí. Espero ter ajudado.

Abraço do sheik.

Empregos

ALEXANDRE deixou um novo comentário sobre a sua postagem "De ek a dãs":

ola pretendo arrumar um emprego em dubai poderia me ajudar??
se possivel deixe um telefone para contato.
UM ABRAÇO.


Olá Alexandre,

Criei um novo rótulo Empregos, onde estou tentando agrupar todas as perguntas e posts relacionados a empregos em Dubai. Tem bastante coisa lá, dá uma olhadinha e veja se te ajuda, ok?

Abraço de sheik.

23.4.07

Atoladinha


Se esta foto tivesse sido tirada em Dubai, seria indecente, imoral e ilegal. Mas foi tirada na Índia, então tudo bem.

Site de venda de casas

Edson deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eu odeio rickshaws":

Me indique um site de vendas de casas em Dubai.

Obrigado.


Olá Edson,

Dá uma olhadinha nos classificados na rede (veja o post Procurando um lugar para morar).

Outro site interessante é o da betterhomes, uma das maiores imobiliárias aqui. Nele é possível pesquisar casas que aparecem com preços e fotos.

Abraço do Sheik.

100% vegetariano

Autorickshaws


Jodhpur, Rajastão, Índia.

Rodoviária


Rodoviária, Jodhpur, Rajastão, Índia.

De volta

Voltei. Não comprei camelos ou macacos, mas ganhei uma diarréia vigorosa que dissolve meu intestino há 5 dias...

Seguirei colocando alguns posts esporádicos sobre a Índia. Falar sobre este país ajuda a entender um pouco a dinâmica das coisas em Dubai, onde parcela expressiva da população é indiana.